quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

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terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Santo do Dia

S. João, Apóstolo e Evangelista




João, filho de Zebedeu e de Salomé, irmão de Tiago Maior, de profissão pescador, originário de Betsaida, como Pedro e André, ocupa um lugar de primeiro plano no elenco dos apóstolos. O autor do quarto Evangelho e do Apocalipse, será classificado pelo Sinédrio como indouto e inculto. No entanto, o leitor, mesmo que leia superficialmente os seus escritos, percebe não só o arrojo do pensamento, mas também a capacidade de revestir com criativas imagens literárias os sublimes pensamentos de Deus. A voz do juiz divino é como o mugido de muitas águas.
João é sempre o homem da elevação espiritual, mais inclinado à contemplação que à acção. É a águia que desde o primeiro bater das asas se eleva às vertiginosas alturas do mistério trinitário: "No princípio de tudo, aquele que é a Palavra já existia. Ele estava com Deus e ele mesmo era Deus."
Ele está entre os mais íntimos de Jesus e nas horas mais solenes de sua vida João está perto. Está a seu lado na hora da ceia, durante o processo, e único entre os apóstolos, assiste à sua morte junto com Maria. Mas contrariamente a tudo o que possam fazer pensar as representações da arte, João não era um homem fantasioso e delicado. Bastaria o apelido humorista que o Mestre impôs a ele e a seu irmão Tiago: "Filhos do trovão" para nos indicar um temperamento vivaz e impulsivo, alheio a compromissos e hesitações, até aparecendo intolerante e cáustico.
No seu Evangelho designa a si mesmo simplesmente como "o discípulo a quem Jesus amava." Também se não nos é dado indagar sobre o segredo desta inefável amizade, podemos adivinhar uma certa analogia entre a alma do Filho do homem e a do filho do trovão, pois Jesus veio à terra não só trazer a paz mas também o fogo. Após a ressurreição, João está quase constantemente ao lado de Pedro. Paulo, na epístola aos gálatas, fala de Pedro, Tiago e João como colunas na Igreja.
No Apocalipse, João diz que foi perseguido e degredado para a ilha de Patmos "por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus Cristo". Conforme uma tradição unânime ele viveu em Éfeso em companhia de Maria e sob o imperador Domiciano foi colocado dentro de uma caldeira com óleo a ferver, mas saiu ileso e todavia com a glória de ter dado testemunho. Depois do exílio de Patmos voltou definitivamente para Éfeso, onde exortava continuamente os fiéis ao amor fraterno, resultando em três cartas, acolhidas entre os textos sagrados, assim como o Apocalipse e o Evangelho. Morreu carregado de anos em Éfeso durante o império de Trajano (98-117), onde foi sepultado.





Comentário do dia



Orígenes (c. 185-253), presbítero, teólogo
Comentário ao Evangelho de São João, I, 21-25

«E o Verbo fez-Se homem e veio habitar connosco. E nós contemplámos a sua glória, [...] cheia de graça e de verdade» (Jo 1,14)

Considero serem os quatro evangelhos os elementos essenciais da fé da Igreja [...] e penso que as suas primícias estão [...] no evangelho de João, o qual, para falar daquele de quem outros fizeram a genealogia, se inicia precisamente por Aquele que não a tem. Com efeito, escrevendo para judeus que esperavam o descendente de Abraão e de David, Mateus diz: «Genealogia de Jesus Cristo, filho de David, filho de Abraão» (Mt 1,1); e Marcos, sabendo muito bem o que escreve, traz: «Princípio do evangelho» (Mc 1,1). Já em João encontramos o fim do evangelho: é o Verbo que era no princípio, a Palavra de Deus (cf 1,1). Também Lucas reservou ao discípulo que repousou sobre o peito de Jesus (Jo 13,25) os maiores e mais perfeitos discursos sobre Ele. E nenhum mostrou a sua divindade de modo tão absoluto como João, que O faz dizer: «Eu sou a luz do mundo» (8,12), «Eu sou o caminho, a verdade e a vida» (14,6), «Eu sou a ressurreição» (11,25), «Eu sou a porta» (10,9), «Eu sou o Bom Pastor» (10,11), e, no Apocalipse: «Eu sou o alfa e o ómega, o primeiro e o último, o princípio e o fim» (22,13).

Por isso me atrevo a dizer que os evangelhos são as primícias de toda a Escritura e que, dos evangelhos, as primícias são o de João, cujo sentido completo ninguém seria capaz de abarcar se não tivesse descansado sobre o peito de Jesus e recebido dele Maria por Mãe (Jo 19,27). [...] Quando Jesus diz a sua Mãe: «Eis o teu filho» e não: «Eis o homem que também é teu filho», é como se lhe dissesse: «Eis o teu filho, gerado por ti», porquanto quem chega a viver em perfeição, não é ele quem vive, mas Cristo que vive nele (Gal 2,20). [...] Será preciso ainda dizer de que inteligência temos necessidade para podermos interpretar dignamente a palavra depositada, como um tesouro (2Cor 4,7), nos vasos de barro do uso comum da linguagem, numa caligrafia que todos podem ler, a palavra que todos podem ouvir se alguém lhe der voz e compreender se prestarem atenção? Assim, para interpretarmos devidamente o evangelho de João, em boa verdade basta-nos ser capazes de dizer: «Quanto a nós, temos o pensamento de Cristo, para podermos conhecer os dons da graça de Deus» (1Cor 2,16.12).





Palavras do Senhor


1ª Carta de S. João 1,1-4.
Caríssimos: O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplámos, o que tocámos com as nossas mãos acerca do Verbo da Vida, é o que nós vos anunciamos.
Porque a Vida manifestou-Se e nós vimos e damos testemunho dela. Nós vos anunciamos a Vida eterna, que estava junto do Pai e nos foi manifestada.
Nós vos anunciamos o que vimos e ouvimos, para que estejais também em comunhão connosco. E a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo.
E vos escrevemos tudo isto, para que a vossa alegria seja completa.
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Livro de Salmos 97(96),1-2.5-6.11-12.
O Senhor é rei: exulte a terra,
rejubile a multidão das ilhas.
Ao seu redor, nuvens e trevas;
a justiça e o direito são a base do seu trono.

Derretem-se os montes como cera
diante do senhor de toda a terra.
Os céus proclamam a sua justiça
e todos os povos contemplam a sua glória.

A luz resplandece para os justos
e a alegria para os corações retos.
Alegrai-vos, ó justos, no Senhor
e louvai o seu nome santo.

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Evangelho segundo S. João 20,2-8.
No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ter com Simão Pedro e com o discípulo predileto de Jesus e disse-lhes: «Levaram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde O puseram».
Pedro partiu com o outro discípulo e foram ambos ao sepulcro.
Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo antecipou-se, correndo mais depressa do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro.
Debruçando-se, viu as ligaduras no chão, mas não entrou.
Entretanto, chegou também Simão Pedro, que o seguira. Entrou no sepulcro e viu as ligaduras no chão
e o sudário que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não com as ligaduras, mas enrolado à parte.
Entrou também o outro discípulo que chegara primeiro ao sepulcro: viu e acreditou.




Tradução litúrgica da Bíblia

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sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Santo do dia

Santo do dia : S. João Câncio, presbítero, professor, +1473, Santo Ivo, presbítero, advogado, +1303, Santa Vitória, mártir, séc. III

S. João Câncio, presbítero, professor, +1473



São João Câncio nasceu em Kety, pequena localidade da Polónia, no ano 1390. Em Cracóvia fez os seus estudos, doutorou-se e foi ordenado sacerdote. Obteve a cátedra universitária no momento em que a controvérsia hussita se tornava mais acesa. João discutiu com vários opositores, recebendo nestas disputas mais insultos que argumentações objetivas. Quando a sua humildade e a sua paciência eram postas à prova, sem perder a costumeira serenidade de espírito, limitava-se a responder: "Graças a Deus!"

Durante uma das suas peregrinações a Roma, a diligência em que viajava foi assaltada por um grupo de bandidos, que infestavam os arredores de Roma. Também João foi roubado mas, percebendo que no fundo de um bolso tinha ficado uma moeda de prata, correu atrás dos bandidos, dizendo: "Vocês esqueceram esta". O biógrafo, que conta o episódio, afirma que os bandidos, comovidos, restituíram todo o dinheiro do assalto.

São João Câncio morreu em Cracóvia, com a idade de oitenta e três anos, na noite de Natal de 1473 e foi canonizado em 1767. A memória do santo, celebrada a 20 de Outubro, foi agora trazida para mais perto da data de sua morte.
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Santo Ivo, presbítero, advogado, +1303



Santo Ivo

O Santo Padroeiro dos advogados nasceu na Bretanha, França, e foi em Paria que mostrou o brilho da sua inteligência, no estudo da Filosofia, da teologia e do Direito. Ivo de Kermartin, ao voltar à sua terra natal, aceitou o encargo de ser juiz do tribunal eclesiástico, por onde passavam as questões mais espinhosas. Com sua sabedoria, imparcialidade e espírito conciliador desfazia as inimizades e conquistava o respeito até dos que perdiam a questão. A defesa intransigente dos injustiçados e dos necessitados deu-lhe o título de "advogado dos pobres", um título que continuou merecendo ao tornar-se sacerdote, e ao construir um hospital, onde cuidava dos doentes com as suas próprias mãos.
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Santa Vitória, mártir, séc. III




Santa Vitória

Provavelmente era membro da ilustre família romana dos Anicia, uma família ‘’convertida ao cristianismo já no Iº século e cuja recordação permanece hoje como nome de uma rua romana do Trastevere. Junto com sua amiga Anatólia, Vitória converteu-se ao cristianismo e manifestou a intenção de permanecer "virgem". Como já estava prometida em casamento, o noivo de Vitória, um nobre romano de nome Eugênio, interessado em preservar o dote e procurando ganhar tempo, conseguiu com o favor imperial que Vitória fosse exilada de Roma. A jovem Vitória foi exilada na cidade Trebula Mutuesca, na Sabina.

Conta a "legenda" que, na entrada desta cidade, habitava um dragão que com seu hálito pestífero enfermava e matava homens e animais. O senhor de Trebula dirigiu-se ao local onde estava exilada Vitória e solicitou-lhe que, invocando o seu deus, libertasse a cidade do dragão, prometendo em troca a conversão de toda a cidade ao cristianismo. Através de jejum e orações, o dragão foi exorcizado, desaparecendo da região. Em agradecimento, a comunidade enviou a Vitória várias jovens para serem educadas no credo cristão. No entanto, foi denunciada como cristã pelo noivo inconformado ainda com a negativa de casamento. Negando-se a adorar uma deusa pagã, Vitória foi morta pelo carrasco com um golpe de espada. Martirizada no dia 19 de Dezembro, foi colocada num sarcófago no dia 23 e enterrada no mesmo local onde tinha afugentado o dragão.








Palavras do Senhor

Livro de Malaquias 3,1-4.23-24.
Assim fala o Senhor Deus: "Vou enviar o meu mensageiro, para preparar o caminho diante de Mim. Imediatamente entrará no seu templo o Senhor a quem buscais, o Anjo da Aliança por quem suspirais. Ele aí vem - diz o Senhor do Universo -.
Mas quem poderá suportar o dia da sua vinda, quem resistirá quando Ele aparecer? Ele é como o fogo do fundidor e como a lixívia dos lavandeiros.
Sentar-Se-á para fundir e purificar: purificará os filhos de Levi, como se purifica o ouro e a prata, e eles serão para o Senhor os que apresentam a oblação segundo a justiça.
Então a oblação de Judá e de Jerusalém será agradável ao Senhor, como nos dias antigos, como nos anos de outrora.
Eu vos enviarei o profeta Elias, antes de chegar o dia grande e terrível do Senhor.
Ele reconduzirá o coração dos pais a seus filhos e o coração dos filhos a seus pais, para que Eu não venha ferir de maldição a terra».



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Livro de Salmos 25(24),4bc-5ab.8-9.10.14.
Mostrai-me, Senhor, os vossos caminhos,
ensinai-me as vossas veredas.
Guiai-me na vossa verdade e ensinai-me,
porque Vós sois Deus, meu Salvador.

O Senhor é bom e reto,
ensina o caminho aos pecadores.
Orienta os humildes na justiça
e dá-lhes a conhecer os seus caminhos.

Os caminhos do Senhor são misericórdia e fidelidade
para os que guardam a sua aliança e os seus preceitos.
O Senhor trata com familiaridade os que O temem
e dá-lhes a conhecer a sua aliança.



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Evangelho segundo S. Lucas 1,57-66.
Naquele tempo, chegou a altura de Isabel ser mãe e deu à luz um filho.
Os seus vizinhos e parentes souberam que o Senhor lhe tinha feito tão grande benefício e congratularam-se com ela.
Oito dias depois, vieram circuncidar o menino e queriam dar-lhe o nome do pai, Zacarias.
Mas a mãe interveio e disse: «Não, Ele vai chamar-se João».
Disseram-lhe: «Não há ninguém da tua família que tenha esse nome».
Perguntaram então ao pai, por meio de sinais, como queria que o menino se chamasse.
O pai pediu uma tábua e escreveu: «O seu nome é João». Todos ficaram admirados.
Imediatamente se lhe abriu a boca e se lhe soltou a língua e começou a falar, bendizendo a Deus.
Todos os vizinhos se encheram de temor e por toda a região montanhosa da Judeia se divulgaram estes factos.
Quantos os ouviam contar guardavam-nos em seu coração e diziam: «Quem virá a ser este menino?». Na verdade, a mão do Senhor estava com ele.

"Quem virá a ser este menino?"

Comentário do dia:



Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
6.º sermão sobre a natividade de João Baptista

«Quantos o ouviam [...] diziam: "Quem virá a ser este menino?"»

Como será a glória do juiz, se a glória do arauto é tão grande? Como será aquele que deve vir como caminho (Jo 14,6), se o que prepara o caminho (Lc 3,6) já é assim? [...] A Igreja considera o nascimento de João especialmente sagrado; não celebramos de forma solene o nascimento de nenhum dos santos que nos precederam, mas apenas os de João e de Cristo. [...] João nasce de uma mulher velha e estéril; Cristo nasce de uma jovem virgem. A idade dos pais não favorecia o nascimento de João; o nascimento de Cristo deu-se sem a união dos sexos. Um é anunciado por um anjo; o outro é concebido à voz de um anjo. [...] O nascimento de João é recebido com incredulidade e seu pai fica mudo; Maria acredita no de Cristo e concebe-O pela fé. [...]

João aparece, pois, como uma fronteira colocada entre os dois Testamentos, o antigo e o novo. É o próprio Senhor quem atesta que ele forma essa espécie de fronteira quando diz: «A Lei e os profetas duraram até João» (Lc 16,16). João representa assim tanto o que é antigo como o que é novo. Porque representa o que é antigo, nasce de dois velhos; porque representa os tempos novos, revela-se como profeta desde o seio de sua mãe (Lc 1,41). [...] Ele aparece como o precursor de Cristo antes mesmo de se verem. Estas coisas são divinas e ultrapassam a capacidade da fraqueza humana.

Por fim, o seu nascimento acontece, ele recebe o nome que lhe fora dado e a língua de seu pai solta-se. Temos de ligar todos estes acontecimentos ao seu simbolismo profundo.




quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Evangelho segundo S. Lucas 19,41-44.




Naquele tempo, quando Jesus Se aproximou de Jerusalém, ao ver a cidade, chorou sobre ela e disse:
«Se ao menos hoje conhecesses o que te pode dar a paz! Mas não. Está escondido a teus olhos.
Dias virão para ti, em que os teus inimigos te rodearão de trincheiras e te apertarão de todos os lados.
Esmagar-te-ão a ti e aos teus filhos e não deixarão em ti pedra sobre pedra, por não teres reconhecido o tempo em que foste visitada».


Palavra do Senhor

Livro do Apocalipse 5,1-10.
Eu, João, vi na mão direita d’Aquele que estava sentado no trono um livro escrito por dentro e por fora, selado com sete selos.
Vi também um Anjo poderoso, que proclamava em alta voz: «Quem é digno de abrir o livro e quebrar os seus selos?».
Mas ninguém, nem no céu, nem na terra, nem debaixo da terra, podia abrir o livro nem olhar para ele.
Eu chorava muito, porque não se encontrava ninguém que fosse digno de abrir o livro nem de olhar para ele.
Disse-me então um dos Anciãos: «Não chores! O leão da tribo de Judá, o descendente de David, alcançou a vitória; Ele abrirá o livro e os seus sete selos».
Vi então, entre o trono e os quatro Seres Vivos e os Anciãos, um Cordeiro de pé, que parecia ter sido imolado. Tinha sete chifres e sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus, enviados por toda a terra.
O Cordeiro foi receber o livro da mão direita d’Aquele que estava sentado no trono.
Quando o Cordeiro recebeu o livro, os quatro Seres Vivos e os vinte e quatro Anciãos prostraram-se diante d’Ele, cada um com uma harpa e taças de ouro cheias de perfumes, que são as orações dos santos.
E cantavam um cântico novo, dizendo: «Sois digno de receber o livro e de abrir os selos, porque fostes imolado e resgatastes para Deus, com o vosso sangue, homens de toda a tribo, língua, povo e nação,
e fizestes deles, para o nosso Deus, um reino de sacerdotes, que reinarão sobre a terra».
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Livro de Salmos 149(148),1-2.3-4.5-6a.9b.
Cantai ao Senhor um cântico novo,

cantai ao Senhor na assembleia dos santos.
Alegre-se Israel em seu Criador,

rejubilem os filhos de Sião em seu Rei.
Louvem o seu nome com danças,
cantem ao som do tímpano e da cítara,

porque o Senhor ama o seu povo,
coroa os humildes com a vitória.
Exultem de alegria os fiéis,
cantem jubilosos em suas casas;

em sua boca os louvores de Deus.
Esta é a glória de todos os seus fiéis.


Santo do dia

Santa Isabel, rainha da Hungria, +1231




Sobre a dura casca espiritual da Idade Média, irrompida pela graça de Deus, brotou uma das flores mais delicadas da Cristandade: Santa Isabel de Hungria. Nasceu no ano 1207 em um dos castelos - Saróspatak ou Posonio - de seu pai, André II rei da Hungria, que a teve com sua primeira mulher, Gertrudes, filha de Bertoldo IV, que corria em suas veias o sangue de Bela I, também rei de Hungria, pelo qual a princesinha Isabel veio a ser a mais preciosa flor da estirpe real húngara.

Abriu a princesinha seus olhos à luz em um ambiente de luxo e abundância que, por divino contraste, foi despertando em seu sensível coração anseios de evangélica pobreza.
Do seu privilegiado posto na corte descia, desde muito pequena, para procurar os necessitados, e os presentes que recebia de seus pais passavam logo para as mãos dos pobres. Em vão a vestiam com ricos trajes, porque aproveitava o menor descuido para tirar as sedas e brocados, e dá-los aos pobres e voltar ao palácio com os farrapos da mais miserável de suas amiguinhas.
Conforme os costumes da época, foi prometida em sua mais tenra idade a Luís, filho de Herman I, da Turingia. O matrimônio aconteceu no ano 1221, quer dizer, quando Isabel completava seus 14 anos, em Wartburgo de Turingia. E desta maneira a princesa, nascida em um país cheio de sol e de abundância como era a Hungria, veio parar à dura e pobre terra germânica.
A pobreza do povo estimulou ainda mais a caridade da princesa Isabel. Tudo lhe parecia pouco para remediar aos necessitados: a prata de suas arcas, as jóias que trouxe como dote e até seus próprios alimentos e roupas. Enquanto podia, aproveitando as sombras da noite, deixava o palácio e visitava uma a uma as choças dos vassalos mais pobres para levar aos doentes e às crianças, sob seu manto, um cântaro de leite ou uma broa de pão.
Tendo Luis morrido no decorrer de uma Cruzada, em 1227, a princesa Isabel ficou viúva e desamparada aos vinte anos numa corte estrangeira e hostil, e foi então que realmente começou o seu calvário. Seu cunhado Herman, querendo substituir os filhos de Luís da herança do Ducado, acusou Isabel de prodigalidade, e era verdade que ela tinha esvaziado até o fundo de sua arca para remediar a miséria do povo no temível "ano da fome" que a Europa inteira atravessava. As acusações de Herman encontraram eco na corte, e a princesa Isabel, expulsa do palácio, teve que buscar refúgio com seus três filhos e a companhia de duas serventes em Marburgo, a pátria de sua mãe.
Neste tempo, voltavam os cruzados dos Santos Lugares ardendo em febres e com suas carnes maceradas pela lepra, e a eles Isabel dedicava seus mais amorosos cuidados, em memória, sem dúvida, de seu marido, morto muito longe do alcance de suas mãos.
Isabel, firme em seu propósito de dedicar a sua vida aos pobres e doentes, buscando neles o próprio Cristo, rejeitou uma e outra vez o apelo de seu pai, o rei da Hungria, que, valendo-se de nobres emissários e até da autoridade episcopal, tentava convencê-la a voltar a seu país.
Em troca, acudiu solícita ao chamamento do Senhor, e aos vinte e quatro anos, em 1231, subiu ao céu para receber o prémio merecido por ter dado água a tantos lábios sedentos, curado tantas feridas ulceradas e consolado tantos corações oprimidos.



cf.www.acidigital.com

«Se ao menos hoje conhecesses o que te pode dar a paz! »

Quinta-feira, dia 17 de Novembro de 2016

Quinta-feira da 33ª semana do Tempo Comum


Santo do dia : Santa Isabel, rainha da Hungria, +1231

Ver comentário em baixo, ou carregando aqui
Beato Paulo VI : «Se ao menos hoje conhecesses o que te pode dar a paz! »

Livro do Apocalipse 5,1-10.
Eu, João, vi na mão direita d’Aquele que estava sentado no trono um livro escrito por dentro e por fora, selado com sete selos.
Vi também um Anjo poderoso, que proclamava em alta voz: «Quem é digno de abrir o livro e quebrar os seus selos?».
Mas ninguém, nem no céu, nem na terra, nem debaixo da terra, podia abrir o livro nem olhar para ele.
Eu chorava muito, porque não se encontrava ninguém que fosse digno de abrir o livro nem de olhar para ele.
Disse-me então um dos Anciãos: «Não chores! O leão da tribo de Judá, o descendente de David, alcançou a vitória; Ele abrirá o livro e os seus sete selos».
Vi então, entre o trono e os quatro Seres Vivos e os Anciãos, um Cordeiro de pé, que parecia ter sido imolado. Tinha sete chifres e sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus, enviados por toda a terra.
O Cordeiro foi receber o livro da mão direita d’Aquele que estava sentado no trono.
Quando o Cordeiro recebeu o livro, os quatro Seres Vivos e os vinte e quatro Anciãos prostraram-se diante d’Ele, cada um com uma harpa e taças de ouro cheias de perfumes, que são as orações dos santos.
E cantavam um cântico novo, dizendo: «Sois digno de receber o livro e de abrir os selos, porque fostes imolado e resgatastes para Deus, com o vosso sangue, homens de toda a tribo, língua, povo e nação,
e fizestes deles, para o nosso Deus, um reino de sacerdotes, que reinarão sobre a terra».



Livro de Salmos 149(148),1-2.3-4.5-6a.9b.
Cantai ao Senhor um cântico novo,

cantai ao Senhor na assembleia dos santos.
Alegre-se Israel em seu Criador,

rejubilem os filhos de Sião em seu Rei.
Louvem o seu nome com danças,
cantem ao som do tímpano e da cítara,

porque o Senhor ama o seu povo,
coroa os humildes com a vitória.
Exultem de alegria os fiéis,
cantem jubilosos em suas casas;

em sua boca os louvores de Deus.
Esta é a glória de todos os seus fiéis.




Evangelho segundo S. Lucas 19,41-44.
Naquele tempo, quando Jesus Se aproximou de Jerusalém, ao ver a cidade, chorou sobre ela e disse:
«Se ao menos hoje conhecesses o que te pode dar a paz! Mas não. Está escondido a teus olhos.
Dias virão para ti, em que os teus inimigos te rodearão de trincheiras e te apertarão de todos os lados.
Esmagar-te-ão a ti e aos teus filhos e não deixarão em ti pedra sobre pedra, por não teres reconhecido o tempo em que foste visitada».




Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Beato Paulo VI (1897-1978), papa de 1963 a 1978
Discurso à ONU, 4 de outubro de 1965



Nunca mais a guerra, nunca mais a guerra! É a paz, a paz, que deve guiar o destino dos povos e de toda a humanidade! [...]

A paz, vós o sabeis, não se constrói apenas por meio da política e do equilíbrio de forças e de interesses. Ela constrói-se com o espírito, as ideias, as obras da paz. Vós trabalhais nesta grande obra.

Mas vós não estais ainda senão no princípio do vosso trabalho. Chegará o mundo a mudar a mentalidade particularista e belicosa que urdiu até agora uma tão grande parte da sua história? É difícil prevê-lo; mas é fácil afirmar que é preciso pôr-se resolutamente a caminho em direção à nova história, uma história pacífica, que será verdadeira e plenamente humana.


quarta-feira, 16 de novembro de 2016

«Fazei-as render»

Comentário do dia:

São Josemaría Escrivá de Balaguer (1902-1975), presbítero, fundador
«Amigos de Deus», n.º 46



«Senhor, aqui está a tua mina, que eu guardei num lenço.» Que ocupação escolherá este homem, agora que abandonou o seu instrumento de trabalho? Tendo decidido irresponsavelmente optar pela comodidade de devolver só o que lhe entregaram, dedicar-se-á a matar o tempo: os minutos, as horas, os dias, os meses, os anos, a vida! Os outros afadigam-se, negoceiam, empenham-se nobremente em restituir mais do que receberam – o legítimo fruto, aliás, porque a recomendação foi muito concreta: «Fazei-as render até que eu volte», encarregai-vos deste trabalho para conseguirdes algum lucro, até que o dono regresse. Pois este não; este inutiliza a sua existência.

Que pena viver tendo como ocupação matar o tempo, que é um tesouro de Deus! Não há desculpas para justificar essa atuação. Adverte São João Crisóstomo: «Que ninguém diga: só tenho um talento, não posso ganhar coisa alguma. Também com um só talento podes agir de forma meritória.» Que tristeza não tirar partido, autêntico rendimento, de todas as faculdades, poucas ou muitas, que Deus concede ao homem para que se dedique a servir as almas e a sociedade! Quando, por egoísmo, o cristão se retrai, se esconde, se despreocupa, numa palavra, quando mata o tempo, coloca-se em perigo de matar o Céu. Quem ama a Deus, não entrega só o que tem, o que é, ao serviço de Deus: dá-se a si mesmo.






Evangelho segundo S. Lucas 19,11-28.



Naquele tempo, disse Jesus uma parábola, porque estava perto de Jerusalém e eles pensavam que o reino de Deus ia manifestar-se imediatamente.
Então Jesus disse: «Um homem nobre foi para uma região distante, a fim de ser coroado rei e depois voltar.
Antes, porém, chamou dez dos seus servos e entregou-lhes dez minas, dizendo: ‘Fazei-as render até que eu volte’.
Ora os seus concidadãos detestavam-no e mandaram uma delegação atrás dele para dizer: ‘Não queremos que ele reine sobre nós’.
Quando voltou, investido do poder real, mandou chamar à sua presença os servos a quem entregara o dinheiro, para saber o que cada um tinha lucrado.
Apresentou-se o primeiro e disse: ‘Senhor, a tua mina rendeu dez minas’.
Ele respondeu-lhe: ‘Muito bem, servo bom! Porque foste fiel no pouco, receberás o governo de dez cidades’.
Veio o segundo e disse-lhe: ‘Senhor, a tua mina rendeu cinco minas’.
A este respondeu igualmente: ‘Tu também ficarás à frente de cinco cidades’.
Depois veio o outro e disse-lhe: ‘Senhor, aqui está a tua mina, que eu guardei num lenço,
pois tive medo de ti, que és homem severo: levantas o que não depositaste e colhes o que não semeaste’.
Disse-lhe o rei: ‘Servo mau, pela tua boca te julgo. Sabias que sou homem severo, que levanto o que não depositei e colho o que não semeei.
Então, porque não entregaste ao banco o meu dinheiro? No meu regresso tê-lo-ia recuperado com juros’.
Depois disse aos presentes: ‘Tirai-lhe a mina e dai-a ao que tem dez’.
Eles responderam-lhe: ‘Senhor, ele já tem dez minas!’.
O rei respondeu: ‘Eu vos digo: A todo aquele que tem se dará mais, mas àquele que não tem, até o que tem lhe será tirado.
Quanto a esses meus inimigos, que não me quiseram como rei, trazei-os aqui e degolai-os na minha presença’».
Dito isto, Jesus seguiu, à frente do povo, para Jerusalém.

Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Palavra do Senhor

Livro do Apocalipse 4,1-11.
Eu, João, vi uma porta aberta no Céu e a voz que antes ouvira falar-me como uma trombeta, dizia: «Sobe até aqui e eu te mostrarei o que vai acontecer depois disto».
Imediatamente caí em êxtase e vi um trono colocado no Céu, sobre o qual Alguém estava sentado.
Aquele que estava sentado tinha o aspeto resplandecente como a pedra de jaspe e cornalina e um arco-íris circundava o trono, com reflexos de esmeralda.
À volta deste trono, havia vinte e quatro tronos, em que estavam sentados vinte e quatro anciãos, vestidos de branco e com coroas de ouro na cabeça.
Do trono saíam relâmpagos, vozes e trovões e diante dele brilhavam sete lâmpadas de fogo, que são os sete Espíritos de Deus.
Diante do trono havia como que um mar transparente como o cristal. No meio do trono e ao seu redor, vi quatro Seres Vivos cheios de olhos à frente e atrás.
O primeiro Ser Vivo era semelhante a um leão, o segundo a um novilho, o terceiro tinha o rosto como o de um homem e o quarto era semelhante a uma águia em pleno voo.
Cada um dos quatro Seres Vivos tinha seis asas e estavam cheios de olhos a toda a volta e por dentro. E não cessavam de clamar dia e noite: «Santo, Santo, Santo, Senhor Deus omnipotente, Aquele que é, que era e que há de vir!».
E sempre que os Seres Vivos dão glória, honra e ação de graças Àquele que está sentado no trono e que vive pelos séculos dos séculos,
os vinte e quatro anciãos prostram-se diante d’Aquele que está sentado no trono, adoram Aquele que vive pelos séculos dos séculos e depõem as suas coroas diante do trono, dizendo:
«Sois digno, Senhor, nosso Deus, de receber a honra, a glória e o poder, porque fizestes todas as coisas e pela vossa vontade existem e foram criadas».

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Livro de Salmos 150(149),1-2.3-4.5-6.
Louvai o Senhor no seu santuário,
louvai-O no seu majestoso firmamento.
Louvai-O pela grandeza das suas obras,
louvai-O pela sua infinita majestade.

Louvai-O ao som da trombeta,
louvai-O ao som da lira e da cítara.
Louvai-O com o tímpano e com a dança,
louvai-O ao som da harpa e da flauta.

Louvai o Senhor,
louvai-O com címbalos sonoros.
Louvai-O com címbalos retumbantes.
Tudo quanto respira louve o Senhor.




Santo do dia

Quarta-feira da 33ª semana do Tempo Comum


Santo do dia : Santa Gertrudes, Magna, monja, +1303, Santa Margarida, rainha da Escócia, +1093, S. José Moscati, médico, +1927

Santa Gertrudes, Magna, monja, +1303

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Santa Gertrudes, a Grande



Santa Gertrudes de Helfta foi monja cisterciense e escritora mística, também conhecida como Gertrudes a Grande, ou Gertrudes a Magna. Das origens de Gertrudes de Helfta só se conhece a data de nascimento: 6 de janeiro de 1256. O lugar parece ter sido Eisleben, e a familia é um enigma. O silêncio a respeito resultou suspeito, e se há elaborado conjecturas como a procedência servil ou pobre; haver sido abandonada; ou ser filha ilegítima de algum nobre. O que é seguro é que em sua familia existiam circunstâncias que na época não era adequado mencionar.

Com a idade de 5 anos ingressou no mosteiro de Helfta. Sobre isto tão pouco hão ficado noticias, desconhecendo-se como chegou e se foi acolhida exclusivamente como educanda, para ser formada na escola de meninas a cargo de Matilde de Hackeborn; ou como oblata, oferecida a Deus para converter-se em monja.

Gertrudes iniciou sua aprendizagem monástica. Realizou o noviciado, professou e recebeu uma cuidada formação teológica, filosófica, literaria e musical. Sua vida foi normal até os 25 anos, como uma monja a mais do mosteiro, dedicada à cópia de manuscritos, à costura e aos labores agrícolas da horta monastica. Não desempenhou cargos importantes, ou ao menos só se conhece que foi cantora segundo às ordens de Matilde de Hackeborn.

Em 27 de janeiro de 1281 teve sua primeira experiência mística, que suporía uma profunda mudança em sua vida. Tratou-se de uma visão de Cristo adolescente, que lhe dizia: "Não temas, te salvarei, te livrarei... Volve-te a mim e eu te embriagarei com a torrente de meu divino regalo". A partir disto deixou os estudos profanos e de literatura pelos estudos teológicos; e sua existência passou de ser rotineira a viver uma profunda experiencia mística.

Gertrudes viverá uma intensa vida mística em meio a vida comunitaria. Muitas vezes sofreu enfermidades, porém isto não a incapacitou para dedicar-se a escrever diversas obras literárias entre as que se encontravam comentarios à Sagrada Escritura. Se perderam quase todas as suas obras, conservando-se só três.

Seus escritos e espiritualidade passaram desapercebidos até 1536 em que os cartuxos de Colonia imprimem o Memorial. A aceitação e êxito foi enorme, e produziu-se toda uma corrente espiritual em torno a ela que se traduziu em reedições contínuas de seus escritos e numerosas biografias. Por tal êxito, e ao desconhecer o apelido, começou a ser chamada Gertrudes a Grande, ou a Magna.
Gertrudes morreu em 17 de novembro de 1302, em Helfta, aos 45 anos de idade.
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Santa Margarida, rainha da Escócia, +1093



Santa Margarida da Escócia nasceu em 1046 na Hungria, onde seu pai Edward Aetheling e sua mãe Águeda viviam exilados, porque o reino da Inglaterra havia passado para as mãos do rei Canuto. Com a morte desse rei puderam regressrar à pátria.
Margarida da Escócia conseguiu a santidade não pelos difíceis caminhos da dor e da humilhação, mas na alegria e na simplicidade. Na verdade, Margarida conheceu o rei Malcolm III, pelo qual foi pedida em casamento, subindo aos vinte e quatro anos ao trono na Escócia. Da sua união nasceram seis filhos homens e duas mulheres, educados cristãmente pela piedosa Margarida. Seu marido soube valer-se da ajuda da esposa, culta e sábia, e imitando-lhe, a seu modo, o fervor religioso beijava os livros de devoção, uma vez que não sabia ler.
Santa Margaria morreu a 16 de novembro de 1093 em Edimburgo e foi sepultada em Dunferline. Foi canonizada em 1249.



cf.www.catolicanet.com.br

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S. José Moscati, médico, +1927


S. José Moscati

Nasceu na Itália em 1880 de família que tanto aspirava Deus, que com apenas 17 anos obrigou-se particularmente ao voto de castidade perpétua.

Tendido aos estudos, cursou a faculdade de medicina na Universidade de Nápoles e chegou, com 23 anos, ao doutorado e nesta área pôde ocupar altos cargos, além de representar a Itália nos Congressos Médicos Internacionais. Com competência profissional, Moscati curou com particular eficiência e caridade milhares e milhares de doentes.

Em Nápoles, embora procurado por toda classe de doentes, dava, contudo, preferência aos mais pobres e indigentes. Sem dúvida foi na prática da caridade para com os pobres que se manifestou toda sua grandeza, ao ponto de receber o título de médico e pai dos pobres, isto num tempo em que a cultura se afastava da fé.

José Moscati corajosamente viveu até 1927 e testemunhou a Verdade, tanto assim que encontramos em seus escritos: " Ama a verdade, mostra-te como és, sem fingimentos, sem receios, sem respeito humano. Se a verdade te custa a perseguição, aceita-a; se te custa o tormento, suporta-o. E se, pela verdade, tivesses que sacrificar-te a ti mesmo e a tua vida, sê forte no sacrifício".



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terça-feira, 15 de novembro de 2016

«Eu hoje devo ficar em tua casa.»

Comentário do dia:

Santa Isabel da Santíssima Trindade (1880-1906), carmelita
Último retiro, 42-44



«Só em Deus repousa a minha alma; dele vem a minha salvação. Só Ele é o meu rochedo e a minha salvação, a minha fortaleza; jamais vacilarei» (Sl 61, 2-3). Eis o mistério que canta hoje a minha lira! Como a Zaqueu, o meu Mestre disse-me: «Desce depressa, que Eu hoje devo ficar em tua casa.» Desce depressa, mas aonde? Ao mais fundo de mim própria: depois de me ter deixado a mim própria, separado de mim própria, despojado de mim própria, numa palavra, sem mim própria.

«Eu hoje devo ficar em tua casa.» É o meu Mestre que me exprime esse desejo! O meu Mestre quer habitar em mim, com o Pai e o seu Espírito de amor, porque, segundo a expressão do discípulo amado, eu estou em comunhão com eles (1Jo 1,3). «Já não sois hóspedes nem peregrinos, mas sois concidadãos dos santos e membros da família de Deus», diz S. Paulo (Ef 2,19). E para mim ser «concidadãos dos santos e membros da família de Deus» consiste em viver no seio da tranquila Trindade, no meu abismo interior, nessa fortaleza inexpugnável do santo recolhimento de que fala S. João da Cruz. [...]

Oh! Que bela é esta criatura assim despojada, salva de si própria! [...] Ela sobe, eleva-se acima dos sentidos, da natureza; ultrapassa-se a si própria; ultrapassa toda a alegria, assim como toda a dor, e passa através das nuvens, para só descansar quando tiver penetrado no interior daquele que ama e que lhe concederá, Ele próprio, o repouso. [...] O Mestre disse-lhe: «Desce depressa.» É ainda sem de lá sair que ela viverá, à imagem da Trindade imutável, num eterno presente [...], tornando-se, por um olhar sempre mais simples, mais unitivo, «o esplendor da sua glória» (Heb 1,3), dito de outro modo, louvor e glória da suas adoráveis perfeições.

Evangelho segundo S. Lucas 19,1-10.



Naquele tempo, Jesus entrou em Jericó e começou a atravessar a cidade.
Vivia ali um homem rico chamado Zaqueu, que era chefe de publicanos.
Procurava ver quem era Jesus, mas, devido à multidão, não podia vê-l’O, porque era de pequena estatura.
Então correu mais à frente e subiu a um sicómoro, para ver Jesus, que havia de passar por ali.
Quando Jesus chegou ao local, olhou para cima e disse-lhe: «Zaqueu, desce depressa, que Eu hoje devo ficar em tua casa».
Ele desceu rapidamente e recebeu Jesus com alegria.
Ao verem isto, todos murmuravam, dizendo: «Foi hospedar-Se em casa dum pecador».
Entretanto, Zaqueu apresentou-se ao Senhor, dizendo: «Senhor, vou dar aos pobres metade dos meus bens e, se causei qualquer prejuízo a alguém, restituirei quatro vezes mais».
Disse-lhe Jesus: «Hoje entrou a salvação nesta casa, porque Zaqueu também é filho de Abraão.
Com efeito, o Filho do homem veio procurar e salvar o que estava perdido».


Palavra do Senhor


Livro do Apocalipse 3,1-6.14-22.
Eu, João, ouvi o Senhor que me dizia: «Ao Anjo da Igreja de Sardes, escreve: ‘Eis o que diz Aquele que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas: Conheço as tuas obras. És considerado vivo, mas estás morto.
Desperta e reanima esses restos de vida moribunda, pois verifico que as tuas obras não são perfeitas aos olhos do meu Deus.
Lembra-te como aceitaste a palavra que ouviste; guarda-a e arrepende-te. Se não despertares, virei como o ladrão, sem que saibas a hora em que virei ao teu encontro.
Todavia, tens em Sardes algumas pessoas que não mancharam as suas vestes: elas Me acompanharão, vestidas de branco, porque são dignas.
O vencedor será revestido de vestes brancas; não apagarei o seu nome do livro da vida, mas reconhecê-lo-ei diante de meu Pai e dos seus Anjos’.
Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às Igrejas.
Ao Anjo da Igreja de Laodiceia, escreve: ‘Assim fala o Ámen, a Testemunha fiel e verdadeira, o Princípio das criaturas de Deus:
Conheço as tuas obras: não és frio nem quente; antes fosses frio ou quente.
Mas porque és morno, isto é, nem frio nem quente, estou quase a vomitar-te da minha boca.
Tu dizes: “Sou rico, tenho fortuna e não preciso de nada”, e não sabes que és infeliz, pobre, cego e nu.
Aconselho-te a comprar de Mim ouro purificado pelo fogo para te enriqueceres, roupas brancas para te cobrires e ocultares a tua vergonhosa nudez e colírio para ungires os olhos e recuperares a vista.
Eu repreendo e castigo aqueles que amo. Sê zeloso e arrepende-te.
Eu estou à porta e chamo. Se alguém ouvir a minha voz e Me abrir a porta, entrarei em sua casa, cearei com ele e ele comigo.
Ao vencedor fá-lo-ei sentar-se comigo no meu trono, como Eu também fui vencedor e estou sentado com meu Pai no seu trono’.
Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às Igrejas».
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Livro de Salmos 15(14),2-3ab.3cd-4ab.5.
O que vive sem mancha e pratica a justiça
e diz a verdade que tem no seu coração
e guarda a sua língua da calúnia.
O que não faz mal ao seu próximo,

nem ultraja o seu semelhante,
nem ultraja o seu semelhante,
o que tem por desprezível o ímpio,
mas estima os que temem o Senhor.

O que não falta ao juramento mesmo em seu prejuízo
e não empresta dinheiro com usura,
nem aceita presentes para condenar o inocente.
Quem assim proceder jamais será abalado.




Santo do dia

Santo Alberto Magno, bispo, Doutor da Igreja, +1280




Foi, sem dúvida, um dos maiores sábios de todos os tempos.
Não dominava apenas, como Mestre, a Filosofia e a Teologia (matérias em que teve como discípulo S. Tomás de Aquino), mas também estendia seu saber às Ciências Naturais.
Foi físico e químico, estudou astronomia, meteorologia, mineralogia, zoologia, botânica, escreveu livros sobre tecelagem, navegação, agricultura. Tão assombroso acumular de ciência não o impediu, porém, de ser um piedoso e exemplar dominicano.

Nomeado Bispo de Regensburg, mostrou-se Pastor zeloso e exemplar; mas, logo que pôde, pediu e obteve dispensa das funções episcopais e retornou à sua cela de monge humilde e sábio.
Foi chamado o "Doutor Universal".

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Carta de amor


· ​Missa em Santa Marta ·



O amor cristão é sempre «concreto», com «obras de misericórdia», porque tem como único critério a encarnação de Cristo; por esta razão não se deve cair no «processo» sedutor de «intelectualizar e ideologizar» que «descarna o amor», chegando assim ao «triste espetáculo de um Deus sem Cristo, de um Cristo sem Igreja e de uma Igreja sem povo». Na missa celebrada a 11 de novembro em Santa Marta, o Papa admoestou precisamente contra o risco de crer «num amor de romance ou de telenovela, mundano, filosófico, abstrato e soft».

A reflexão do Pontífice partiu do trecho da segunda leitura de São João (1, 3-9) proposto pela liturgia: «Parece – observou – uma carta de um apaixonado: é o diálogo de amor entre o pastor e a sua esposa, a Igreja». Um diálogo «tão delicado, tão respeitador», a ponto que o apóstolo chama a Igreja «senhora eleita por Deus».



Com este «título cheio de amor o pastor dirige-se à Igreja». E sempre «com tanta delicadeza recorda que “caminhar no amor” é o mandamento que recebemos do Senhor».

De facto, na carta de João lê-se: «E agora, senhora, rogo-te, não como escrevendo-te um novo mandamento, mas aquele mesmo que desde o princípio tivemos: que nos amemos uns aos outros». É um convite a caminhar «no amor». Mas é deveras com «tanta mansidão e tanto respeito» que «o pastor se dirige à sua Igreja, à sua esposa».

«De que amor se trata?» é a questão apresentada por Francisco. «Porque esta palavra – explicou – hoje é usada, mas foi sempre usada, para tantas coisas: tudo é amor». Eis por que é necessário compreender bem «de qual amor» se trata. É «o amor, por exemplo, de um romance ou de uma telenovela, porque também isto se diz que é amor?». Ou então é «o amor teórico, dos filósofos?».

Na sua carta, João cita as palavras do pastor à sua esposa para lhe sugerir que esteja atenta. «Surgiram no mundo muitos sedutores» que, disse o Papa, «propõem outro amor ou outra explicação do amor» e «também outra explicação do amor cristão, porque para eles é assim».

«O critério do amor cristão – afirmou o Pontífice – é a encarnação do verbo». A este propósito João é explícito: «Porque já muitos enganadores entraram no mundo, os quais não confessam que Jesus Cristo veio em carne». E prossegue: «Este tal é o enganador e o anticristo!». De resto, explicou o Papa, «um amor que não reconhece que Jesus veio em carne, em carne, não é o amor que Deus nos comanda: é um amor mundano, é um amor filosófico, é um amor abstrato, é um amor falido, é um amor soft».

Ao contrário, «o critério do amor cristão é a encarnação do Verbo» relançou Francisco. E «quem diz que o amor cristão é outra coisa, este é o anticristo, que não reconhece que o Verbo veio em carne». É precisamente «esta a nossa verdade: Deus enviou o seu Filho, encarnou-se e levou uma vida como a nossa». Eis por que se deve «amar como Jesus amou; amar como Jesus nos ensinou; amar seguindo o exemplo de Jesus; amar, caminhando pela vereda de Jesus». E «a vereda de Jesus é dar a vida».

No trecho evangélico de Lucas (17, 26-37), recordou o Papa, «Jesus admoesta-nos: «A pessoa que procura os seus próprios interesses nunca terá a vida verdadeira; mas quem esquece a si mesmo terá a vida verdadeira». Com efeito, «ele perdeu a vida por amor, para a reencontrar na sua ressurreição». Por conseguinte, «a única maneira de amar como Jesus amou é sair continuamente do próprio egoísmo e pôr-se ao serviço dos outros». Também o apóstolo Tiago repete isto com força na sua carta, «porque o amor cristão é um amor concreto, porque é concreta a presença de Deus em Jesus Cristo, que veio em carne: a encarnação do verbo».

Voltando à carta de João, o Pontífice repetiu também as palavras com as quais o pastor «admoesta bem» a “senhora”: «Prestai atenção a vós próprios para não arruinar aquilo que construímos e para receber uma recompensa plena». Trata-se de um convite a prestar atenção, com mais um trecho: «Todo aquele que prevarica e não persevera na doutrina de Cristo não tem a Deus; quem persevera na doutrina de Cristo, esse tem tanto o Pai como o Filho». Por conseguinte, explicou o Papa, «o Verbo veio em carne, mas vós estais também dentro de uma encarnação, entre aspas, na comunidade, na Igreja, porque quem prevarica esta doutrina da carne, quem prevarica e não permanece na doutrina de Cristo, não possui Deus». E «este prevaricar é um mistério: é sair do mistério da encarnação do Verbo, do mistério da Igreja, porque a Igreja é a comunidade em volta da presença de Cristo, o qual preserva».

Francisco fez referência à palavra grega «proagon», que é «muito forte», para indicar «quem prevarica». E «dali – prosseguiu – surgem todas as ideologias sobre o amor, as ideologias sobre a Igreja, as ideologias que privam a Igreja da carne de Cristo». Mas precisamente «estas ideologias descarnam a Igreja». Levam a dizer: «sim, eu sou católico; sim, sou cristão; eu amo todo o mundo com um amor universal». Mas «é tão etéreo». Ao contrário «um amor está sempre dentro, é concreto, e não além desta doutrina da encarnação do Verbo».

«O caminho da Igreja, a pertença à Igreja – afirmou o Pontífice – é sempre dentro, se prevaricar, sai da Igreja». E assim «quem quiser amar não como Cristo ama a sua esposa, a Igreja, com a própria carne e dando a vida, ama ideologicamente: não ama com todo o corpo e com toda a alma». E «este modo de proceder das teorias, das ideologias, até das propostas de religiosidade tiram a carne de Cristo, tiram a carne da Igreja, prevaricam e arruínam a comunidade, arruínam a Igreja». Nunca se deve «prevaricar o seio da mãe, da santa mãe Igreja hierárquica».

A carta de João revela o seu amor pela Igreja, em particular precisamente quando faz presente que «se começarmos a teorizar sobre o amor, sobre o caminhar no amor fora da Igreja, fora da encarnação do Verbo – explicou o Papa – chegaremos a uma realidade tão frequente na história da Igreja, também nos nossos dias: chegaremos à transformação daquilo que Deus quer, que quis com a encarnação do Verbo; chegaríamos a um Deus sem Cristo, a um Cristo sem Igreja e a uma Igreja sem povo». E «tudo neste processo de descarnar a Igreja».

Antes de retomar a celebração, Francisco pediu para rezar «ao Senhor para que o nosso caminhar no amor nunca – nunca! – nos transforme num amor abstrato». E para que o amor seja «concreto, com as obras de misericórdia», para tocar «a carne de Cristo ali, de Cristo encarnado». Foi «por isso que o diácono Lourenço disse que os pobres são o tesouro da Igreja, porque são a carne sofredora de Cristo».

Ao Senhor, concluiu o Papa, «pedimos esta graça de não prevaricar e de não entrar neste processo, que talvez seduza tanta gente, de intelectualizar, de ideologizar este amor, descarnando a Igreja, descarnando o amor cristão». E «de não chegar ao triste espetáculo de um Deus sem Cristo, de um Cristo sem Igreja e de uma Igreja sem povo».

De braços abertos


· Na última audiência jubilar o Papa falou da inclusão ·

Última audiência jubilar no ano santo extraordinário: aos numerosos fiéis reunidos na praça de São Pedro para o encontro de sábado, 12 de novembro, o Papa falou da ligação entre misericórdia e inclusão. «Com efeito, Deus – explicou – não quer excluir ninguém, antes incluir todos». Por esta razão também «nós cristãos somos convidados a usar o mesmo critério»: o da misericórdia, que «é a forma melhor de agir, um estilo, com o qual procuramos incluir na nossa vida os outros, evitando de nos fecharmos nas nossas seguranças egoístas».




Eis porque, esclareceu o Pontífice, «a inclusão se manifesta no abrir os braços para acolher sem classificar os outros a partir da sua condição social, língua, raça, cultura, religião». Como fazer? Francisco disse claramente: pensando que «diante de nós está uma pessoa que deve ser amada como Deus a ama. Aqueles que encontro no meu trabalho, no meu bairro». Sem hesitar: «Mas este é daquele país, de outro país, desta religião, de outra religião»; a única coisa importante é que temos na nossa frente «uma pessoa que ama a Deus e que eu tenho que amar». Daqui o convite a não esquecer as numerosas «pessoas cansadas e oprimidas» que «encontramos pelo caminho, nas administrações públicas, nos consultórios médicos». Na realidade «o olhar de Jesus recai sobre cada um daqueles rostos, também através dos nossos olhos». E o próprio Evangelho «exorta-nos a reconhecer na história da humanidade o desígnio de uma grande obra de inclusão, que, respeitando plenamente a liberdade de cada pessoa, comunidade, povo, exorta todos a formar uma família de irmãos e irmãs e a fazer parte da Igreja». E dado que, prosseguiu no seu raciocínio, os braços de Jesus «abertos na cruz mostram que ninguém está excluído do seu amor, nem os maiores pecadores», a expressão mais imediata com a qual podemos sentir-nos «acolhidos e inseridos n'Ele é o perdão. Todos – observou – temos necessidade de ser perdoados. E todos precisamos encontrar irmãos e irmãs que nos ajudem a ir ter com Jesus. Não coloquemos obstáculos uns aos outros! Não excluamos ninguém! Aliás – exortou – com humildade e simplicidade tornemo-nos instrumento da misericórdia inclusiva do Pai».

Catequese do Papa

«Senhor, que eu veja.»

Comentário do dia:

Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein) (1891-1942), carmelita, mártir, co-padroeira da Europa
Poema «Noite feliz»



Muitas vezes, tive a impressão de ficar sem forças.
Mais vezes ainda, desesperei de ver a luz.
Mas, quando o meu coração estava tomado pela dor,
eis que uma estrela se elevou diante de mim.
Ela conduziu-me e eu segui-a,
primeiro com passo hesitante, depois com confiança. [...]

Aquilo que tinha de esconder no mais fundo do meu coração,
posso agora proclamá-lo alto e em bom som:
«creio e confesso a minha fé». [...]
Senhor, será possível que renasça
quem já viveu metade da sua vida (Jo 3,4)?
Tu o disseste e isso verificou-se comigo.
O fardo de uma longa vida de faltas e sofrimentos
caiu de cima dos meus ombros. [...]

Ah! nenhum coração humano pode compreender
o que Tu reservas aos que Te amam (1Cor 2, 9).
Agora que Te agarrei, nunca mais Te hei-de largar (Ct 3,4).
Seja qual for o caminho que tome a minha vida,
Tu estás comigo (Sl 22).
Nada poderá separar-me do teu amor (Rom 8, 39).





Evangelho segundo S. Lucas 18,35-43.




Naquele tempo, quando Jesus Se aproximava de Jericó, estava um cego a pedir esmola, sentado à beira do caminho.
Quando ele ouviu passar a multidão, perguntou o que era aquilo.
Disseram-lhe que era Jesus Nazareno que passava.
Então ele começou a gritar: «Jesus, filho de David, tem piedade de mim».
Os que vinham à frente repreendiam-no, para que se calasse, mas ele gritava ainda mais: «Filho de David, tem piedade de mim».
Jesus parou e mandou que Lho trouxessem. Quando ele se aproximou, perguntou-lhe:
«Que queres que Eu te faça?». Ele respondeu-Lhe: «Senhor, que eu veja».
Disse-lhe Jesus: «Vê. A tua fé te salvou».
No mesmo instante ele recuperou a vista e seguiu Jesus, glorificando a Deus. Ao ver o sucedido, todo o povo deu louvores a Deus.


Palavra do Senhor

Livro do Apocalipse 1,1-4.2,1-5a.
Revelação de Jesus Cristo, que Deus Lhe concedeu para mostrar aos seus servos o que há de acontecer muito em breve. Ele deu-o a conhecer ao seu servo João, pelo Anjo que enviou,
e João confirma a palavra de Deus e o testemunho de Jesus Cristo, em tudo o que viu.
Feliz de quem ler e dos que ouvirem as palavras desta profecia e observarem o que nela está escrito, porque o tempo está próximo.
João às sete Igrejas da Ásia: A graça e a paz vos sejam dadas por Aquele que é, que era e que há de vir, e pelos sete Espíritos que estão diante do seu trono.
Eu ouvi o Senhor que me dizia: «Ao Anjo da Igreja de Éfeso, escreve: ‘Eis o que diz Aquele que tem as sete estrelas na sua mão direita e caminha no meio dos sete candelabros de ouro:
Conheço as tuas obras, o teu trabalho e a tua perseverança. Sei que não podes suportar os maus, que puseste à prova aqueles que se dizem apóstolos sem o serem e descobriste que eram mentirosos.
Tens perseverança e sofreste pelo meu nome, sem desanimar.
Mas tenho contra ti que perdeste a tua caridade primitiva.
Lembra-te de onde caíste, arrepende-te e pratica as obras anteriores’».


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Livro de Salmos 1,1-2.3.4.6.
Feliz o homem que não segue o conselho dos ímpios,
nem se detém no caminho dos pecadores,
mas antes se compraz na lei do Senhor,
e nela medita dia e noite.

É como árvore plantada à beira das águas:
dá fruto a seu tempo
e sua folhagem não murcha.
Tudo quanto fizer será bem sucedido.

Bem diferente é a sorte dos ímpios:
são como palha que o vento leva.
O Senhor vela pelo caminho dos justos,
mas o caminho dos pecadores leva à perdição.




Santo do dia

S. José Pignatelli, presbítero, +1811




De família napolitana, pertencia a nobreza mais antiga. Quando tinha 4 anos de idade, a sua mãe faleceu e ele passou a morar com a irmã, condessa de Acerra. Com 16 anos de idade, decidiu entrar na Companhia de Jesus. O seu carácter, santidade, elegância e distinção, mesmo na humildade e na caridade e confiança plena em Deus, fizeram dele um dos santos mais representativos do século XVIII.

São José Pignatelli foi um dos que mais contribuiu para a restauração da Companhia de Jesus. Preso e expulso da Espanha juntamente com outros jesuítas em 1767, refugiou-se em Ferrara, nos Estados Pontifícios, até que, em 1773, Clemente XIV extinguiu a ordem. Anos difíceis, cheios de temores e perseguições. Porém, a ordem dos Jesuítas fora preservada na Rússia e Pignatelli esperou pacientemente pelo retorno da ordem dos Jesuítas a Nápoles assim como a todo o Ocidente: em Nápoles viu esse ideal acontecer em 1808, mas morreu antes da restauração definitiva no mundo, realizada pelo Papa Pio VII em 1814.



cf. www.asj.org.br

domingo, 13 de novembro de 2016

Liturgia de domingo

Trigésimo Terceiro Domingo do Tempo Comum (semana I do saltério)


Trigésimo Terceiro Domingo do Tempo Comum



A liturgia deste Domingo reflecte sobre o sentido da história da salvação e diz-nos que a meta final para onde Deus nos conduz é o novo céu e a nova terra da felicidade plena, da vida definitiva. Este quadro (que deve ser o horizonte que os nossos olhos contemplam em cada dia da nossa caminhada neste mundo) faz nascer em nós a esperança; e da esperança brota a coragem para enfrentar a adversidade e para lutar pelo advento do Reino.
Na primeira leitura, um “mensageiro de Deus” anuncia a uma comunidade desanimada, céptica e apática que Jahwéh não abandonou o seu Povo. O Deus libertador vai intervir no mundo, vai derrotar o que oprime e rouba a vida e vai fazer com que nasça esse “sol da justiça” que traz a salvação.
O Evangelho oferece-nos uma reflexão sobre o percurso que a Igreja é chamada a percorrer, até à segunda vinda de Jesus. A missão dos discípulos em caminhada na história, é comprometer-se na transformação do mundo, de forma a que a velha realidade desapareça e nasça o Reino. Esse “caminho” será percorrido no meio de dificuldades e perseguições; mas os discípulos terão sempre a ajuda e a força de Deus.
A segunda leitura reforça a ideia de que, enquanto esperamos a vida definitiva, não temos o direito de nos instalarmos na preguiça e no comodismo, alheando-nos das grandes questões do mundo e evitando dar o nosso contributo na construção do Reino.

A vinda de Cristo

Comentário do dia:

Santo Ambrósio (c. 340-397), bispo de Milão, doutor da Igreja
Comentário ao Evangelho segundo São Lucas X, 6-8



«Não ficará pedra sobre pedra: tudo será destruído». Estas palavras diziam respeito ao Templo edificado por Salomão [...], uma vez que tudo o que é construído pelas nossas mãos sucumbe ao desgaste ou à deterioração e está sujeito a ser derrubado pela violência ou destruído pelo fogo. [...] Mas dentro de nós também existe um templo que se desmorona se a fé faltar, em particular se em nome de Cristo procurarmos em vão apoderar-nos de certezas interiores, e talvez seja esta interpretação a mais útil para nós. Com efeito, de que servirá saber o dia do Juízo? De que me servirá, tendo consciência de todos os meus pecados, saber que o Senhor virá um dia, se Ele não vier à minha alma, não crescer no meu espírito, se Cristo não vier a mim, se Cristo não falar em mim? É a mim que Cristo deve vir, e é em mim que deve realizar-se a sua vinda.

Ora, a segunda vinda de Cristo terá lugar no nadir do mundo, quando pudermos dizer que «o mundo está crucificado para mim, e eu para o mundo» (Gal 6, 14). [...] Para quem lhe morreu o mundo, Cristo é eterno; para esse, o Templo é espiritual, a Lei espiritual, a própria Páscoa espiritual. [...] Então, para esse, realiza-se a presença da sabedoria, a presença da virtude e da justiça, a presença da redenção, porque Cristo na verdade morreu uma só vez pelos pecados de todos a fim de resgatar todos os dias os pecados de todos.




Evangelho segundo S. Lucas 21,5-19.


Naquele tempo, comentavam alguns que o templo estava ornado com belas pedras e piedosas ofertas. Jesus disse-lhes:
«Dias virão em que, de tudo o que estais a ver, não ficará pedra sobre pedra: tudo será destruído».
Eles perguntaram-Lhe: «Mestre, quando sucederá isto? Que sinal haverá de que está para acontecer?».
Jesus respondeu: «Tende cuidado; não vos deixeis enganar, pois muitos virão em meu nome e dirão: ‘Sou eu’; e ainda: ‘O tempo está próximo’. Não os sigais.
Quando ouvirdes falar de guerras e revoltas, não vos alarmeis: é preciso que estas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim».
Disse-lhes ainda: «Há de erguer-se povo contra povo e reino contra reino.
Haverá grandes terramotos e, em diversos lugares, fomes e epidemias. Haverá fenómenos espantosos e grandes sinais no céu».
Mas antes de tudo isto, deitar-vos-ão as mãos e hão-de perseguir-vos, entregando-vos às sinagogas e às prisões, conduzindo-vos à presença de reis e governadores, por causa do meu nome.
Assim tereis ocasião de dar testemunho.
Tende presente em vossos corações que não deveis preparar a vossa defesa.
Eu vos darei língua e sabedoria a que nenhum dos vossos adversários poderá resistir ou contradizer.
Sereis entregues até pelos vossos pais, irmãos, parentes e amigos. Causarão a morte a alguns de vós
e todos vos odiarão por causa do meu nome;
mas nenhum cabelo da vossa cabeça se perderá.
Pela vossa perseverança salvareis as vossas almas».




Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Palavra do Senhor

Livro de Malaquias 3,19-20.
Há-de vir o dia do Senhor, ardente como uma fornalha; e serão como a palha todos os soberbos e malfeitores. O dia que há de vir os abrasará – diz o Senhor do Universo – e não lhes deixará raiz nem ramos.
Mas, para vós que respeitais o meu nome, brilhará o sol de justiça, trazendo a cura nos seus raios; saireis e saltareis como bezerros para fora do estábulo.


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Livro de Salmos 98(97),5-6.7-8.9.
Cantai ao Senhor ao som da cítara,
ao som da cítara e da lira;
ao som da tuba e da trombeta,
aclamai o Senhor, nosso Rei.

Ressoe o mar e tudo o que ele encerra,
a terra inteira e tudo o que nela habita;
aplaudam os rios
e as montanhas exultem de alegria.

Diante do Senhor que vem,
que vem para julgar a terra:
julgará o mundo com justiça
e os povos com equidade.

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2ª Carta aos Tessalonicenses 3,7-12.
Irmãos: Vós sabeis como deveis imitar-nos, pois não vivemos entre vós na ociosidade,
nem comemos de graça o pão de ninguém. Trabalhámos dia e noite, com esforço e fadiga, para não sermos pesados a nenhum de vós.
Não é que não tivéssemos esse direito, mas quisemos ser para vós exemplo a imitar.
Quando ainda estávamos convosco, já vos dávamos esta ordem: quem não quer trabalhar, também não deve comer.
Ouvimos dizer que alguns de vós vivem na ociosidade, sem fazerem trabalho algum, mas ocupados em futilidades.
A esses ordenamos e recomendamos, em nome do Senhor Jesus Cristo, que trabalhem tranquilamente, para ganharem o pão que comem.



Santo do dia

Domingo, dia 13 de Novembro de 2016

33º Domingo do Tempo Comum


Festa da Igreja : Trigésimo Terceiro Domingo do Tempo Comum (semana I do saltério)
Santo do dia : Santo Estanislau Kostka, religioso, +1568, S. Diogo de Alcalá, religioso, +1463

Santo Estanislau Kostka, religioso, +1568




Nasceu na Polónia em 1550. Desde menino tinha profunda vocação religiosa. Mesmo tendo nascido em família nobre e poderosa, manteve-se fiel a Deus por toda a vida. Aos 13 anos, foi mandado para completar seus estudos na escola dos jesuítas, juntamente com seu irmão mais velho, Paulo. Foi lá que passou por uma grande provação. Nessa época, o imperador da Áustria, em luta contra a recém formada Companhia de Jesus, requisitou o prédio onde moravam os meninos que provinham de longe. Por esse facto, os estudantes tiveram que recorrer a pensões. Longe de seus mestres, muitos, facilmente, caíram em diversos pecados; porém, Estanislau não os seguiu, usando o seu tempo livre para dedicar-se cada vez mais aos estudos. Nessa época, ficou doente, tendo um enorme desejo de receber a sagrada Eucaristia. Prodigiosamente foi ouvido por dois Anjos que lha trouxeram!. Foi aí que o jovem teve total convicção de seu propósito de entrar na Companhia de Jesus. Ultrapassou diversos obstáculos para chegar ao seu ideal, com uma vida dedicada inteiramente aos estudos e à devoção. Muito devoto de Nossa Senhora, morreu, conforme havia previsto, aos 18 anos, em 1568, no dia da Assunção de Nossa Senhora.



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sexta-feira, 11 de novembro de 2016

«Jesus disse [...] uma parábola sobre a necessidade de orar sempre»

Comentário do dia:

São Basílio (c. 330-379), monge, bispo de Cesareia da Capadócia, doutor da Igreja
Homilia 5



Não podemos limitar a oração a pedidos em palavras. Com efeito, Deus não precisa apenas que Lhe façam discursos; mesmo que nada Lhe peçamos, sabe aquilo de que precisamos. O que dizer? A oração não consiste em fórmulas; antes abarca a vida toda. «Quer comais, quer bebais, quer façais qualquer outra coisa, fazei tudo para glória de Deus», diz o apóstolo Paulo (1Cor 10,31). Estás à mesa? Reza: ao pegar no pão, agradece Àquele que to concede; ao beber o vinho, lembra-te daquele que te proporcionou este dom, para te alegrar o coração e te consolar das tristezas. Terminada a refeição, não te esqueças de te recordar do teu benfeitor. Quanto vestes a túnica, agradece Àquele que ta deu; quanto vestes a capa, testemunha o teu afeto a Deus, que nos proporciona vestes adequadas ao inverno e ao verão, para nos proteger a vida.

Terminado o dia, agradece Àquele que te deu o sol para os trabalhos da jornada e o fogo para te iluminar o escuro e prover às tuas necessidades. A noite dá-te motivos de ação de graças; olhando o céu e contemplando a beleza das estrelas, reza ao Senhor do universo, que fez todas as coisas com tal sabedoria. Quando vês a natureza adormecida, adora Aquele que, por meio do sono, nos reconforta de todas as fadigas e nos devolve, através do repouso, o vigor das forças.

Deste modo, rezarás sem descanso, se a tua oração não se limitar a fórmulas, mas pelo contrário te mantiveres unido a Deus no decurso de toda a tua existência, de maneira a fazeres da vida uma oração incessante.



Evangelho segundo S. Lucas 18,1-8.



Naquele tempo, Jesus disse aos seus discípulos uma parábola sobre a necessidade de orar sempre sem desanimar:
«Em certa cidade vivia um juiz que não temia a Deus nem respeitava os homens.
Havia naquela cidade uma viúva que vinha ter com ele e lhe dizia: ‘Faz-me justiça contra o meu adversário’.
Durante muito tempo ele não quis atendê-la. Mas depois disse consigo: ‘É certo que eu não temo a Deus nem respeito os homens;
mas, porque esta viúva me importuna, vou fazer-lhe justiça, para que não venha incomodar-me indefinidamente’».
E o Senhor acrescentou: «Escutai o que diz o juiz iníquo!...
E Deus não havia de fazer justiça aos seus eleitos, que por Ele clamam dia e noite, e iria fazê-los esperar muito tempo?
Eu vos digo que lhes fará justiça bem depressa. Mas quando voltar o Filho do homem, encontrará fé sobre a terra?»

Palavra do Senhor

3ª Carta de S. João 1,5-8.
Caríssimo Gaio: Tu procedes fielmente em tudo o que fazes pelos irmãos, apesar de serem estrangeiros.
Eles deram testemunho da tua caridade perante a Igreja. Farás bem, provendo-os do necessário para a viagem, de maneira digna aos olhos de Deus.
Foi pelo nome do Senhor que eles se puseram a caminho, sem nada receberem dos pagãos.
Devemos, portanto, ajudar esses homens, para sermos cooperadores da verdade.

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Livro de Salmos 112(111),1-2.3-4.5-6.
Feliz o homem que teme o Senhor
e ama ardentemente os seus preceitos.
A sua descendência será poderosa sobre a terra,
será abençoada a geração dos justos.

Haverá em sua casa abundância e riqueza,
a sua generosidade permanece para sempre.
Brilha aos homens retos, como luz nas trevas,
o homem misericordioso, compassivo e justo.

Ditoso o homem que se compadece e empresta
e dispõe das suas coisas com justiça.
Este jamais será abalado;
o justo deixará memória eterna.

Santo do dia

Sabado, dia 12 de Novembro de 2016
S. Josafá Kuncevicz, monge, bispo, mártir, +1623




Nasceu na Ucrânia, cerca do ano 1580, de pais ortodoxos. Abraçou a fé católica e entrou na Ordem de S. Basílio. Ordenado sacerdote e eleito bispo de Polock, dedicou-se com grande empenho à causa da unidade de Igreja, pelo que foi perseguido pelos seus inimigos e morreu mártir em 1623.


«Como nos dias de Noé»

Comentário do dia:

São Romano, o Melodista (?-c. 560), compositor de hinos
Hino de Noé, estr. 11ss.




O sábio Noé [...] embarcou na arca por ordem de Deus, com os seus filhos e as mulheres destes, ao todo somente oito almas. Sem parar de gemer, este servo rezava assim: «Não me faças perecer com os pecadores, meu Salvador, pois vejo já o caos apoderar-se da criação e os elementos estão agitados pelo medo. [...] As nuvens estão preparadas, o céu está tumultuoso, os anjos acorrem à frente da tua cólera.» Ao ouvir estas palavras, Deus cerrou a arca e selou-a, enquanto o seu fiel gritava: «Salva todos os homens da cólera pelo amor que nos tens, redentor do universo!»

Do alto do céu, o juiz dá uma ordem; de imediato se abriram as comportas, precipitando as chuvas, torrentes de água e saraiva de um lado do mundo ao outro; e o medo fez brotar as fontes do abismo, inundando a terra em todo o lado. [...] Foi este o efeito da cólera de Deus, porque os homens haviam perseverado no seu endurecimento e não se tinham apressado a gritar-Lhe com fé: «Salva todos os homens da cólera pelo amor que nos tens, redentor do universo!» [...]

Em seguida, o coro dos anjos, vendo os homens carnais destruídos, gritou: «Agora, que os justos possuam toda a extensão da terra!» Porque o Criador gosta de ver aqueles que fez à sua imagem (Gn 1,26); foi por isso que pôs os seus santos de parte para os salvar. Noé [...] solta a pomba e ela regressa ao fim do dia, trazendo no bico um ramo de oliveira, que anunciava simbolicamente a misericórdia de Deus. Então Noé sai da arca, como que do túmulo, segundo a ordem que recebera [...], não como outrora Adão, que comera de uma árvore que dá a morte, pois Noé produzira um fruto de penitência ao dizer: «Salva todos os homens da cólera pelo amor que nos tens, redentor do universo!»

Mortas estão a corrupção e a iniquidade; o homem de coração reto triunfa pela sua fé, pois encontrou graça [...]. Então, o justo (Gn 6,9) ofereceu ao Senhor um sacrifício sem mancha [...]; o Criador aspirou o seu agradável perfume e [...] declarou: «Jamais o universo voltará a perecer num dilúvio, mesmo que todos os homens levem uma vida má. Hoje estabeleço uma aliança irrevogável com eles. Mostro o meu arco a todos os habitantes da Terra para lhes servir de sinal, para que todos Me invoquem assim: 'Salva todos os homens da cólera pelo amor que nos tens, redentor do universo!'»

Evangelho segundo S. Lucas 17,26-37.




Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Como sucedeu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do homem:
Comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca. Então veio o dilúvio, que os fez perecer a todos.
Do mesmo modo sucedeu nos dias de Lot: Comiam e bebiam, compravam e vendiam, plantavam e construíam.
Mas no dia em que Lot saiu de Sodoma, Deus mandou do céu uma chuva de fogo e enxofre, que os fez perecer a todos.
Assim será no dia em que Se manifestar o Filho do homem.
Nesse dia, quem estiver no terraço e tiver coisas em casa não desça para as tirar; e quem estiver no campo não volte atrás.
Lembrai-vos da mulher de Lot.
Quem procurar salvar a vida há de perdê-la e quem a perder há de salvá-la.
Eu vos digo que, nessa noite, estarão dois num leito: um será tomado e o outro deixado;
estarão duas mulheres a moer juntamente: uma será tomada e a outra deixada.
Dois homens estarão no campo: um será tomado e outro será deixado».
Então os discípulos perguntaram a Jesus: «Senhor, onde será isto?». Ele respondeu-lhes: «Onde estiver o corpo, aí se juntarão os abutres».

Palavras do Senhor

2ª Carta da S. João 1,4-9.
Senhora eleita de Deus: Muito me alegrei por saber que os teus filhos vivem no caminho da verdade, segundo o mandamento que recebemos do Pai.
E agora, Senhora, peço-te, não como quem escreve um mandamento novo, mas aquele que tivemos desde o princípio: amemo-nos uns aos outros.
Ora o amor consiste em viver segundo os seus mandamentos. Este é o mandamento que ouvistes desde o princípio e segundo o qual deveis viver.
Apareceram no mundo muitos sedutores, os quais não professam a fé em Jesus feito homem. Este é o sedutor e o anticristo.
Tende cuidado convosco, para não perderdes os frutos do nosso trabalho, mas, pelo contrário, para receberdes a plena recompensa.
Quem se afasta e não permanece na doutrina de Cristo não possui a Deus. Quem permanece na doutrina, esse possui o Pai e o Filho.

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Livro de Salmos 119(118),1.2.10.11.17.18.
Felizes os que seguem o caminho perfeito
e andam na lei do Senhor.
Felizes os que observam as suas ordens
e O procuram de todo o coração.

De todo o coração Vos procuro,
não me deixeis afastar dos vossos mandamentos.
Conservo a vossa palavra dentro do coração,
para não pecar contra Vós.

Fazei bem ao vosso servo:
viverei e cumprirei a vossa palavra.
Abri, Senhor, os meus olhos
para ver as maravilhas da vossa lei.




Santo do dia

Sexta-feira, dia 11 de Novembro de 2016




Santo do dia : S. Martinho (de Tours), bispo, +397
S. Martinho (de Tours), bispo, +397S


São Martinho nasceu no ano de 316, na Sabária da Panónia (Hungria). Seu pai era oficial do Exército Romano. Aos 12 anos, contrariando a vontade dos pais, tornou-se cristão. Entretanto, o pai contrapôs-se terminantemente a essa decisão do filho, alistando-o no Exército Romano. Aconteceu, nessa época, o famoso episódio da manta de guarda imperial: ao ver um mendigo tiritando de frio, corta ao meio a sua manta e oferece-lhe uma parte. À noite sonhou e viu Jesus envolto naquele pedaço de manta, dizendo: "Martinho, ainda não baptizado, deu-me este vestuário".
Abandonou, então, o Exército e fez-se baptizar por Santo Hilário de Poitiers. Entregou-se à vida de eremíta, fundando um mosteiro em Ligugé, França, onde vivia sob a orientação de Santo Hilário. Ordenado sacerdote, foi mais tarde aclamado bispo de Tours (371). Tornou-se um grande evangelizador da França, verdadeiramente pastor, fundando mosteiros, instruindo o clero, defendendo a causa dos oprimidos e deserdados deste mundo. Morreu no ano de 397.


quinta-feira, 10 de novembro de 2016

«O Reino de Deus está entre vós»

Comentário do dia:

Isaac o Sírio (século VII), monge perto de Mossul
Discursos ascéticos, 1.ª série



Os demónios temem-no, mas Deus e os anjos desejam o homem que com fervor, dia e noite, procura a Deus no seu coração, e que afasta para longe de si as ofensas do inimigo. O lugar espiritual de um homem com esta pureza de alma está no interior de si mesmo: o sol que brilha nele é a luz da Santíssima Trindade; o ar que os seus pensamentos respiram é o Espírito Santo consolador; e os santos anjos estão com ele. A sua vida, a sua alegria, o seu júbilo, são Cristo, luz da luz do Pai. Este homem rejubila a todas as horas de contemplação da sua alma, e maravilha-se com a beleza que nela vê, cem vezes mais luminosa que o esplendor do céu.

Esta é Jerusalém. É o Reino de Deus que está em nós, segundo a palavra do Senhor. Esse país é a nuvem da glória de Deus, onde apenas os corações puros entrarão, para contemplar a face de seu Mestre (Mt 5,8), e o entendimento que têm do Senhor será iluminado pelos raios da sua luz.