quarta-feira, 14 de maio de 2014

«Eu vi-te, quando estavas debaixo da figueira!»



«Fui Eu que vos escolhi a vós e vos destinei a ir e a dar fruto, e fruto que permaneça»


O encontro pessoal com o amor de Jesus que nos salva: a primeira motivação para evangelizar é o amor que recebemos de Jesus, a experiência de sermos salvos por Ele, que nos impele a amá-Lo cada vez mais. Com efeito, um amor que não sentisse a necessidade de falar da pessoa amada, de a apresentar, de a tornar conhecida, que amor seria? Se não sentimos o desejo intenso de comunicar Jesus, precisamos de nos deter em oração para Lhe pedir que volte a cativar-nos. Precisamos de o implorar a cada dia, de pedir a sua graça para que abra o nosso coração frio e sacuda a nossa vida tíbia e superficial.
Postos diante dele com o coração aberto, deixando que Ele nos olhe, reconhecemos aquele olhar de amor que Natanael descobriu no dia em que Jesus Se fez presente e lhe disse: «Eu vi-te, quando estavas debaixo da figueira!» (Jo 1,48). Como é doce permanecer diante dum crucifixo ou de joelhos diante do Santíssimo Sacramento, e fazê-lo simplesmente para estar diante dos seus olhos! Como nos faz bem quando Ele vem tocar a nossa existência e nos leva a comunicar a sua vida nova! Sucede então que, em última análise, «o que nós vimos e ouvimos, isso anunciamos» (1 Jo 1,3). A melhor motivação para nos decidirmos a comunicar o Evangelho é contemplá-lo com amor, é determo-nos nas suas páginas e lermo-lo com o coração. Se o abordarmos desta maneira, a sua beleza deslumbrar-nos-á, cativar-nos-á vezes sem conta. Portanto, é urgente recuperarmos um espírito contemplativo, que nos permita redescobrir, a cada dia, que somos depositários dum bem que humaniza, que ajuda a levar uma vida nova. Não há nada melhor para transmitir aos outros.
Papa Francisco
Exortação apostólica «Evangelii Gaudium / A Alegria do Evangelho» §264 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana, rev)


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