quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Papa Francisco

A serpente na cruz

· Missa do Papa em sufrágio pelos cardeais e bispos falecidos durante o ano ·

«Somos chamados a renovar a escolha de servir na Igreja»: afirmou o Papa Francisco ao celebrar na manhã de terça-feira, 3 de Novembro, na basílica Vaticana, a missa em sufrágio pelos cardeais e prelados falecidos durante o ano. Concentrando a sua reflexão sobre o significado da palavra «ministrar, ou seja servir», o Pontífice frisou que mesmo se «quem serve e doa», pode parecer «um perdedor aos olhos do mundo», na realidade «quem serve, salva» e consequentemente «quem não vive para servir, não serve para viver».
Portanto, uma advertência severa que encontra eco nas leituras proclamadas durante a celebração. Comentando-as, o Papa explicou que «no deserto as serpentes provocavam uma morte dolorosa, precedida pelo medo e causada por mordidas venenosas». E actualizando o discurso acrescentou que «também aos nossos olhos a morte sempre parece obscura e angustiante. Contudo Jesus – frisou imediatamente Francisco – não a evitou, mas assumiu-a plenamente sobre si mesmo com todas as suas contradições». Por isso «nós, olhando para Ele, acreditando n'Ele, somos salvos por Ele». Praticamente, este é o «estilo de Deus», «que nos salva servindo-nos e aniquilando-se» e «tem muito a ensinar-nos». O quê? Francisco explicou claramente: «nós esperamos uma vitória divina triunfante; Jesus, ao contrário, mostra-nos uma vitória humilíssima. Elevado na cruz, deixa que o mal e a morte se desencadeiem contra Ele enquanto continua a amar». E no entanto, frisou, «para nós é difícil aceitar esta realidade», porque tendencialmente «somos inclinados a amar aquilo de que sentimos a necessidade e o que desejamos», enquanto «Deus ama até ao fim o mundo, ou seja, nós, assim como somos». E convidou a pedir ao Senhor na oração a capacidade de saber pensar mais «no amor a Deus e ao próximo do que nas nossas necessidades. Que não nos preocupemos com o que nos falta na terra mas com o tesouro no céu; não com aquilo que nos serve mas com o que deveras serve», para poder «ser livres dos afãs das coisas efémeras, que passam e desaparecem no nada». Só assim, concluiu, seremos servos segundo o seu coração: não funcionários que prestam serviço mas filhos amados que doam a vida pelo mundo».
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