DECEPÇÃO
Jeremias 17.5-9
Jeremias 17.5-9
Quem, dentre nós, já não se decepcionou com alguém?
Sabemos que a decepção faz parte da vida de cada um de nós. Decepcionar-se, na verdade, é deixar-se surpreender pelo comportamento de alguém, de quem esperávamos outra atitude numa determinada situação. Quando, por exemplo, uma pessoa age conosco dentro do padrão ruim dela, não há surpresa, não há decepção, porque já estávamos preparados. O problema se torna real quando a atitude nos parece fora do comportamento esperado.
Por isto, o modo como lidamos com a decepção sinaliza nosso nível de maturidade.
Sabemos que a decepção faz parte da vida de cada um de nós. Decepcionar-se, na verdade, é deixar-se surpreender pelo comportamento de alguém, de quem esperávamos outra atitude numa determinada situação. Quando, por exemplo, uma pessoa age conosco dentro do padrão ruim dela, não há surpresa, não há decepção, porque já estávamos preparados. O problema se torna real quando a atitude nos parece fora do comportamento esperado.
Por isto, o modo como lidamos com a decepção sinaliza nosso nível de maturidade.
A Decepção na Bíblia
A Bíblia está cheia de histórias de decepções entre pessoas e até mesmo entre pessoas e Deus.
Decepções inter-humanas
Eis algumas das decepções que marcaram as vidas de muitas pessoas:
Eis algumas das decepções que marcaram as vidas de muitas pessoas:
-
Agar amava a Abraão, chegando a lhe dar um filho. No entanto, instigado
por Sara, sua também esposa, ele se separou de Agar, expulsando-a de
casa. No meio do deserto, para onde teve que fugir com o filho menor,
Agar chorou e orou muito. Deus viu a sua dor e fez dela uma nova mulher
(Gênesis 21.9-21).
-
Samuel era um profeta, sacerdote e juiz que fazia tudo por seu povo.
Assim mesmo, depois de tantos serviços prestados, os israelitas lhe
pediram que lhes escolhesse um rei, que não fosse ele, nem seus filhos. O
pedido o deixou enormemente decepcionado. As palavras com as quais
quiseram descartar seus líderes foram dolorosas: "Vê, já estás velho, e
teus filhos não andam pelos teus caminhos; constitui-nos, pois, agora,
um rei sobre nós, para que nos governe, como o têm todas as nações"
(1Samuel 8.5). Deus o consolou, dizendo que não era ele a quem o povo
rejeitava, mas ao próprio Deus (1Samuel 8.4-22).
- Depois
de uma vitória militar, Davi voltou para casa, a fim de compartilhar
sua alegria. O rei retornou dançando diante de Deus e na presença de
homens e mulheres. Tomada pelo ciúme, sua esposa o repreendeu
publicamente. Foi mútua a decepção; sua esposa, Mical, decepcionou-se
por causa do ciúme; Davi decepcionou-se por causa da falta de
compreensão dela. Os dois se separaram (2Samuel 6.14-23).
Decepções do homem com Deus
A Bíblia registra também histórias de decepções com Deus, que tiveram fins trágicos.
Caim
prestou um culto a Deus, que não foi aceito, por causa do propósito
ilegítimo que tinha ao prestá-lo. Assim mesmo, ele ficou decepcionado
com Deus. Como não podia matá-lo, assassinou seu irmão (Gênesis 4.1.16)
O
discípulo Judas desejou que seu Mestre, Jesus, fosse o Messias político
que ele e muitos outros queriam. Como Jesus foi o Messias que ele não
esperava, traiu-o, entregando-o à policia política judaica por 30 moedas
de prata, dinheiro suficiente para comprar um terreno próprio para
abrigar um cemitério (Mateus 27.7) . Seu beijo público selou sua
decepção, que terminou com uma corda no pescoço (Mateus 26.47-50;
27.3-5).
As decepções destes homens e mulheres nos ajudam a fazer uma anatomia de nossas próprias decepções.
PORQUE NOS DECEPCIONAMOS
Só
se decepciona com as pessoas quem se relaciona com as pessoas. Quem não
quer se decepcionar não deve se relacionar, mas esta hipótese não é
possível. Não há como reduzir a zero os nossos relacionamentos.
Em lugar de fugir das pessoas, precisamos aprender a como nos relacionar com elas e verificar como nos temos comportado. Comecemos por perguntar: por que nos decepcionamos?
Em lugar de fugir das pessoas, precisamos aprender a como nos relacionar com elas e verificar como nos temos comportado. Comecemos por perguntar: por que nos decepcionamos?
Temos uma visão errada da natureza humana
Nós
nos decepcionamos porque temos uma visão errada da natureza humana, ao
nos esquecermos que decepcionar é da condição humana. Devemos nos
lembrar que em nós não há bem nenhum.
Recordar o ensino bíblico acerca dos pecados nos ajuda a viver melhor. Há uma lei (um comportamento típico) em mim, que produz a seguinte característica: Quando quero fazer o bem, o mal está junto a mim (Romanos 7.21). A razão disto é que todos [os seres humanos] se desviaram, tornaram-se juntamente inúteis; não há ninguém que faça o bem, não há nem um sequer (Romanos 3.12). Por mais dura que seja esta verdade, esta é a verdade.
Por esta razão, Deus nos ensina a nos relacionar com os homens, mas não a confiar neles. O desafio de Jeremias pode não ser politicamente correto, mas é correto em todos os outros níveis, ao declarar: Assim diz o Senhor: "Maldito é o homem que confia nos homens, que faz da humanidade mortal a sua força" (Jeremias 17.5a,b).
Agar se decepcionou com Abraão, porque se esqueceu do que Sara podia fazer, por causa do seu ciúme, e do que Abraão podia executar, por causa da sua fraqueza. Mesmo aqueles que são geralmente pessoas bondosas fracassam e decepcionam, voluntária ou involuntariamente.
Recordar o ensino bíblico acerca dos pecados nos ajuda a viver melhor. Há uma lei (um comportamento típico) em mim, que produz a seguinte característica: Quando quero fazer o bem, o mal está junto a mim (Romanos 7.21). A razão disto é que todos [os seres humanos] se desviaram, tornaram-se juntamente inúteis; não há ninguém que faça o bem, não há nem um sequer (Romanos 3.12). Por mais dura que seja esta verdade, esta é a verdade.
Por esta razão, Deus nos ensina a nos relacionar com os homens, mas não a confiar neles. O desafio de Jeremias pode não ser politicamente correto, mas é correto em todos os outros níveis, ao declarar: Assim diz o Senhor: "Maldito é o homem que confia nos homens, que faz da humanidade mortal a sua força" (Jeremias 17.5a,b).
Agar se decepcionou com Abraão, porque se esqueceu do que Sara podia fazer, por causa do seu ciúme, e do que Abraão podia executar, por causa da sua fraqueza. Mesmo aqueles que são geralmente pessoas bondosas fracassam e decepcionam, voluntária ou involuntariamente.
Esperamos demais das pessoas.
Um
dos comportamentos produtores de decepção é a expectativa errada acerca
dos outros. Ela é facilmente explicada: todos queremos pertencer, todos
queremos nos relacionar. Às vezes, na verdade, queremos ser servidos ou
afagados pelas pessoas. Neste trajeto, idealizamos as pessoas,
idealizamos os relacionamentos, acabamos esperando demais das pessoas,
esperando delas o que não podem dar. Há pais que esperam demais dos seus
filhos. Há filhos que esperam demais dos seus pais. Expectativa elevada
é mãe de uma frustração elevada.
Não podemos esperar que o nosso próximo (mesmo o mais próximo) supra o que, por definição, não pode suprir.
Relacionemo-nos, mas não esperemos gratidão sempre. Só dez por cento das pessoas a quem socorremos, ajudamos e amamos nos socorrerá, nos ajudará e nos amará. O sentido de gratidão é uma exceção espiritual, não um comportamento natural. Quando só voltaram para agradecer um dos dez leprosos que curara, Jesus, que conhecia a alma humana, mostrou aos seus discípulos o que é a natureza humana (Lucas 17.17). Depois de ter servido por anos ao seu povo, Samuel esperava reconhecimento pelo seu trabalho. Não esperava ser descartado como um velho. Não esperava que seu modo de governar fosse substituído por outro. Samuel se esqueceu do que é a natureza humana. A sabedoria bíblica, por isto, nos pede para fazer o bem sem olhar a quem, como se fizéssemos o bem de olhos fechados, sem ver a quem servimos, que é a única maneira de jamais sermos decepcionados.
Relacionemo-nos, mas não esperemos que aqueles que têm algo contra nós venham conversar conosco, para buscar o entendimento e, quem sabe, a paz. Isto pode acontecer, mas o padrão humano é nos condenarem sem nos dar a oportunidade de defesa.
Relacionemo-nos, mas não esperemos que aqueles que nos ofenderam venham nos pedir perdão sincero. Isto pode até acontecer, mas o padrão humano, na melhor das hipóteses, é um pedido desculposo, do tipo: "oh, eu não quis ofender você, mas, se ofendi, peço perdão". Ou a gente ofende ou não ofende, não importa se culposa ou dolosamente. Não há meio termo.
Se a decepção é uma verdade, também é uma verdade que, apesar dela, precisamos nos relacionar. A recusa ao outro não é uma opção válida.
Não podemos esperar que o nosso próximo (mesmo o mais próximo) supra o que, por definição, não pode suprir.
Relacionemo-nos, mas não esperemos gratidão sempre. Só dez por cento das pessoas a quem socorremos, ajudamos e amamos nos socorrerá, nos ajudará e nos amará. O sentido de gratidão é uma exceção espiritual, não um comportamento natural. Quando só voltaram para agradecer um dos dez leprosos que curara, Jesus, que conhecia a alma humana, mostrou aos seus discípulos o que é a natureza humana (Lucas 17.17). Depois de ter servido por anos ao seu povo, Samuel esperava reconhecimento pelo seu trabalho. Não esperava ser descartado como um velho. Não esperava que seu modo de governar fosse substituído por outro. Samuel se esqueceu do que é a natureza humana. A sabedoria bíblica, por isto, nos pede para fazer o bem sem olhar a quem, como se fizéssemos o bem de olhos fechados, sem ver a quem servimos, que é a única maneira de jamais sermos decepcionados.
Relacionemo-nos, mas não esperemos que aqueles que têm algo contra nós venham conversar conosco, para buscar o entendimento e, quem sabe, a paz. Isto pode acontecer, mas o padrão humano é nos condenarem sem nos dar a oportunidade de defesa.
Relacionemo-nos, mas não esperemos que aqueles que nos ofenderam venham nos pedir perdão sincero. Isto pode até acontecer, mas o padrão humano, na melhor das hipóteses, é um pedido desculposo, do tipo: "oh, eu não quis ofender você, mas, se ofendi, peço perdão". Ou a gente ofende ou não ofende, não importa se culposa ou dolosamente. Não há meio termo.
Se a decepção é uma verdade, também é uma verdade que, apesar dela, precisamos nos relacionar. A recusa ao outro não é uma opção válida.
Que Deus nos abençoe em nome de Jesus!
Acompanhe amanhã o final , fiquem na paz!
gospeldigitalrd@gmail.com
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