O blog é aberto a todas as pessoas interessadas em colaborarem no sentido da divulgação da Palavra de Deus, de forma não sectária e com respeito a todas as religiões, conforme as leis vigentes no país.
terça-feira, 25 de outubro de 2016
25 de outubro - São Galvão
Santo Antônio de Sant'Ana Galvão, religioso brasileiro, +1822
Nascido em Guaratinguetá, em 1739, de uma família de muitas posses, descendia dos primeiros povoadores da Capitania e corria em suas veias sangue de bandeirantes. Foi ele próprio chamado "Bandeirante de Cristo", porque tinha na alma a grandeza, o arrojo e fortaleza de um verdadeiro bandeirante. Renunciou a uma brilhante situação no mundo e ingressou na Ordem franciscana. Fundou, em 1774, juntamente com Madre Helena Maria do Espírito Santo, o Mosteiro concepcionista de Nossa Senhora da Luz, na cidade de São Paulo. Não somente formou e conduziu nas vias da espiritualidade franciscana e concepcionista as religiosas desse mosteiro, mas também o edificou materialmente, ao longo de quase 50 anos de esforços contínuos. Foi o arquitecto, o engenheiro, o mestre de obras e muitas vezes o operário da sua edificação, que somente se tornou possível porque ele incansavelmente pedia, ao povo fiel, esmolas para a magnífica construção. Entregou sua alma a Deus em 1822 e foi beatificado em 1998. Até hoje sua sepultura, na capela do mosteiro, é visitada por multidões que acorrem a pedir-lhe graças e milagres, e também à procura das famosas e prodigiosas "pílulas de Frei Galvão".
A origem dessas pílulas é contada num folheto distribuído no próprio mosteiro: "Certo dia, Frei Galvão foi procurado por um senhor muito aflito, porque sua mulher estava em trabalho de parto e em perigo de perder a vida. Frei Galvão escreveu em três papelinhos o versículo do Ofício da Santíssima Virgem: «Post partum Virgo Inviolata permansisti: Dei Genitrix intercede pro nobis (Depois do parto, ó Virgem, permanecestes intacta: Mãe de Deus, intercedei por nós)». Deu-os ao homem, que por sua vez os levou à esposa. Apenas a mulher ingeriu os papelinhos, que Frei Galvão enrolara como uma pílula, a criança nasceu normalmente. Caso idêntico deu-se com um jovem que se torcia com dores provocadas por cálculos visicais. Frei Galvão fez outras pílulas semelhantes e deu-as ao moço. Após ingerir os papelinhos, o jovem expeliu os cálculos e ficou curado. Esta foi a origem dos milagrosos papelinhos, que, desde então, foram muito procurados pelos devotos de Frei Galvão, e até hoje o Mosteiro fornece para as pessoas que têm fé na intercessão do Servo de Deus".
Canonizado por Bento XVI no dia 11 de Maio de 2007.
O Grão de Mostarda
Comentário do dia:
Santo Ambrósio (c. 340-397), bispo de Milão, doutor da Igreja
Comentário sobre o Evangelho de Lucas VII, 176-180; SC 52
Vejamos porque é o reino de Deus comparado a um grão de mostarda. Lembro-me doutra passagem que evoca o grão de mostarda, e onde ele é comparado com a fé; diz o Senhor: «Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: "Muda-te daqui para acolá", e ele há-de mudar-se» (Mt 17,19). [...] Se, portanto, o Reino dos Céus é como um grão de mostarda e a fé também é como um grão de mostarda, a fé é seguramente o Reino dos Céus e o Reino dos Céus é a fé. Ter fé é ter o Reino dos Céus. [...] Foi por isso que Pedro, que tinha fé, recebeu as chaves do Reino dos Céus: para poder abri-lo aos outros (Mt 16,19).
Apreciemos agora o alcance da comparação. Este grão é certamente uma coisa comum e simples; mas, se o trituramos, faz irradiar a sua força. Do mesmo modo, à primeira vista, a fé é simples; mas, tocada pela adversidade, faz irradiar a sua força. [...] Os nossos mártires Félix, Nabor e Victor eram grãos de mostarda: tinham o perfume da fé, mas eram ignorados. Chegada a perseguição, depuseram as armas, estenderam o pescoço e, abatidos pelo gládio, espalharam a beleza do seu martírio «até aos confins da terra» (Sl 18,5). [...]
Também o próprio Senhor é um grão de mostarda: até ter sofrido ataques, o povo não O conhecia; escolheu ser triturado [...]; escolheu ser esmagado, embora Pedro Lhe dissesse: «é a multidão que te aperta e empurra» (Lc 8,45); Ele escolheu ser semeado, como o grão «que um homem tomou e lançou na sua horta». Pois foi num jardim que Cristo foi preso e enterrado; Ele cresceu nesse jardim e foi lá que ressuscitou. [...] Portanto, vós também, semeai Cristo no vosso jardim. [...] Semeai o Senhor Jesus: Ele é grão quando é preso, árvore quando ressuscita, árvore que dá sombra ao mundo; Ele é grão quando é enterrado na terra, árvore quando Se eleva ao céu.
sexta-feira, 21 de outubro de 2016
Saber julgar os sinais dos tempos
Comentário do dia:
São João Paulo II (1920-2005), papa
Carta Apostólica Novo millenio ineunte, 6/01/2001, § 55-56 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana)
O diálogo interreligioso deve continuar. Na condição de um pluralismo cultural e religioso mais acentuado, como se prevê na sociedade do novo milénio, isso é importante até para criar uma segura premissa de paz e afastar o espetro funesto das guerras de religião que já cobriram de sangue muitos períodos na história da humanidade. O nome do único Deus deve tornar-se cada vez mais aquilo que é: um nome de paz, um imperativo de paz.
Mas o diálogo não pode ser fundado sobre o indiferentismo religioso, e nós, cristãos, temos a obrigação de realizá-lo dando testemunho completo da esperança que há em nós (cf 1Ped 3,15). [...] Por outro lado, o dever missionário não nos impede de entrar no diálogo intimamente dispostos a ouvir. Com efeito, sabemos que a própria Igreja, diante do mistério de graça infinitamente rico de dimensões e consequências para a vida e a história do homem, jamais cessará de indagar, podendo contar com a ajuda do Paráclito, o Espírito da Verdade (cf Jo 14,17), ao qual compete precisamente a missão de guiá-la para a «verdade total» (Jo 16,13).
Este princípio está na base, quer do inexaurível aprofundamento teológico da verdade cristã, quer do diálogo cristão com as filosofias, as culturas, as religiões. Não é raro o Espírito de Deus, que «sopra onde quer» (Jo 3,8), suscitar na experiência humana universal, não obstante as suas múltiplas contradições, sinais da sua presença, que ajudam os próprios discípulos de Cristo a compreender mais profundamente a mensagem de que são portadores. Não foi porventura com esta abertura humilde e confiante que o Concílio Vaticano II se empenhou a ler «os sinais dos tempos» (Gaudium et spes, §4)? Apesar de ter efectuado um discernimento diligente e cuidadoso para identificar os «verdadeiros sinais da presença ou da vontade de Deus» (§11), a Igreja reconhece que não se limitou a dar, mas também «recebeu da história e evolução do género humano» (§44). Esta atitude, feita simultaneamente de abertura e de atento discernimento, iniciou-a o Concílio também com as outras religiões. Compete-nos a nós seguir fielmente o seu ensinamento pelo sulco aberto.
São João Paulo II (1920-2005), papa
Carta Apostólica Novo millenio ineunte, 6/01/2001, § 55-56 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana)
O diálogo interreligioso deve continuar. Na condição de um pluralismo cultural e religioso mais acentuado, como se prevê na sociedade do novo milénio, isso é importante até para criar uma segura premissa de paz e afastar o espetro funesto das guerras de religião que já cobriram de sangue muitos períodos na história da humanidade. O nome do único Deus deve tornar-se cada vez mais aquilo que é: um nome de paz, um imperativo de paz.
Mas o diálogo não pode ser fundado sobre o indiferentismo religioso, e nós, cristãos, temos a obrigação de realizá-lo dando testemunho completo da esperança que há em nós (cf 1Ped 3,15). [...] Por outro lado, o dever missionário não nos impede de entrar no diálogo intimamente dispostos a ouvir. Com efeito, sabemos que a própria Igreja, diante do mistério de graça infinitamente rico de dimensões e consequências para a vida e a história do homem, jamais cessará de indagar, podendo contar com a ajuda do Paráclito, o Espírito da Verdade (cf Jo 14,17), ao qual compete precisamente a missão de guiá-la para a «verdade total» (Jo 16,13).
Este princípio está na base, quer do inexaurível aprofundamento teológico da verdade cristã, quer do diálogo cristão com as filosofias, as culturas, as religiões. Não é raro o Espírito de Deus, que «sopra onde quer» (Jo 3,8), suscitar na experiência humana universal, não obstante as suas múltiplas contradições, sinais da sua presença, que ajudam os próprios discípulos de Cristo a compreender mais profundamente a mensagem de que são portadores. Não foi porventura com esta abertura humilde e confiante que o Concílio Vaticano II se empenhou a ler «os sinais dos tempos» (Gaudium et spes, §4)? Apesar de ter efectuado um discernimento diligente e cuidadoso para identificar os «verdadeiros sinais da presença ou da vontade de Deus» (§11), a Igreja reconhece que não se limitou a dar, mas também «recebeu da história e evolução do género humano» (§44). Esta atitude, feita simultaneamente de abertura e de atento discernimento, iniciou-a o Concílio também com as outras religiões. Compete-nos a nós seguir fielmente o seu ensinamento pelo sulco aberto.
O Sonho de Agostinho
· Aos agostinianos recoletos o Papa pediu que sejam homens de esperança ·
20 de Outubro de 2016
Ser «homens de esperança» e «criadores de comunhão» para viver como irmãos com «uma só alma e um só coração»: foi este «o sonho de santo Agostinho», disse o Papa Francisco aos participantes no quinquagésimo capítulo geral dos Agostinianos Recoletos, recebidos em audiência na manhã de quinta-feira, 20 de outubro, na Sala Clementina.
Ao exortar os religiosos a fazer «grata memória» do passado, o Pontífice recordou que precisamente desta «ação de graças» nasce o impulso «a viver o presente com paixão de modo cada vez mais corajoso». Em particular Francisco convidou a «criar, com a nossa presença no meio do mundo, uma sociedade capaz de reconhecer a dignidade de cada pessoa e de partilhar o dom que cada um é para o outro».
«Muitas pessoas – garantiu – esperam que vamos ter com elas e que olhemos para elas com a ternura que sentimos e recebemos da nossa relação com Deus. Este é o poder que temos, não o dos nossos ideais e projetos pessoais; mas a força da sua misericórdia que transforma e dá vida». Eis então a necessidade de viver no mundo comprometendo-se «a fim de que não haja divisões nem conflitos ou exclusão, mas reine a concórdia e se promova o diálogo».
Discurso do Papa
Palavra do Senhor
Carta aos Efésios 4,1-6.
Irmãos: Eu, prisioneiro pela causa do Senhor, recomendo-vos que vos comporteis segundo a maneira de viver a que fostes chamados:
procedei com toda a humildade, mansidão e paciência; suportai-vos uns aos outros com caridade;
empenhai-vos em manter a unidade de espírito pelo vínculo da paz.
Há um só Corpo e um só Espírito, como existe uma só esperança na vida a que fostes chamados.
Há um só Senhor, uma só fé, um só Batismo.
Há um só Deus e Pai de todos, que está acima de todos, atua em todos e em todos Se encontra.
______________________________________________
Livro de Salmos 24(23),1-2.3-4ab.5-6.
Do Senhor é a terra e o que nela existe,
o mundo e quantos nele habitam.
Ele a fundou sobre os mares
e a consolidou sobre as águas.
Quem poderá subir à montanha do Senhor?
Quem habitará no seu santuário?
O que tem as mãos inocentes e o coração puro,
que não invocou o seu nome em vão nem jurou falso.
Este será abençoado pelo Senhor
e recompensado por Deus, seu Salvador.
Esta é a geração dos que O procuram,
que procuram a face do Deus de Jacob.
___________________________________________
Evangelho segundo S. Lucas 12,54-59.
Naquele tempo, dizia Jesus à multidão: «Quando vedes levantar-se uma nuvem no poente, logo dizeis: ‘Vem chuva’; e assim acontece.
E quando sopra o vento sul, dizeis: ‘Vai fazer muito calor’; e assim sucede.
Hipócritas, se sabeis discernir o aspeto da terra e do céu, porque não sabeis discernir o tempo presente?
Porque não julgais por vós mesmos o que é justo?».
E acrescentou: «Quando fores com o teu adversário ao magistrado, esforça-te por te entenderes com ele no caminho, para que ele não te arraste ao juiz e o juiz te entregue ao oficial de justiça e o oficial de justiça te meta na prisão.
Eu te digo: Não sairás de lá, enquanto não pagares o último centavo».
Irmãos: Eu, prisioneiro pela causa do Senhor, recomendo-vos que vos comporteis segundo a maneira de viver a que fostes chamados:
procedei com toda a humildade, mansidão e paciência; suportai-vos uns aos outros com caridade;
empenhai-vos em manter a unidade de espírito pelo vínculo da paz.
Há um só Corpo e um só Espírito, como existe uma só esperança na vida a que fostes chamados.
Há um só Senhor, uma só fé, um só Batismo.
Há um só Deus e Pai de todos, que está acima de todos, atua em todos e em todos Se encontra.
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Livro de Salmos 24(23),1-2.3-4ab.5-6.
Do Senhor é a terra e o que nela existe,
o mundo e quantos nele habitam.
Ele a fundou sobre os mares
e a consolidou sobre as águas.
Quem poderá subir à montanha do Senhor?
Quem habitará no seu santuário?
O que tem as mãos inocentes e o coração puro,
que não invocou o seu nome em vão nem jurou falso.
Este será abençoado pelo Senhor
e recompensado por Deus, seu Salvador.
Esta é a geração dos que O procuram,
que procuram a face do Deus de Jacob.
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Evangelho segundo S. Lucas 12,54-59.
Naquele tempo, dizia Jesus à multidão: «Quando vedes levantar-se uma nuvem no poente, logo dizeis: ‘Vem chuva’; e assim acontece.
E quando sopra o vento sul, dizeis: ‘Vai fazer muito calor’; e assim sucede.
Hipócritas, se sabeis discernir o aspeto da terra e do céu, porque não sabeis discernir o tempo presente?
Porque não julgais por vós mesmos o que é justo?».
E acrescentou: «Quando fores com o teu adversário ao magistrado, esforça-te por te entenderes com ele no caminho, para que ele não te arraste ao juiz e o juiz te entregue ao oficial de justiça e o oficial de justiça te meta na prisão.
Eu te digo: Não sairás de lá, enquanto não pagares o último centavo».
Santo do dia
Santo do dia : Santa Úrsula e companheiras, virgens, mártires, séc. IV, Beato Carlos de Áustria, imperador, +1922
Santa Úrsula e companheiras, virgens, mártires, séc. IV, Beato Carlos de Áustria, imperador, +1922
Santa Úrsula e companheiras, virgens, mártires, séc. IV
Segundo a lenda teria sido martirizada em Colónia, na companhia de 11 meninas, por se ter recusado a casar com o rei dos Hunos. Da má leitura duma inscrição, as 11 mártires virgens passaram a ser conhecidas como As Onze Mil Virgens. É padroeira de Colónia.
Segundo a tradição, o corpo de Santa Auta, uma das companheiras mártires, teria vindo para Lisboa no século XVI.
Santa Úrsula e companheiras, virgens, mártires, séc. IV, Beato Carlos de Áustria, imperador, +1922
Santa Úrsula e companheiras, virgens, mártires, séc. IV
Segundo a lenda teria sido martirizada em Colónia, na companhia de 11 meninas, por se ter recusado a casar com o rei dos Hunos. Da má leitura duma inscrição, as 11 mártires virgens passaram a ser conhecidas como As Onze Mil Virgens. É padroeira de Colónia.
Segundo a tradição, o corpo de Santa Auta, uma das companheiras mártires, teria vindo para Lisboa no século XVI.
quinta-feira, 20 de outubro de 2016
Cem vezes mais
Comentário do dia:
Santo Ambrósio (c. 340-397), bispo de Milão, doutor da Igreja
Comentário ao evangelho de Lucas, 7, 134
«Todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, mulher, filhos ou terras por causa do meu nome receberá cem vezes mais» (Mt 19,29)
«Pensais que Eu vim estabelecer a paz na terra? Não. Eu vos digo que vim trazer a divisão. A partir de agora, estarão cinco divididos numa casa: três contra dois e dois contra três.» Em quase todas as passagens do Evangelho o sentido espiritual joga um papel importante; mas sobretudo nesta passagem, para que não seja rejeitada pela dureza de uma interpretação simplista, é preciso procurar na trama do sentido a profundidade espiritual. [...] Como é que Ele próprio disse: «Dou-vos a minha paz, deixo-vos a minha paz» (Jo 14,27), se veio separar os pais dos filhos, os filhos dos pais, rompendo os laços que os unem? Como pode ser chamado «maldito o que trata com desprezo seu pai ou sua mãe» (Dt 27,16), e fervoroso o que os abandona?
Se compreendermos que a religião vem em primeiro lugar e a piedade filial em segundo, esta questão fica esclarecida; com efeito, o humano tem de vir depois do divino. Porque, se temos deveres para com os pais, quanto mais para com o Pai dos pais, a quem devemos estar reconhecidos pelos nossos pais! [...] Ele não diz, portanto, que é preciso renunciar aos que amamos, mas que há que preferir Deus a todos. Aliás, encontramos noutro livro: «Quem amar pai ou mãe mais do que a Mim não é digno de Mim» (Mt 10,37). Não te é interdito amares os teus pais, mas preferi-los a Deus. Porque as relações naturais são benefícios do Senhor, e ninguém deve amar os benefícios recebidos mais do que a Deus, que preserva os benefícios que dá.
Santo Ambrósio (c. 340-397), bispo de Milão, doutor da Igreja
Comentário ao evangelho de Lucas, 7, 134
«Todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, mulher, filhos ou terras por causa do meu nome receberá cem vezes mais» (Mt 19,29)
«Pensais que Eu vim estabelecer a paz na terra? Não. Eu vos digo que vim trazer a divisão. A partir de agora, estarão cinco divididos numa casa: três contra dois e dois contra três.» Em quase todas as passagens do Evangelho o sentido espiritual joga um papel importante; mas sobretudo nesta passagem, para que não seja rejeitada pela dureza de uma interpretação simplista, é preciso procurar na trama do sentido a profundidade espiritual. [...] Como é que Ele próprio disse: «Dou-vos a minha paz, deixo-vos a minha paz» (Jo 14,27), se veio separar os pais dos filhos, os filhos dos pais, rompendo os laços que os unem? Como pode ser chamado «maldito o que trata com desprezo seu pai ou sua mãe» (Dt 27,16), e fervoroso o que os abandona?
Se compreendermos que a religião vem em primeiro lugar e a piedade filial em segundo, esta questão fica esclarecida; com efeito, o humano tem de vir depois do divino. Porque, se temos deveres para com os pais, quanto mais para com o Pai dos pais, a quem devemos estar reconhecidos pelos nossos pais! [...] Ele não diz, portanto, que é preciso renunciar aos que amamos, mas que há que preferir Deus a todos. Aliás, encontramos noutro livro: «Quem amar pai ou mãe mais do que a Mim não é digno de Mim» (Mt 10,37). Não te é interdito amares os teus pais, mas preferi-los a Deus. Porque as relações naturais são benefícios do Senhor, e ninguém deve amar os benefícios recebidos mais do que a Deus, que preserva os benefícios que dá.
A Palavra do Senhor
Carta aos Efésios 3,14-21.
Irmãos: Eu dobro os joelhos diante do Pai,
de quem recebe o nome toda a paternidade nos céus e na terra,
para que Se digne, segundo as riquezas da sua glória, armar-vos poderosamente pelo seu Espírito, para que se fortifique em vós o homem interior
e Cristo habite pela fé em vossos corações. Assim, profundamente enraizados na caridade,
podereis compreender, com todos os santos, a largura, o comprimento, a altura e a profundidade
do amor de Cristo, que ultrapassa todo o conhecimento, para que sejais totalmente saciados na plenitude de Deus.
Àquele que, pela sua virtude que atua em nós, pode fazer infinitamente mais do que possamos pedir ou imaginar,
a Ele a glória, na Igreja e em Jesus Cristo, em todas as gerações, pelos séculos dos séculos. Ámen.
___________________________________________________________
Livro de Salmos 33(32),1-2.4-5.11-12.18-19.
Justos, aclamai o Senhor,
os corações retos devem louvá-l’O.
Louvai o Senhor com a cítara,
cantai-Lhe salmos ao som da harpa.
A palavra do Senhor é reta,
da fidelidade nascem as suas obras.
Ele ama a justiça e a retidão:
a terra está cheia da bondade do Senhor.
O plano do Senhor permanece eternamente
e os desígnios do seu coração por todas as gerações.
Feliz a nação que tem o Senhor por seu Deus,
o povo que Ele escolheu para sua herança.
Os olhos do Senhor estão voltados para os que O temem, para os que esperam na sua bondade,
para libertar da morte as suas almas
e os alimentar no tempo da fome.
_______________________________________________________________________
Evangelho segundo S. Lucas 12,49-53.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Eu vim trazer o fogo à terra e que quero Eu senão que ele se acenda?
Tenho de receber um batismo e estou ansioso até que ele se realize.
Pensais que Eu vim estabelecer a paz na terra? Não. Eu vos digo que vim trazer a divisão.
A partir de agora, estarão cinco divididos numa casa: três contra dois e dois contra três.
Estarão divididos o pai contra o filho e o filho contra o pai, a mãe contra a filha e a filha contra a mãe, a sogra contra a nora e a nora contra a sogra».
Irmãos: Eu dobro os joelhos diante do Pai,
de quem recebe o nome toda a paternidade nos céus e na terra,
para que Se digne, segundo as riquezas da sua glória, armar-vos poderosamente pelo seu Espírito, para que se fortifique em vós o homem interior
e Cristo habite pela fé em vossos corações. Assim, profundamente enraizados na caridade,
podereis compreender, com todos os santos, a largura, o comprimento, a altura e a profundidade
do amor de Cristo, que ultrapassa todo o conhecimento, para que sejais totalmente saciados na plenitude de Deus.
Àquele que, pela sua virtude que atua em nós, pode fazer infinitamente mais do que possamos pedir ou imaginar,
a Ele a glória, na Igreja e em Jesus Cristo, em todas as gerações, pelos séculos dos séculos. Ámen.
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Livro de Salmos 33(32),1-2.4-5.11-12.18-19.
Justos, aclamai o Senhor,
os corações retos devem louvá-l’O.
Louvai o Senhor com a cítara,
cantai-Lhe salmos ao som da harpa.
A palavra do Senhor é reta,
da fidelidade nascem as suas obras.
Ele ama a justiça e a retidão:
a terra está cheia da bondade do Senhor.
O plano do Senhor permanece eternamente
e os desígnios do seu coração por todas as gerações.
Feliz a nação que tem o Senhor por seu Deus,
o povo que Ele escolheu para sua herança.
Os olhos do Senhor estão voltados para os que O temem, para os que esperam na sua bondade,
para libertar da morte as suas almas
e os alimentar no tempo da fome.
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Evangelho segundo S. Lucas 12,49-53.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Eu vim trazer o fogo à terra e que quero Eu senão que ele se acenda?
Tenho de receber um batismo e estou ansioso até que ele se realize.
Pensais que Eu vim estabelecer a paz na terra? Não. Eu vos digo que vim trazer a divisão.
A partir de agora, estarão cinco divididos numa casa: três contra dois e dois contra três.
Estarão divididos o pai contra o filho e o filho contra o pai, a mãe contra a filha e a filha contra a mãe, a sogra contra a nora e a nora contra a sogra».
Alimentos e água direitos universais
· Na audiência geral o Papa recordou que as exigências dos pobres interpelam todos ·
19 de Outubro de 2016
A maturação duma «consciência solidária» para reafirmar que a alimentação e o acesso à água são «direitos universais de todos os seres humanos, sem distinções nem discriminações» foi o desejo expresso pelo Papa Francisco na audiência geral de quarta-feira, 19 de outubro, na praça de São Pedro. Retomando as palavras contidas na Caritas in veritate de Bento XVI, o Pontífice explicou que «o direito à alimentação e à água revestem um papel importante para a consecução de outros direitos» e definiu « um imperativo ético para toda a Igreja» a primeira obra de misericórdia corporal: «dar de comer a quem tem fome».
Nestas últimas semanas do jubileu extraordinário o Papa Francisco está a dedicar as próprias reflexões precisamente às obras de misericórdia e meditando sobre as duas primeiras exortou a considerar que demasiadas vezes os meios de comunicação informam sobre «populações que sofrem a falta de alimentos e de água, com graves consequências sobretudo para as crianças». Mas, observou, o chamado «bem-estar» faz com que «as pessoas tendam a fechar-se em si mesmas, tornando-se insensíveis às exigências dos outros». Contudo, advertiu, «a realidade deve ser recebida e enfrentada pelo que é, e com frequência nos deparamos com situações de necessidade urgente».
Certamente o Papa afirmou que está ciente de que «face a determinadas notícias e sobretudo a certas imagens, a opinião pública comove-se e têm início campanhas de ajuda» com «doações generosas»; mas «esta forma de caridade» embora seja importante – observou – talvez «não nos envolva diretamente. Entretanto quando, indo pelas ruas, nos cruzamos com uma pessoa em necessidade, ou um pobre bate à porta da nossa casa, é muito diferente» porque «somos envolvidos em primeira pessoa», esclareceu o Pontífice. Eis então a exortação ao compromisso pessoal porque – concluiu – há sempre alguém que sente fome e sede e precisa de mim. Não posso delegar outra pessoa».
Exortação repetida depois durante as saudações aos diversos grupos presentes na audiência. Foi significativa, nas palavras dirigidas aos polacos, a referência ao beato mártir Jerzy Popiełuszko, o sacerdote assassinado a 19 de outubro de 1984, do qual se celebrava a festa litúrgica: ele, recordou Francisco, pagou pessoalmente o seu compromisso «a favor dos trabalhadores e das suas famílias, pedindo justiça e condições dignas de vida».
Santo do dia
Santa Iria, mártir, +653, Santa Maria Bertilla Boscardin, religiosa, enfermeira, +1922, Beato Contardo Ferrini, profissional católico, +1902
Santa Iria, mártir, +653
Nascida de uma rica família de Nabância (Região de Tomar), de onde era natural, Iria recebeu educação nobre num mosteiro de freiras beneditinas, governado por seu tio, o Abade Sélio, e no qual viria a professar. Pela sua beleza e inteligência, Iria cedo reuniu a simpatia das religiosas e das pessoas da povoação, em especial dos moços e fidalgos, que disputavam entre si a as virtudes da noviça.
Entre estes mancebos contava-se Britaldo, príncipe daquele Senhorio, que veio a alimentar por Iria uma paixão doentia. Iria, porém, recusava as investidas amorosas do fogoso fidalgo, confessando-lhe a sua eterna devoção a Deus.
Dos amores de Britaldo teve conhecimento Remígio, director espiritual de Iria e a quem a beleza da donzela também não passara despercebida. Consumido de ciúmes, o monge fez tomar a Iria uma tisana embruxada, que logo fez surgir no seu corpo os sinais de gravidez. Expulsa do convento, a pobre donzela recolhera-se junto do rio para orar quando, traiçoeiramente, foi assassinada por um criado de Britaldo, a quem tinham chegado os rumores destes eventos.
Lançado ao rio, o corpo da mártir foi depositado em sepulcro celestial nas claras areias do Tejo, aí permanecendo, incorruptível, através dos tempos. Eis o que conta a lenda de Sta. Iria...
_________________________________________
Beato Contardo Ferrini, profissional católico, +1902
Contardo Ferrini nasceu em Milão na Itália, em 1859. Educado numa família profundamente cristã, passou a sua mocidade entre a escola, a família e a Igreja.
Já como doutor em Direito, o jovem Contardo Ferrini foi para Berlim e lá entrou em debate aberto com o protestantismo, partilhando a Verdade guardada pela Igreja Católica. Em Berlim, Contardo terminou os estudos de pós-graduação e voltou para a Itália, onde deu mostra do seu profundo amor a Deus, ao próximo e aos estudos; por isso, amava e era amado pelos alunos que o admiravam.
O Bem-Aventurado Contardo Ferrini chegou a escrever 200 artigos de carácter científico que expressaram muito bem a sua busca de Deus através da ciência e, assim, soube fazer de sua cátedra de mestre um fecundo apostolado.
Homem de oração, comunhão eucarística, pureza, caridade operosa e verdadeira devoção mariana, Contardo lutava contra o Mal e por toda parte levava vida exemplar no ser cristão e no profissional. Entrou no Céu com 43 anos.
Santa Iria, mártir, +653
Nascida de uma rica família de Nabância (Região de Tomar), de onde era natural, Iria recebeu educação nobre num mosteiro de freiras beneditinas, governado por seu tio, o Abade Sélio, e no qual viria a professar. Pela sua beleza e inteligência, Iria cedo reuniu a simpatia das religiosas e das pessoas da povoação, em especial dos moços e fidalgos, que disputavam entre si a as virtudes da noviça.
Entre estes mancebos contava-se Britaldo, príncipe daquele Senhorio, que veio a alimentar por Iria uma paixão doentia. Iria, porém, recusava as investidas amorosas do fogoso fidalgo, confessando-lhe a sua eterna devoção a Deus.
Dos amores de Britaldo teve conhecimento Remígio, director espiritual de Iria e a quem a beleza da donzela também não passara despercebida. Consumido de ciúmes, o monge fez tomar a Iria uma tisana embruxada, que logo fez surgir no seu corpo os sinais de gravidez. Expulsa do convento, a pobre donzela recolhera-se junto do rio para orar quando, traiçoeiramente, foi assassinada por um criado de Britaldo, a quem tinham chegado os rumores destes eventos.
Lançado ao rio, o corpo da mártir foi depositado em sepulcro celestial nas claras areias do Tejo, aí permanecendo, incorruptível, através dos tempos. Eis o que conta a lenda de Sta. Iria...
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Beato Contardo Ferrini, profissional católico, +1902
Contardo Ferrini nasceu em Milão na Itália, em 1859. Educado numa família profundamente cristã, passou a sua mocidade entre a escola, a família e a Igreja.
Já como doutor em Direito, o jovem Contardo Ferrini foi para Berlim e lá entrou em debate aberto com o protestantismo, partilhando a Verdade guardada pela Igreja Católica. Em Berlim, Contardo terminou os estudos de pós-graduação e voltou para a Itália, onde deu mostra do seu profundo amor a Deus, ao próximo e aos estudos; por isso, amava e era amado pelos alunos que o admiravam.
O Bem-Aventurado Contardo Ferrini chegou a escrever 200 artigos de carácter científico que expressaram muito bem a sua busca de Deus através da ciência e, assim, soube fazer de sua cátedra de mestre um fecundo apostolado.
Homem de oração, comunhão eucarística, pureza, caridade operosa e verdadeira devoção mariana, Contardo lutava contra o Mal e por toda parte levava vida exemplar no ser cristão e no profissional. Entrou no Céu com 43 anos.
terça-feira, 18 de outubro de 2016
18 de Outubro - Dia do Médico
S. Lucas, Evangelista - o Apóstolo médico
São Lucas nasceu, provavelmente, em Antioquia da Síria. Foi amigo e companheiro de São Paulo, apóstolo, na tarefa da propagação do Evangelho de Jesus Cristo. Toda a sua ciência médica e literária colocou à disposição do grande apóstolo. Entregou-lhe a sua pessoa e seguiu-o por toda a parte. Pertencente a uma família pagã, Lucas converteu-se ao cristianismo. Segundo São Paulo, era médico: “Saúdam-vos, Lucas, o médico amado e Demas" (Colossenses 4,14). Lucas, entretanto, é mais conhecido como aquele que escreveu o terceiro Evangelho. Segundo a tradição, escreveu o seu Evangelho por volta do ano 70. É o mais teólogo dos evangelistas sinóticos (Mateus, Marcos). Ele apresenta-nos uma visão completa do mistério da vida, da morte e da ressurreição de Cristo. Embora escrevesse mais para os gregos do que para os judeus, o seu Evangelho dirige-se a todos os homens. Mostra, com isto, que a salvação que Jesus de Nazaré veio trazer dirige-se a todos os homens. É uma mensagem universal: o Filho do homem veio para procurar e salvar o que estava perdido (Lucas 19,10). De acordo com ele, Jesus é o amigo dos pecadores; é o consolador dos que sofrem. A vinda de Jesus é causa de grande alegria. O Evangelho de Lucas propõe-se como regra de vida não somente para a pessoa em si, mas para toda a comunidade. Daí o seu cunho social. Nele se cumpriu a máxima de Jesus: “bem-aventurados os puros de coração porque verão a Deus”.
São Lucas, evangelista, «servidor da Palavra» (Lc 1,2)
Comentário do dia:
Beato John Henry Newman (1801-1890), teólogo, fundador do Oratório em Inglaterra
PPS, vol. 3, n.º 22 : «A parte escolhida por Maria»
É boa toda a palavra de Cristo, que tem uma missão e uma finalidade, que não cai por terra. É impossível que o Verbo de Deus tenha jamais pronunciado palavras efémeras, Ele que [...] exprimiu os conselhos profundos e a vontade santa do Deus invisível. Toda a palavra de Cristo é boa. Mesmo que os seus propósitos tenham sido transmitidos por pessoas comuns, podemos estar certos de que nada do que nos foi conservado – sejam palavras dirigidas a um discípulo ou a um opositor, sejam conselhos ou opiniões, sejam reprimendas ou palavras de consolação, de persuasão ou de condenação –, nada tem uma significação puramente acidental, um alcance limitado ou parcial [...].
Pelo contrário, as palavras sagradas de Cristo, mesmo quando nos surgem revestidas de uma aparência temporária e dirigidas a um fim imediato - o que torna mais difícil distinguir o que há nelas de momentâneo e de contingente -, mesmo assim, nada perdem da sua força, a cada século que passa. Pertencendo à Igreja, estão destinadas a durar para sempre nos céus (cf Mt 24,35), prolongando-se até à eternidade. Elas são a nossa regra santa, justa e boa, «farol para os meus passos e luz para os meus caminhos» (Sl 118,105), na mesma plenitude e de forma tão íntima no nosso tempo, como quando pela primeira vez foram pronunciadas.
Tudo isto seria verdade mesmo que considerássemos ter sido obra humana a recolha destas migalhas da mesa de Cristo. Mas temos uma certeza muito maior, porque não as recebemos dos homens, mas de Deus (1Tess 2,13). O Espírito Santo, que veio glorificar Cristo e dar aos evangelistas a inspiração da escrita, não nos traçou um Evangelho estéril. Louvado seja por ter escolhido e salvado para nós as palavras que seriam mais úteis aos tempos vindouros, as palavras que podiam servir de lei à Igreja para a fé, para a moral e para a disciplina. Não uma lei escrita em tábuas de pedra (Ex 24,12), mas uma lei de fé e de amor, de espírito, e não de letra (Rom 7,6), uma lei para corações generosos que aceitam «viver da palavra», por mais modesta e humilde que seja, uma lei «que sai da boca de Deus» (Dt 8,3; Mt 4,4).
Beato John Henry Newman (1801-1890), teólogo, fundador do Oratório em Inglaterra
PPS, vol. 3, n.º 22 : «A parte escolhida por Maria»
É boa toda a palavra de Cristo, que tem uma missão e uma finalidade, que não cai por terra. É impossível que o Verbo de Deus tenha jamais pronunciado palavras efémeras, Ele que [...] exprimiu os conselhos profundos e a vontade santa do Deus invisível. Toda a palavra de Cristo é boa. Mesmo que os seus propósitos tenham sido transmitidos por pessoas comuns, podemos estar certos de que nada do que nos foi conservado – sejam palavras dirigidas a um discípulo ou a um opositor, sejam conselhos ou opiniões, sejam reprimendas ou palavras de consolação, de persuasão ou de condenação –, nada tem uma significação puramente acidental, um alcance limitado ou parcial [...].
Pelo contrário, as palavras sagradas de Cristo, mesmo quando nos surgem revestidas de uma aparência temporária e dirigidas a um fim imediato - o que torna mais difícil distinguir o que há nelas de momentâneo e de contingente -, mesmo assim, nada perdem da sua força, a cada século que passa. Pertencendo à Igreja, estão destinadas a durar para sempre nos céus (cf Mt 24,35), prolongando-se até à eternidade. Elas são a nossa regra santa, justa e boa, «farol para os meus passos e luz para os meus caminhos» (Sl 118,105), na mesma plenitude e de forma tão íntima no nosso tempo, como quando pela primeira vez foram pronunciadas.
Tudo isto seria verdade mesmo que considerássemos ter sido obra humana a recolha destas migalhas da mesa de Cristo. Mas temos uma certeza muito maior, porque não as recebemos dos homens, mas de Deus (1Tess 2,13). O Espírito Santo, que veio glorificar Cristo e dar aos evangelistas a inspiração da escrita, não nos traçou um Evangelho estéril. Louvado seja por ter escolhido e salvado para nós as palavras que seriam mais úteis aos tempos vindouros, as palavras que podiam servir de lei à Igreja para a fé, para a moral e para a disciplina. Não uma lei escrita em tábuas de pedra (Ex 24,12), mas uma lei de fé e de amor, de espírito, e não de letra (Rom 7,6), uma lei para corações generosos que aceitam «viver da palavra», por mais modesta e humilde que seja, uma lei «que sai da boca de Deus» (Dt 8,3; Mt 4,4).
Evangelho segundo S. Lucas 10,1-9.
Naquele tempo, designou o Senhor setenta e dois discípulos e enviou-os dois a dois à sua frente, a todas as cidades e lugares aonde Ele havia de ir.
E dizia-lhes: «A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi ao dono da seara que mande trabalhadores para a sua seara.
Ide: Eu vos envio como cordeiros para o meio de lobos.
Não leveis bolsa nem alforge nem sandálias, nem vos demoreis a saudar alguém pelo caminho.
Quando entrardes nalguma casa, dizei primeiro: ‘Paz a esta casa’.
E se lá houver gente de paz, a vossa paz repousará sobre eles; senão, ficará convosco.
Ficai nessa casa, comei e bebei do que tiverem, que o trabalhador merece o seu salário. Não andeis de casa em casa.
Quando entrardes nalguma cidade e vos receberem, comei do que vos servirem,
curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: ‘Está perto de vós o reino de Deus’.
Palavra do Senhor
2ª Carta a Timóteo 4,10-17b.
Caríssimo: Demas abandonou-me. Preferiu o mundo presente e foi para Tessalónica. Crescente foi para a Galácia, e Tito para a Dalmácia.
Apenas Lucas está comigo. Traz contigo Marcos, pois me será de grande ajuda no ministério.
Quanto a Tíquico, enviei-o a Éfeso.
Quando vieres, traz o manto que deixei em Tróade, em casa de Carpo, bem como os livros, especialmente os pergaminhos.
Alexandre, o fundidor de cobre, causou-me muitos danos. O Senhor lhe retribuirá segundo as suas obras.
Toma tu também cuidado com ele, pois muito se tem oposto ao nosso ensinamento.
Na minha primeira defesa, ninguém esteve a meu lado: todos me abandonaram. Queira Deus que esta falta não lhes seja imputada.
O Senhor esteve a meu lado e deu-me força, para que, por meu intermédio, a mensagem do Evangelho fosse plenamente proclamada e todas as nações a ouvissem; e eu fui libertado da boca do leão.
______________________________________________
Livro de Salmos 145(144),10-11.12-13ab.17-18.
Graças Vos deem, Senhor, todas as criaturas e bendigam-Vos os vossos fiéis.
Proclamem a glória do vosso reino e anunciem os vossos feitos gloriosos;
Para darem a conhecer aos homens o vosso poder, a glória e o esplendor do vosso reino.
O vosso reino é um reino eterno,
o vosso domínio estende-se por todas as gerações.
O Senhor é justo em todos os seus caminhos,
perfeito em todas as suas obras.
O Senhor está perto de quantos O invocam,
de quantos O invocam em verdade.
Caríssimo: Demas abandonou-me. Preferiu o mundo presente e foi para Tessalónica. Crescente foi para a Galácia, e Tito para a Dalmácia.
Apenas Lucas está comigo. Traz contigo Marcos, pois me será de grande ajuda no ministério.
Quanto a Tíquico, enviei-o a Éfeso.
Quando vieres, traz o manto que deixei em Tróade, em casa de Carpo, bem como os livros, especialmente os pergaminhos.
Alexandre, o fundidor de cobre, causou-me muitos danos. O Senhor lhe retribuirá segundo as suas obras.
Toma tu também cuidado com ele, pois muito se tem oposto ao nosso ensinamento.
Na minha primeira defesa, ninguém esteve a meu lado: todos me abandonaram. Queira Deus que esta falta não lhes seja imputada.
O Senhor esteve a meu lado e deu-me força, para que, por meu intermédio, a mensagem do Evangelho fosse plenamente proclamada e todas as nações a ouvissem; e eu fui libertado da boca do leão.
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Livro de Salmos 145(144),10-11.12-13ab.17-18.
Graças Vos deem, Senhor, todas as criaturas e bendigam-Vos os vossos fiéis.
Proclamem a glória do vosso reino e anunciem os vossos feitos gloriosos;
Para darem a conhecer aos homens o vosso poder, a glória e o esplendor do vosso reino.
O vosso reino é um reino eterno,
o vosso domínio estende-se por todas as gerações.
O Senhor é justo em todos os seus caminhos,
perfeito em todas as suas obras.
O Senhor está perto de quantos O invocam,
de quantos O invocam em verdade.
A primeira globalização
· O cardeal Amato fala das sete canonizações de 16 de outubro ·
15 de Outubro de 2016
A chamada à santidade é universal. Não faz diferenças de raça, língua ou cultura. É a primeira e bem sucedida «globalização» da história. Disto dão provas os santos de todas as épocas que testemunharam com a sua vida a fidelidade a Cristo também à custa da vida. Fala sobre isto o cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, nesta entrevista a L'Osservatore Romano, na vigília das sete canonizações que o Papa Francisco preside na praça de São Pedro a 16 de outubro.
Um bispo, três sacerdotes, um religioso, uma monja, um leigo: nos sete novos santos que o Papa Francisco canoniza está representado todo o povo de Deus. Qual é o fio condutor destas canonizações?
George Bernard Shaw, na introdução ao seu texto teatral sobre Joana d'Arc, considerava que tinha chegado o momento de estudar a história sobre os santos. Com efeito, a Igreja enriquece em grande medida a história da humanidade com a celebração de homens e mulheres, grandes e pequenos, que não só são testemunhas credíveis do Evangelho, mas são também benfeitores autênticos e eficazes da humanidade, por eles ornamentada com valores que constituem o Adn do homem, como a bondade, a lealdade, o perdão, o acolhimento, o sacrifício, a partilha, a compaixão, a misericórdia. Por conseguinte, o fio condutor que relaciona os sete novos santos é precisamente a santidade, declinada nos diversos estados de vida cristã.
De que maneira a proveniência geográfica destas figuras reflete a universalidade da Igreja?
Trata-se de pessoas que viveram a comunhão com Cristo profundamente imergidos nas diversas culturas do mundo. Teologicamente falando, poder-se-ia dizer que os santos são os protagonistas autênticos de qualquer inculturação da fé. O Evangelho é o laboratório dinâmico da formação de um novo léxico cristão, que exalta os valores positivos das culturas humanas, purificando-as de eventuais limites e insuficiências. Os santos conseguem viver e expressar a sua identidade evangélica na sua língua natal, mesmo se a sua gramática e a sintaxe espiritual permanecem profundamente evangélicas. Assim fizeram a nativa americana Kateri Tekakwitha, o dáimio japonês Justus Takayama Ukon, o missionário indiano Joseph Vaz, o mártir sul-africano Benedict Daswa, o arménio Gregorio di Narek, o jovem filipino Pedro Calungsod. Eles pertencem radicalmente ao seu povo mas, ao mesmo tempo, fazem parte integrante daquele exército infinito de bem-aventurados de todas as tribos, línguas e nações, que agora vivem na cidade de Deus. Com a canonização de sete santos que viveram em culturas e áreas geográficas diversas, a Igreja mostra que nenhuma cultura humana é alheia ao anúncio de Cristo. Há anos numa certa área eclesial os estudiosos pensavam que na Ásia já não houvesse lugar para Jesus e para o seu evangelho de salvação. Na realidade, como depois a história demonstrou, com os exemplos do mártir Devasahaiam Pillai, da clarissa Alfonsa Muttathupadathu e de Teresa de Calcutá, em todas as culturas, até nas mais antigas e prestigiosas, o Evangelho pode ser acolhido e vivido de modo exemplar, porque exalta a autêntica humanidade presente nas culturas do mundo.
Entre os sacerdotes sobressai a figura do cura Brochero, tão querido ao Papa Francisco. O que pode ele ensinar aos sacerdotes do nosso tempo?
O sacerdote argentino Gabriel Brochero ou “el Cura gaucho”, como afetuosamente lhe chamavam, era um sacerdote culto e santo. O seu fecundo apostolado, cavalgando uma mula, brotava da sua experiência de Deus alimentada pela leitura assídua do Evangelho que ele conhecia de cor. Mesmo tendo concluído a universidade de Córdova com o título de mestre de filosofia, a sua linguagem era simples, não rebuscada, feita de palavras e expressões locais, pertencentes ao léxico popular e facilmente compreensíveis pelos seus fiéis. Esta linguagem coloquial, não académica, tinha uma determinada intencionalidade pastoral: fazer compreender o Evangelho também aos seus fiéis mais débeis e incultos, os quais apreciavam a sua original língua serrana. O nosso beato tinha um verdadeiro dom das línguas. A sua pregação chegava aos corações, convertendo os maiores pecadores. Se à primeira vista Brochero podia parecer privado de delicadeza, conhecendo-o e vendo a coerência perfeita da sua vida com o Evangelho, descobria-se a sua nobreza e riqueza espiritual. Com a recente beata argentina Mama Antula, também o cura Brochero, embebido da espiritualidade de Santo Inácio de Loiola, se tornou um arauto da difusão do reino de Deus sob a bandeira de Cristo. O estilo da evangelização brocheriana caracteriza-se pelos exercícios espirituais, banho da alma, escola das virtudes e morte dos vícios. Estava convicto da eficácia dos exercícios espirituais para comunicar a luz da verdade de Deus às inteligências e para fazer triunfar a graça nos corações mais rebeldes. Por isso organizava muitos turnos, frequentados por fiéis que eram sempre mais numerosos. Pregava, confessava, dirigia, assistia os exercitantes com grande solicitude.
Nicola Gori
segunda-feira, 17 de outubro de 2016
AS RAÍZES DA MEMÓRIA
· Francisco recorda que os idosos desempenham um papel essencial na Igreja e na sociedade ·
15 de Outubro de 2016
Uma nova advertência contra «a cultura nociva do descarte» que exclui e marginaliza os mais débeis foi feita pelo Papa Francisco durante a audiência a sete mil pertencentes à «Senior Italia Federanziani» e à Associação nacional dos trabalhadores idosos, recebidos na manhã de sábado, 15 de outubro, na sala Paulo VI.
Frisando o papel «essencial» que as pessoas da terceira idade desempenham no âmbito da Igreja e da sociedade, o Pontífice pediu às «instituições» e às «diversas realidades sociais» que trabalhem para valorizar as capacidades e «para facilitar a sua participação ativa», mas sobretudo «para fazer com que a sua dignidade de pessoas seja sempre respeitada e valorizada». Neste sentido, «os responsáveis públicos, as realidades culturais, educativas e religiosas, assim como todos os homens de boa vontade, estão chamados a comprometer-se para construir uma sociedade cada vez mais acolhedora e inclusiva».
No seu discurso – precedido de um momento de festa ritmado por cânticos e testemunhos – Francisco frisou o valor da terceira idade, explicando que ela encerra «as raízes e a memória de um povo». E dirigindo-se aos participantes no encontro garantiu: «Vós sois uma presença importante, porque a vossa experiência constitui um tesouro precioso, indispensável para olhar para o futuro com esperança e responsabilidade».
O Pontífice dirigiu palavras de gratidão «aos idosos que ocupam generosamente o seu tempo e os talentos que Deus lhes concedeu, abrindo-se à ajuda e ao apoio aos demais». Sem esquecer o seu papel insubstituível no âmbito familiar: «Quantos avós – exclamou – se ocupam dos netos, transmitindo com simplicidade aos mais pequeninos a experiência da vida, os valores espirituais e culturais de uma comunidade e de um povo!».
Num mundo «no qual, com frequência, são mitificadas a força e a aparência», os idosos são testemunhas privilegiadas dos «valores que contam deveras». Por isso é necessária uma atenção particular aos mais débeis e a quantos convivem com as dificuldades da idade e com a experiência da doença. Eis o motivo do apelo dirigido sobretudo aos institutos e às casas de repouso, chamados a ser «lugares de humanidade e de atenção amorosa, onde as pessoas mais vulneráveis não sejam esquecidas ou descuidadas, mas visitadas, recordadas e preservadas».
Papa Francisco
Um lugar ao sol
O BOM SONO E O TRABALHO
Em nossas orações noturnas devemos pedir a Deus para que zele pelos nossos sonhos. Mas, para isso é necessário que também demos nossa contribuição. O Criador não é um mágico pronto a satisfazer nossas vontades, enquanto passivamente olhamos suas realizações. Pelo contrário, Deus nos quer como filhos cúmplices e divulgador de sua obra.
Para se ter um bom sonho precisamos construir o nosso dia cercado de coisas boas. Termos tempo, mesmo diante da labuta do trabalho intenso para agradecermos por nossos empregos, que por mais aparentemente nos surjam como fardos exaustivos ou massantes é por meio deles que conseguimos, mesmo que de forma insuficiente, como para a maioria, o nosso sustento.
O mau emprego, o mau empregador, nos servem de advertência para que não caiamos em tentação e passamos a agir pela melhoria de nossa educação e desempenho profissional, para que mesmo em um mercado de trabalho em crise, conseguirmos talvez mais adiante o nosso sonhado lugar ao sol.
Não fazer dos baixos salários um motivo para o nosso imobilismo é fundamental. A insatisfação com o trabalho contribui para uma má noite de sonho e até mesmo pesadelos.
Em nossas orações noturnas devemos pedir a Deus para que zele pelos nossos sonhos. Mas, para isso é necessário que também demos nossa contribuição. O Criador não é um mágico pronto a satisfazer nossas vontades, enquanto passivamente olhamos suas realizações. Pelo contrário, Deus nos quer como filhos cúmplices e divulgador de sua obra.
Para se ter um bom sonho precisamos construir o nosso dia cercado de coisas boas. Termos tempo, mesmo diante da labuta do trabalho intenso para agradecermos por nossos empregos, que por mais aparentemente nos surjam como fardos exaustivos ou massantes é por meio deles que conseguimos, mesmo que de forma insuficiente, como para a maioria, o nosso sustento.
O mau emprego, o mau empregador, nos servem de advertência para que não caiamos em tentação e passamos a agir pela melhoria de nossa educação e desempenho profissional, para que mesmo em um mercado de trabalho em crise, conseguirmos talvez mais adiante o nosso sonhado lugar ao sol.
Não fazer dos baixos salários um motivo para o nosso imobilismo é fundamental. A insatisfação com o trabalho contribui para uma má noite de sonho e até mesmo pesadelos.
«Ser rico aos olhos de Deus»
Comentário do dia:
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Sermão 34 sobre o Salmo 149
Irmãos, examinai com atenção a vossa morada interior, abri os olhos e apreciai o vosso capital de amor, e depois aumentai a soma que tiverdes encontrado em vós. E guardai esse tesouro, a fim de serdes ricos interiormente. Chamam-se caros os bens que têm um preço elevado, e com razão. […] Mas que coisa há mais cara do que o amor, meus irmãos? Em vossa opinião, que preço tem ele? E como pagá-lo? O preço de uma terra, o preço do trigo, é a prata; o preço de uma pérola é o ouro; mas o preço do amor és tu mesmo. Se queres comprar um campo, uma jóia, um animal, procuras em teu redor os fundos necessários para isso. Mas, se desejas possuir o amor, procura apenas em ti mesmo, pois é a ti mesmo que tens de encontrar.
Que receias ao dar-te? Receias perder-te? Pelo contrário, é recusando-te a dar-te que te perdes. O próprio Amor exprime-se pela boca da Sabedoria e apazigua com uma palavra a desordem que em ti lançava a expressão: «Dá-te a ti mesmo!» Se alguém quisesse vender-te um terreno, dir-te-ia: «Dá-me prata»; ou, se quisesse vender-te outra coisa qualquer: «Dá-me dinheiro». Pois escuta o que diz o Amor, pela boca da Sabedoria: «Meu filho, dá-me o teu coração» (Prov 23, 26). O teu coração sofria quando estava em ti; eras presa de futilidades, ou mesmo de más paixões. Afasta-te delas! Para onde hás-de levá-lo? A quem o hás-de oferecer? “«Meu filho, dá-me o teu coração», diz a Sabedoria. Se ele for meu, já não te perderás. […]
«Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todo o teu entendimento» (Mt 22,37). […] Quem te criou quer-te todo para Si.
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Sermão 34 sobre o Salmo 149
Irmãos, examinai com atenção a vossa morada interior, abri os olhos e apreciai o vosso capital de amor, e depois aumentai a soma que tiverdes encontrado em vós. E guardai esse tesouro, a fim de serdes ricos interiormente. Chamam-se caros os bens que têm um preço elevado, e com razão. […] Mas que coisa há mais cara do que o amor, meus irmãos? Em vossa opinião, que preço tem ele? E como pagá-lo? O preço de uma terra, o preço do trigo, é a prata; o preço de uma pérola é o ouro; mas o preço do amor és tu mesmo. Se queres comprar um campo, uma jóia, um animal, procuras em teu redor os fundos necessários para isso. Mas, se desejas possuir o amor, procura apenas em ti mesmo, pois é a ti mesmo que tens de encontrar.
Que receias ao dar-te? Receias perder-te? Pelo contrário, é recusando-te a dar-te que te perdes. O próprio Amor exprime-se pela boca da Sabedoria e apazigua com uma palavra a desordem que em ti lançava a expressão: «Dá-te a ti mesmo!» Se alguém quisesse vender-te um terreno, dir-te-ia: «Dá-me prata»; ou, se quisesse vender-te outra coisa qualquer: «Dá-me dinheiro». Pois escuta o que diz o Amor, pela boca da Sabedoria: «Meu filho, dá-me o teu coração» (Prov 23, 26). O teu coração sofria quando estava em ti; eras presa de futilidades, ou mesmo de más paixões. Afasta-te delas! Para onde hás-de levá-lo? A quem o hás-de oferecer? “«Meu filho, dá-me o teu coração», diz a Sabedoria. Se ele for meu, já não te perderás. […]
«Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todo o teu entendimento» (Mt 22,37). […] Quem te criou quer-te todo para Si.
Palavra do Senhor
Carta aos Efésios 2,1-10.
Irmãos: Vós estáveis mortos pelas faltas e pecados
em que vivestes outrora, segundo o modo de ser deste mundo e obedecendo ao príncipe do mal que impera nos ares, esse espírito que atua nos homens rebeldes.
Todos nós, que também éramos como eles, vivíamos antigamente submetidos aos desejos da nossa carne, satisfazendo os caprichos dos instintos e da imaginação e sendo por natureza filhos da ira, como os outros.
Mas Deus, que é rico em misericórdia, pela grande caridade com que nos amou, a nós,
que estávamos mortos por causa dos nossos pecados, restituiu-nos à vida com Cristo – é pela graça que fostes salvos –
e com Ele nos ressuscitou e com Ele nos fez sentar nos Céus.
Assim quis mostrar aos séculos futuros a abundante riqueza da sua graça e da sua bondade para connosco, em Jesus Cristo.
De facto, é pela graça que fostes salvos, por meio da fé. A salvação não vem de vós: é dom de Deus.
Não se deve às obras: ninguém se pode gloriar.
Na verdade, nós somos obra de Deus, criados em Jesus Cristo, em vista das boas obras que Deus de antemão preparou, como caminho que devemos seguir.
____________________________________________________
Livro de Salmos 100(99),2.3.4.5.
Aclamai o Senhor, terra inteira,
servi o Senhor com alegria,
vinde a Ele com cânticos de júbilo.
Sabei que o Senhor é Deus,
Ele nos fez, a Ele pertencemos,
somos o seu povo, as ovelhas do seu rebanho.
Entrai pelas suas portas, dando graças,
penetrai em seus átrios com hinos de louvor,
glorificai-O, bendizei o seu nome.
Porque o Senhor é bom,
eterna é a sua misericórdia,
a sua fidelidade estende-se de geração em geração.
________________________________________
Evangelho segundo S. Lucas 12,13-21.
Naquele tempo, alguém, do meio da multidão, disse a Jesus: «Mestre, diz a meu irmão que reparta a herança comigo».
Jesus respondeu-lhe: «Amigo, quem Me fez juiz ou árbitro das vossas partilhas?».
Depois disse aos presentes: «Vede bem, guardai-vos de toda a avareza: a vida de uma pessoa não depende da abundância dos seus bens».
E disse-lhes esta parábola: «O campo dum homem rico tinha produzido excelente colheita.
Ele pensou consigo: ‘Que hei de fazer, pois não tenho onde guardar a minha colheita?
Vou fazer assim: Deitarei abaixo os meus celeiros para construir outros maiores, onde guardarei todo o meu trigo e os meus bens.
Então poderei dizer a mim mesmo: Minha alma, tens muitos bens em depósito para longos anos. Descansa, come, bebe, regala-te’.
Mas Deus respondeu-lhe: ‘Insensato! Esta noite terás de entregar a tua alma. O que preparaste, para quem será?’
Assim acontece a quem acumula para si, em vez de se tornar rico aos olhos de Deus».
Santo do Dia
Santo Inácio de Antioquia, bispo, mártir, séc. II
Santo Inácio de Antioquia, conforme historiadores, viveu por volta do segundo século. Coração ardente (o nome Inácio deriva de ignis = fogo ), ele é lembrado sobretudo pelas expressões de intenso amor a Cristo. A cidade da Síria, Antioquia, terceira em ordem de grandeza do vasto império romano, teve como primeiro bispo o apóstolo Pedro, ao qual sucederam Evódio e em seguida Inácio, o Teófolo, o que traz Deus, como ele mesmo gostava de ser chamado. Pesquisadores indicam que Inácio de Antioquia conheceu pessoalmente os apóstolos Pedro e Paulo.
Por volta do ano 110, foi preso vítima da perseguição de Trajano. Nessa viagem de Antioquia a Roma para onde ia como prisioneiro, o santo bispo escreveu sete cartas, dirigidas a várias Igrejas e a São Policarpo. Tais cartas constituem preciosos documentos sobre a Igreja primitiva, seus fundamentos teológicos, sua constituição hierárquica... Trazido acorrentado para Roma, onde terminou os seus dias na arena, devorado pelas feras selvagens, tornou-se objeto de afectuosas atenções da parte das várias comunidades cristãs nas cidades por onde passou. A ânsia de alcançar Deus, de encontrar Cristo, expressa com intensidade que faz lembrar São Paulo.
As suas palavras inflamadas de amor a Cristo e à Igreja ficaram na lembrança de todas as gerações futuras. "Deixem-me ser a comida das feras, pelas quais me será dado saborear Deus. Eu sou o trigo de Deus. Tenho de ser triturado pelos dentes das feras, para tornar-me pão puro de Cristo."
" Onde está o Bispo, aí está a comunidade, assim como onde está Cristo Jesus aí está a Igreja Católica", foi escrito na carta endereçada ao então jovem bispo de Esmirna, São Policarpo. Os cristãos de Antioquia veneravam, desde a antiquidade, o seu sepulcro nas portas da cidade e já no século IV celebravam a sua memória a 17 de outubro, dia adoptado agora também pelo novo calendário.
Santo Inácio de Antioquia, conforme historiadores, viveu por volta do segundo século. Coração ardente (o nome Inácio deriva de ignis = fogo ), ele é lembrado sobretudo pelas expressões de intenso amor a Cristo. A cidade da Síria, Antioquia, terceira em ordem de grandeza do vasto império romano, teve como primeiro bispo o apóstolo Pedro, ao qual sucederam Evódio e em seguida Inácio, o Teófolo, o que traz Deus, como ele mesmo gostava de ser chamado. Pesquisadores indicam que Inácio de Antioquia conheceu pessoalmente os apóstolos Pedro e Paulo.
Por volta do ano 110, foi preso vítima da perseguição de Trajano. Nessa viagem de Antioquia a Roma para onde ia como prisioneiro, o santo bispo escreveu sete cartas, dirigidas a várias Igrejas e a São Policarpo. Tais cartas constituem preciosos documentos sobre a Igreja primitiva, seus fundamentos teológicos, sua constituição hierárquica... Trazido acorrentado para Roma, onde terminou os seus dias na arena, devorado pelas feras selvagens, tornou-se objeto de afectuosas atenções da parte das várias comunidades cristãs nas cidades por onde passou. A ânsia de alcançar Deus, de encontrar Cristo, expressa com intensidade que faz lembrar São Paulo.
As suas palavras inflamadas de amor a Cristo e à Igreja ficaram na lembrança de todas as gerações futuras. "Deixem-me ser a comida das feras, pelas quais me será dado saborear Deus. Eu sou o trigo de Deus. Tenho de ser triturado pelos dentes das feras, para tornar-me pão puro de Cristo."
" Onde está o Bispo, aí está a comunidade, assim como onde está Cristo Jesus aí está a Igreja Católica", foi escrito na carta endereçada ao então jovem bispo de Esmirna, São Policarpo. Os cristãos de Antioquia veneravam, desde a antiquidade, o seu sepulcro nas portas da cidade e já no século IV celebravam a sua memória a 17 de outubro, dia adoptado agora também pelo novo calendário.
domingo, 16 de outubro de 2016
Rezar sempre sem desfalecer
Comentário do dia:
Santa Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade
«No Greater Love»
Gostar de rezar. Sente muitas vezes, ao longo do dia, a necessidade de rezar. A oração dilata o coração a ponto de ele se tornar capaz de receber o dom de Deus, que é Ele próprio. Pede, procura, e o teu coração alargar-se-á a ponto de O receber, de O guardar como teu bem.
Desejamos tanto rezar bem, e depois não conseguimos; então perdemos a coragem e desistimos. Se queres rezar melhor, tens de rezar mais. Deus aceita o fracasso, mas não quer que percas a coragem. Ele quer que sejamos cada vez mais crianças, cada vez mais humildes, cada vez mais cheios de gratidão na oração. Quer que nos recordemos de que pertencemos ao corpo místico de Cristo, que é oração perpétua.
Devemos ajudar-nos uns aos outros com as nossas orações. Libertemos o espírito. Não rezemos longamente: que as nossas orações não sejam intermináveis, mas breves e cheias de amor. Rezemos por aqueles que não rezam. Recordemos que aquele que quer ser capaz de amar tem de ser capaz de rezar.
A imagem pode conter: nuvem, céu, crepúsculo, atividades ao ar livre e uma ou mais pessoas
Santa Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade
«No Greater Love»
Gostar de rezar. Sente muitas vezes, ao longo do dia, a necessidade de rezar. A oração dilata o coração a ponto de ele se tornar capaz de receber o dom de Deus, que é Ele próprio. Pede, procura, e o teu coração alargar-se-á a ponto de O receber, de O guardar como teu bem.
Desejamos tanto rezar bem, e depois não conseguimos; então perdemos a coragem e desistimos. Se queres rezar melhor, tens de rezar mais. Deus aceita o fracasso, mas não quer que percas a coragem. Ele quer que sejamos cada vez mais crianças, cada vez mais humildes, cada vez mais cheios de gratidão na oração. Quer que nos recordemos de que pertencemos ao corpo místico de Cristo, que é oração perpétua.
Devemos ajudar-nos uns aos outros com as nossas orações. Libertemos o espírito. Não rezemos longamente: que as nossas orações não sejam intermináveis, mas breves e cheias de amor. Rezemos por aqueles que não rezam. Recordemos que aquele que quer ser capaz de amar tem de ser capaz de rezar.
A imagem pode conter: nuvem, céu, crepúsculo, atividades ao ar livre e uma ou mais pessoas
Mestres
Santa Edviges - padroeira dos pobres
SANTO DO DIA
Santo do dia : Santa Margarida Maria Alacoque, religiosa, +1690, Santa Edviges, viúva, +1243
Santa Edviges, viúva, +1243
Santa Edviges é a padroeira dos pobres e endividados. Ela nasceu em Baviera, Alemanha no ano de 1174 . Casou-se com o duque da Silésia, Henrique I, quando tinha apenas 12 anos de idade, tendo com ele seis filhos. Foi uma mulher marcada pelo sofrimento, pois acompanhou a morte de um a um de seus filhos, restando-lhe apenas a filha Gertrudes. Como esposa Edviges soube ser exemplo e com dedicação, conseguiu conciliar os seus deveres e a sua dedicação ao serviço dos necessitados: protegia os órfãos e as viúvas, visitando hospitais, amparando a juventude carente, educando e instruindo-a na fé cristã. Contam os historiadores que Santa Edviges destinava quase tudo que tinha para socorrer os pobres e necessitados. Após a morte do marido, retirou-se para o convento onde a sua filha Gertrudes era abadessa, dedicando o resto dos seus dias à austeridade. Santa Edviges morreu no Mosteiro de Trebnitz, consumida pela penitência no dia 15 de Outubro de 1243.
A Palavra de DEUS
Livro de Êxodo 17,8-13.
Naqueles dias, Amalec veio a Refidim atacar Israel.
Moisés disse a Josué: «Escolhe alguns homens e amanhã sai a combater Amalec. Eu irei colocar-me no cimo da colina, com a vara de Deus na mão».
Josué fez o que Moisés lhe ordenara e atacou Amalec, enquanto Moisés, Aarão e Hur subiram ao cimo da colina.
Quando Moisés tinha as mãos levantadas, Israel ganhava vantagem; mas quando as deixava cair, tinha vantagem Amalec.
Como as mãos de Moisés se iam tornando pesadas, trouxeram uma pedra e colocaram-na por debaixo para que ele se sentasse, enquanto Aarão e Hur, um de cada lado, lhe seguravam as mãos. Assim se mantiveram firmes as suas mãos até ao pôr do sol,
e Josué desbaratou Amalec e o seu povo ao fio da espada.
______________________________________________________
Livro de Salmos 121(120),1-2.3-4.5-6.7-8.
Levanto os meus olhos para os montes:
donde me virá o auxílio?
O meu auxílio vem do Senhor,
que fez o céu e a terra.
Não permitirá que vacilem os teus passos,
não dormirá Aquele que te guarda.
Não há de dormir nem adormecer
Aquele que guarda Israel.
O Senhor é quem te guarda,
o Senhor está a teu lado, Ele é o teu abrigo.
O sol não te fará mal durante o dia,
nem a lua durante a noite.
O Senhor te defende de todo o mal,
o Senhor vela pela tua vida.
Ele te protege quando vais e quando vens,
agora e para sempre.
______________________________________________
2ª Carta a Timóteo 3,14-17.4,1-2.
Caríssimo: Permanece firme no que aprendeste e aceitaste como certo, sabendo de quem o aprendeste.
Desde a infância conheces as Sagradas Escrituras; elas podem dar-te a sabedoria que leva à salvação, pela fé em Cristo Jesus.
Toda a Escritura, inspirada por Deus, é útil para ensinar, persuadir, corrigir e formar segundo a justiça.
Assim o homem de Deus será perfeito, bem preparado para todas as boas obras.
Conjuro-te diante de Deus e de Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino:
Proclama a palavra, insiste a propósito e fora de propósito, argumenta, ameaça e exorta, com toda a paciência e doutrina.
__________________________________
Evangelho segundo S. Lucas 18,1-8.
Naquele tempo, Jesus disse aos seus discípulos uma parábola sobre a necessidade de orar sempre sem desanimar:
«Em certa cidade vivia um juiz que não temia a Deus nem respeitava os homens.
Havia naquela cidade uma viúva que vinha ter com ele e lhe dizia: ‘Faz-me justiça contra o meu adversário’.
Durante muito tempo ele não quis atendê-la. Mas depois disse consigo: ‘É certo que eu não temo a Deus nem respeito os homens;
mas, porque esta viúva me importuna, vou fazer-lhe justiça, para que não venha incomodar-me indefinidamente’».
E o Senhor acrescentou: «Escutai o que diz o juiz iníquo!...
E Deus não havia de fazer justiça aos seus eleitos, que por Ele clamam dia e noite, e iria fazê-los esperar muito tempo?
Eu vos digo que lhes fará justiça bem depressa. Mas quando voltar o Filho do homem, encontrará fé sobre a terra?».
Naqueles dias, Amalec veio a Refidim atacar Israel.
Moisés disse a Josué: «Escolhe alguns homens e amanhã sai a combater Amalec. Eu irei colocar-me no cimo da colina, com a vara de Deus na mão».
Josué fez o que Moisés lhe ordenara e atacou Amalec, enquanto Moisés, Aarão e Hur subiram ao cimo da colina.
Quando Moisés tinha as mãos levantadas, Israel ganhava vantagem; mas quando as deixava cair, tinha vantagem Amalec.
Como as mãos de Moisés se iam tornando pesadas, trouxeram uma pedra e colocaram-na por debaixo para que ele se sentasse, enquanto Aarão e Hur, um de cada lado, lhe seguravam as mãos. Assim se mantiveram firmes as suas mãos até ao pôr do sol,
e Josué desbaratou Amalec e o seu povo ao fio da espada.
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Livro de Salmos 121(120),1-2.3-4.5-6.7-8.
Levanto os meus olhos para os montes:
donde me virá o auxílio?
O meu auxílio vem do Senhor,
que fez o céu e a terra.
Não permitirá que vacilem os teus passos,
não dormirá Aquele que te guarda.
Não há de dormir nem adormecer
Aquele que guarda Israel.
O Senhor é quem te guarda,
o Senhor está a teu lado, Ele é o teu abrigo.
O sol não te fará mal durante o dia,
nem a lua durante a noite.
O Senhor te defende de todo o mal,
o Senhor vela pela tua vida.
Ele te protege quando vais e quando vens,
agora e para sempre.
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2ª Carta a Timóteo 3,14-17.4,1-2.
Caríssimo: Permanece firme no que aprendeste e aceitaste como certo, sabendo de quem o aprendeste.
Desde a infância conheces as Sagradas Escrituras; elas podem dar-te a sabedoria que leva à salvação, pela fé em Cristo Jesus.
Toda a Escritura, inspirada por Deus, é útil para ensinar, persuadir, corrigir e formar segundo a justiça.
Assim o homem de Deus será perfeito, bem preparado para todas as boas obras.
Conjuro-te diante de Deus e de Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino:
Proclama a palavra, insiste a propósito e fora de propósito, argumenta, ameaça e exorta, com toda a paciência e doutrina.
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Evangelho segundo S. Lucas 18,1-8.
Naquele tempo, Jesus disse aos seus discípulos uma parábola sobre a necessidade de orar sempre sem desanimar:
«Em certa cidade vivia um juiz que não temia a Deus nem respeitava os homens.
Havia naquela cidade uma viúva que vinha ter com ele e lhe dizia: ‘Faz-me justiça contra o meu adversário’.
Durante muito tempo ele não quis atendê-la. Mas depois disse consigo: ‘É certo que eu não temo a Deus nem respeito os homens;
mas, porque esta viúva me importuna, vou fazer-lhe justiça, para que não venha incomodar-me indefinidamente’».
E o Senhor acrescentou: «Escutai o que diz o juiz iníquo!...
E Deus não havia de fazer justiça aos seus eleitos, que por Ele clamam dia e noite, e iria fazê-los esperar muito tempo?
Eu vos digo que lhes fará justiça bem depressa. Mas quando voltar o Filho do homem, encontrará fé sobre a terra?».
sábado, 15 de outubro de 2016
SANTO DO DIA
Santa Teresa de Ávila, virgem, doutora da Igreja, +1582
Nasceu em Ávila, a 28 de Março de 1515. Aos vinte anos, ingressou no Carmelo de Ávila. Espanhola, de família nobre, bela e inteligente, foi uma criatura que lutou contra as suas contradições internas, contra as mentiras e hipocrisias de uma vida espiritual vazia. Santa Teresa ocupa um lugar especial dentro da mística cristã; é considerada um dos grandes mestres espirituais que a história da Igreja já conheceu. Entretanto, ela não pode ser esquecida como reformadora do Carmelo, como aquela que conseguiu devolver à Ordem Carmelita o seu primitivo vigor espiritual. Tinha como conselheiro espiritual São João da Cruz.
É chamada Teresa, a Grande, por sua grandeza de mulher. Teresa sem a graça de Deus é uma pobre mulher. Com a graça de Deus, uma graça. Em 1970, o papa Paulo VI, proclamou-a “Doutora da Igreja”, (tal como Santa Catarina de Sena) pela profunda mística e espiritualidade. Foram as duas primeiras mulheres a quem se reconheceu esta qualidade pelos méritos dos escritos doutrinários que deixaram. Muitas das obras de Teresa d’Ávila continuam sendo lidas e produzindo abundantes frutos espirituais: “O caminho da perfeição”, “Pensamentos sobre o amor de Deus”, “Castelo interior”. Morreu em 1582.
Nasceu em Ávila, a 28 de Março de 1515. Aos vinte anos, ingressou no Carmelo de Ávila. Espanhola, de família nobre, bela e inteligente, foi uma criatura que lutou contra as suas contradições internas, contra as mentiras e hipocrisias de uma vida espiritual vazia. Santa Teresa ocupa um lugar especial dentro da mística cristã; é considerada um dos grandes mestres espirituais que a história da Igreja já conheceu. Entretanto, ela não pode ser esquecida como reformadora do Carmelo, como aquela que conseguiu devolver à Ordem Carmelita o seu primitivo vigor espiritual. Tinha como conselheiro espiritual São João da Cruz.
É chamada Teresa, a Grande, por sua grandeza de mulher. Teresa sem a graça de Deus é uma pobre mulher. Com a graça de Deus, uma graça. Em 1970, o papa Paulo VI, proclamou-a “Doutora da Igreja”, (tal como Santa Catarina de Sena) pela profunda mística e espiritualidade. Foram as duas primeiras mulheres a quem se reconheceu esta qualidade pelos méritos dos escritos doutrinários que deixaram. Muitas das obras de Teresa d’Ávila continuam sendo lidas e produzindo abundantes frutos espirituais: “O caminho da perfeição”, “Pensamentos sobre o amor de Deus”, “Castelo interior”. Morreu em 1582.
Martírio de São Policarpo
Carta da Igreja de Esmirna sobre o martírio de São Policarpo (69-155), bispo
(cf. SC 10)
«Quem Me tiver negado diante dos homens será negado diante dos Anjos de Deus»
O mais admirável dos mártires foi o bispo, Policarpo. Primeiro, quando soube de tudo o que se passara, não se perturbou, pelo contrário, quis permanecer na cidade. Perante a insistência da maioria, acabou por se afastar. Retirou-se para uma pequena propriedade situada perto do centro e aí permaneceu com alguns companheiros. Noite e dia nada mais fazia que rezar por todos os homens e pelas Igrejas do mundo inteiro, como era seu costume. [...]
Os guardas, a pé e a cavalo, puseram-se a caminho, armados como se fossem no encalço de um bandido. Noite dentro, chegaram à casa onde se encontrava Policarpo. Este estava deitado num quarto do andar de cima; daí ainda poderia ter ido para outra propriedade. Não quis fazê-lo. Limitou-se a dizer: «Seja feita a vontade de Deus». Ouvindo as vozes dos guardas, desceu e pôs-se a conversar com eles. A sua idade avançada e a sua calma encheram-nos de admiração: não percebiam porque se tinham dado a tantos trabalhos para prender tal ancião. Apesar da hora tardia, Policarpo foi solícito em servir-lhes de comer e de beber, tanto quanto desejaram. Pediu-lhes apenas que lhe concedessem uma hora para orar livremente. Eles consentiram. Era um homem cheio da graça de Deus e pôs-se a rezar de pé. Sem conseguir parar, assim continuou a rezar em voz alta durante duas horas. Os que o ouviam estavam estupefactos e muitos arrependiam-se de terem marchado contra um ancião tão santo.
Quando terminou a oração, na qual fizera memória de todos aqueles que tinha conhecido do decurso da sua longa vida – grandes e pequenos, pessoas ilustres ou obscuras – e de toda a Igreja difundida pelo mundo inteiro, chegou a hora da partida. Fizeram-no montar um asno e conduziram-no para o centro de Esmirna. Era o grande dia de sábado.
Nenhum texto alternativo automático disponível.
(cf. SC 10)
«Quem Me tiver negado diante dos homens será negado diante dos Anjos de Deus»
O mais admirável dos mártires foi o bispo, Policarpo. Primeiro, quando soube de tudo o que se passara, não se perturbou, pelo contrário, quis permanecer na cidade. Perante a insistência da maioria, acabou por se afastar. Retirou-se para uma pequena propriedade situada perto do centro e aí permaneceu com alguns companheiros. Noite e dia nada mais fazia que rezar por todos os homens e pelas Igrejas do mundo inteiro, como era seu costume. [...]
Os guardas, a pé e a cavalo, puseram-se a caminho, armados como se fossem no encalço de um bandido. Noite dentro, chegaram à casa onde se encontrava Policarpo. Este estava deitado num quarto do andar de cima; daí ainda poderia ter ido para outra propriedade. Não quis fazê-lo. Limitou-se a dizer: «Seja feita a vontade de Deus». Ouvindo as vozes dos guardas, desceu e pôs-se a conversar com eles. A sua idade avançada e a sua calma encheram-nos de admiração: não percebiam porque se tinham dado a tantos trabalhos para prender tal ancião. Apesar da hora tardia, Policarpo foi solícito em servir-lhes de comer e de beber, tanto quanto desejaram. Pediu-lhes apenas que lhe concedessem uma hora para orar livremente. Eles consentiram. Era um homem cheio da graça de Deus e pôs-se a rezar de pé. Sem conseguir parar, assim continuou a rezar em voz alta durante duas horas. Os que o ouviam estavam estupefactos e muitos arrependiam-se de terem marchado contra um ancião tão santo.
Quando terminou a oração, na qual fizera memória de todos aqueles que tinha conhecido do decurso da sua longa vida – grandes e pequenos, pessoas ilustres ou obscuras – e de toda a Igreja difundida pelo mundo inteiro, chegou a hora da partida. Fizeram-no montar um asno e conduziram-no para o centro de Esmirna. Era o grande dia de sábado.
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Carta aos Efésios - Salmos - Evangelho segundo S. Lucas
Carta aos Efésios 1,15-23.
Irmãos: Tendo ouvido falar da vossa fé no Senhor Jesus e da vossa caridade para com todos os cristãos,
não cesso de dar graças por vós, lembrando-me de vós nas minhas orações.
O Deus de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda um espírito de sabedoria e de revelação para O conhecerdes plenamente.
Ele ilumine os olhos do vosso coração, para compreenderdes a esperança a que fostes chamados, os tesouros de glória da sua herança entre os santos
e a incomensurável grandeza do seu poder para nós os crentes.
Assim o mostra a eficácia da poderosa força que exerceu em Cristo, que Ele ressuscitou dos mortos e colocou à sua direita nos Céus,
acima de todo o Principado, Poder, Virtude e Soberania, acima de todo o nome que é pronunciado, não só neste mundo, mas também no mundo que há de vir.
Tudo submeteu aos seus pés e pô-l’O acima de todas as coisas como Cabeça de toda a Igreja,
que é o seu Corpo, a plenitude d’Aquele que preenche tudo em todos.
Livro de Salmos 8,2-3a.4-5.6-7.
Como é admirável, Senhor, o vosso nome em toda a terra!
A vossa majestade está acima dos céus.
Da boca das crianças e meninos de peito
Quando contemplo os céus, obra das vossas mãos,
a lua e as estrelas que lá colocastes,
que é o homem para que Vos lembreis dele,
o filho do homem para dele Vos ocupardes?
Fizestes dele quase um ser divino,
de honra e glória o coroastes;
destes-lhe poder sobre a obra das vossas mãos,
tudo submetestes a seus pés.
Evangelho segundo S. Lucas 12,8-12.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «A todo aquele que Me tiver reconhecido diante dos homens também o Filho do homem o reconhecerá diante dos Anjos de Deus.
Mas quem Me tiver negado diante dos homens será negado diante dos Anjos de Deus.
E todo aquele que disser uma palavra contra o Filho do homem será perdoado; mas quem tiver blasfemado contra o Espírito Santo não será perdoado.
Quando vos levarem às sinagogas, aos magistrados e às autoridades, não vos preocupeis com o que haveis de responder nem com o que haveis de dizer em vossa defesa.
O Espírito Santo vos ensinará naquela hora o que haveis de dizer».
sexta-feira, 14 de outubro de 2016
Não temais
Isaac o Sírio (século VII), monge perto de Mossul
Discursos Espirituais, 1.ª série, n.º 36
«Não temais. Valeis mais do que todos os passarinhos».
É preciso não desejar nem procurar estouvadamente sinais visíveis, uma vez que o Senhor está sempre pronto a socorrer os seus santos. Ele não manifesta o seu poder numa obra ou num sinal sensível sem necessidade, para não esbater a ajuda que dele recebemos nem nos prejudicar. É desta forma que providencia junto dos seus santos: quer mostrar-lhes que a atenção secreta que lhes presta não os abandona um instante mas que, em tudo, os deixa travar o combate segundo a medida das suas forças e esforçar-se por rezar.
Porém, se alguma dificuldade os abate, quando estão doentes ou desencorajados porque a sua natureza é fraca, então Ele próprio faz, como é preciso e como Ele sabe, tudo o que está no seu poder para que sejam socorridos. Confirma-os secretamente tanto quanto pode, para que tenham força para suportar as dificuldades. Porque, na confiança que lhes dá, frustra essas dificuldades e, pela visão da fé, desperta-os para o louvor. [...] Contudo, se for preciso que esta ajuda secreta seja explicitada, Ele o faz, mas por necessidade. Os seus caminhos são de grande sabedoria: prolongam-se quando é preciso e necessário, mas nunca de qualquer maneira.
Discursos Espirituais, 1.ª série, n.º 36
«Não temais. Valeis mais do que todos os passarinhos».
É preciso não desejar nem procurar estouvadamente sinais visíveis, uma vez que o Senhor está sempre pronto a socorrer os seus santos. Ele não manifesta o seu poder numa obra ou num sinal sensível sem necessidade, para não esbater a ajuda que dele recebemos nem nos prejudicar. É desta forma que providencia junto dos seus santos: quer mostrar-lhes que a atenção secreta que lhes presta não os abandona um instante mas que, em tudo, os deixa travar o combate segundo a medida das suas forças e esforçar-se por rezar.
Porém, se alguma dificuldade os abate, quando estão doentes ou desencorajados porque a sua natureza é fraca, então Ele próprio faz, como é preciso e como Ele sabe, tudo o que está no seu poder para que sejam socorridos. Confirma-os secretamente tanto quanto pode, para que tenham força para suportar as dificuldades. Porque, na confiança que lhes dá, frustra essas dificuldades e, pela visão da fé, desperta-os para o louvor. [...] Contudo, se for preciso que esta ajuda secreta seja explicitada, Ele o faz, mas por necessidade. Os seus caminhos são de grande sabedoria: prolongam-se quando é preciso e necessário, mas nunca de qualquer maneira.
Unidos na misericórdia
·
O Pontífice a uma peregrinação de luteranos alemães ·
13 de Outubro de 2016
«O testemunho que o mundo espera de nós consiste sobretudo em tornar visível a misericórdia que Deus tem em relação a nós através do serviço aos pobres, aos doentes, a quantos abandonaram a própria terra», disse Francisco aos participantes na peregrinação «Com Lutero em visita ao papa», provenientes do Land alemão da Saxónia-Anhalt, recebidos na Sala Paulo VI na manhã de quinta-feira, 13 de outubro.
O Pontífice afirmou sentir-se feliz pelo facto de que «hoje, luteranos e católicos estão a caminhar pela senda que vai do conflito para a comunhão. Já percorremos – disse – um importante trecho da estrada. Ao longo do caminho experimentamos sentimentos contrastantes: dor pela divisão que ainda existe, mas também alegria pela fraternidade já reencontrada. A vossa presença tão numerosa e entusiasta é um sinal evidente desta fraternidade». A propósito o Papa falou sobre a viagem que realizará no final do mês a Lund, na Suécia, para comemorar juntamente com a Federação luterana mundial os cinco séculos do início da reforma. No final da audiência o Pontífice respondeu, improvisando, a cinco perguntas que lhe formularam sobre temas ecuménicos de atualidade.
Discurso do Papa
Evangelho segundo S. Lucas 12,1-7.
Naquele tempo, a multidão afluía aos milhares, a ponto de se atropelarem uns aos outros. E Jesus começou a dizer, em primeiro lugar para os seus discípulos: «Acautelai-vos do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia.
Não há nada encoberto que não venha a descobrir-se, nem há nada oculto que não venha a conhecer-se.
Por isso, tudo o que tiverdes dito às escuras será ouvido à luz do dia e o que tiverdes dito aos ouvidos, nos aposentos interiores, será proclamado sobre os telhados.
Digo-vos a vós, meus amigos: Não temais os que matam o corpo e depois nada mais podem fazer.
Vou mostrar-vos a quem deveis temer: Temei Aquele que, depois de matar, tem poder para lançar na Geena. Sim, Eu vos digo, a Esse é que deveis temer.
Não se vendem cinco passarinhos por duas moedas? Contudo, nenhum deles é esquecido diante de Deus.
Mais ainda, até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. Não temais. Valeis mais do que todos os passarinhos».
Livro de Salmos 33(32),1-2.4-5.12-13.
Justos, aclamai o Senhor,
os corações retos devem louvá-l’O.
Louvai o Senhor com a cítara,
cantai-Lhe salmos ao som da harpa.
A palavra do Senhor é reta,
da fidelidade nascem as suas obras.
Ele ama a justiça e a retidão:
a terra está cheia da bondade do Senhor.
Feliz a nação que tem o Senhor por seu Deus,
o povo que Ele escolheu para sua herança.
Do Céu o Senhor contempla
e observa todos os homens.
Carta aos Efésios 1,11-14.
Irmãos: Em Cristo fomos constituídos herdeiros, por termos sido predestinados, segundo os desígnios d’Aquele que tudo realiza conforme a decisão da sua vontade,
para sermos um hino de louvor da sua glória, nós que desde o começo esperámos em Cristo.
Foi n’Ele que vós também, depois de ouvirdes a palavra da verdade, o Evangelho da vossa salvação, abraçastes a fé e fostes marcados pelo Espírito Santo. E o Espírito Santo prometido
é o penhor da nossa herança, para a redenção do povo que Deus adquiriu para louvor da sua glória.
Santo do Dia
S. Calisto I, papa, mártir, +222, S. João Ogilvie, presbítero, mártir, +1615
S. Calisto I, papa, mártir, +222
Segundo a tradição, o papa São Calisto havia sido um escravo que conseguiu a sua libertação. O papa Zeferino conferiu-lhe o diaconato, encarregando-o da administração do Cemitério da Via Ápia (Catacumba de São Calisto). Eleito sucessor de Zeferino o que lhe granjeou a inveja e animosidade de Hipólito que o não quis reconhecer como Papa, devido à sua condição de escravo e, especialmente, à sua condescendência para com os pecadores. Calisto governou a Igreja de Deus de 217 a 222. Lutou intensamente contra as heresias e as ideias rigorosas de que certos pecados não podiam ser perdoados. São Calisto, entretanto, defendeu o princípio de que todo pecado pode ser perdoado pela Igreja, cumpridas as devidas condições. Segundo consta, São Calisto foi assassinado durante um motim em que se defrontavam pagãos e cristãos.
Concedei-nos, pela intercessão de são Calisto, papa e mártir, a graça de sermos sempre muito firmes na defesa da verdade cristã. Concedei-nos, por sua intercessão, a graça que ardentemente vos pedimos. Por Cristo, Senhor nosso, amém.
São Calisto, papa e mártir, rogai por nós.
______________________________________________
S. João Ogilvie, presbítero, mártir, +1615
Nasceu em 1579. Seus pais eram nobres calvinistas e, muito novo ainda, enviaram-no para a Europa Continental a fim de aperfeiçoar a sua formação. Converteu-se à fé católica graças à influência do Pe. Cornélio van den Steen. Estudou no Colégio dos Escoceses e noutros Institutos Superiores. Em novembro de 1599, foi admitido na Companhia de Jesus e, depois da habitual preparação, ordenado sacerdote em Paris no ano de 1610. Depois de insistentes pedidos, obteve licença para voltar à sua pátria. Durante um curto espaço de tempo, exerceu diversos ministérios apostólicos em Glasgow, quando foi preso por traição ao não reconhecer a autoridade espiritual do rei Jaime I. Foi atormentado com crudelíssimos suplícios e depois morto no dia 10 de Março de 1615, por não ceder às chantagens e ao medo, e ter defendido até o fim o primado espiritual do Papa. Foi canonizado em 1976 por Paulo VI.
S. Calisto I, papa, mártir, +222
Segundo a tradição, o papa São Calisto havia sido um escravo que conseguiu a sua libertação. O papa Zeferino conferiu-lhe o diaconato, encarregando-o da administração do Cemitério da Via Ápia (Catacumba de São Calisto). Eleito sucessor de Zeferino o que lhe granjeou a inveja e animosidade de Hipólito que o não quis reconhecer como Papa, devido à sua condição de escravo e, especialmente, à sua condescendência para com os pecadores. Calisto governou a Igreja de Deus de 217 a 222. Lutou intensamente contra as heresias e as ideias rigorosas de que certos pecados não podiam ser perdoados. São Calisto, entretanto, defendeu o princípio de que todo pecado pode ser perdoado pela Igreja, cumpridas as devidas condições. Segundo consta, São Calisto foi assassinado durante um motim em que se defrontavam pagãos e cristãos.
Concedei-nos, pela intercessão de são Calisto, papa e mártir, a graça de sermos sempre muito firmes na defesa da verdade cristã. Concedei-nos, por sua intercessão, a graça que ardentemente vos pedimos. Por Cristo, Senhor nosso, amém.
São Calisto, papa e mártir, rogai por nós.
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S. João Ogilvie, presbítero, mártir, +1615
Nasceu em 1579. Seus pais eram nobres calvinistas e, muito novo ainda, enviaram-no para a Europa Continental a fim de aperfeiçoar a sua formação. Converteu-se à fé católica graças à influência do Pe. Cornélio van den Steen. Estudou no Colégio dos Escoceses e noutros Institutos Superiores. Em novembro de 1599, foi admitido na Companhia de Jesus e, depois da habitual preparação, ordenado sacerdote em Paris no ano de 1610. Depois de insistentes pedidos, obteve licença para voltar à sua pátria. Durante um curto espaço de tempo, exerceu diversos ministérios apostólicos em Glasgow, quando foi preso por traição ao não reconhecer a autoridade espiritual do rei Jaime I. Foi atormentado com crudelíssimos suplícios e depois morto no dia 10 de Março de 1615, por não ceder às chantagens e ao medo, e ter defendido até o fim o primado espiritual do Papa. Foi canonizado em 1976 por Paulo VI.
Espiritísmo
ESPIRITISMO É CIÊNCIA, FILOSOFIA E RELIGIÃO
VIVA JESUS!
Bom-dia! queridos irmãos.
Faz mais de cinquenta anos que integro o quadro de trabalhadores da Legião Espírita, na cidade de Porto Alegre, no extremo sul do Brasil. Esta sociedade é integrante da Federação Espírita do Estado do Rio Grande do Sul, que por sua vez é filiada à Federação Espírita Brasileira. No decorrer de todo esse tempo, ao estudar a doutrina e exercer as mais variadas funções nesta casa, de recepcionista a presidente, foi se solidificando em mim a forte convicção de que o Espiritismo é amor ao próximo, Ciência, Filosofia e... também Religião, por que não? E quero aproveitar esta crônica para difundir minha opinião sobre o tema, que é idêntica à da Legião Espírita, pois muitos antagonistas dos nossos ideais e até mesmo algumas correntes que se intitulam espíritas insistem na afirmação de que o Espiritismo não é Religião.
Baseiam-se no fato de não termos liturgia, dogmas ou um corpo sacerdotal organizado. Convenhamos, isso é algo que nunca nos fez falta. Alegam também que Allan Kardec não considerou o Espiritismo uma Religião. Sob esse enfoque, basta lembrar que na época do Codificador a ideia de religiosidade estava ligada à intolerância, à dominação e ao proselitismo. Havia também uma orgulhosa casta sacerdotal, com todo seu cortejo de hierarquias e cerimônias, onde se pregava o temor a Deus, deixando em segundo plano a sua infinita bondade. Os líderes religiosos de então estavam ligados ao poder político e tinham por hábito rituais de muita pompa. Ora, a doutrina que Kardec codificou não tem nada disso. Prima pela simplicidade, é desprovida de interesses mundanos e nela cada um tem que ser o seu próprio sacerdote, sem privilégios. Entretanto, apesar destes contrastes, mesmo cercado de tantas ideias distorcidas sobre Religião, na conclusão de O Livro dos Espíritos, o Codificador já vislumbrava que o “primeiro e mais geral efeito do Espiritismo consiste em desenvolver o sentimento religioso até naquele que, sem ser materialista, olha com absoluta indiferença para as questões espirituais”.
E como Kardec sempre asseverou que esta é uma doutrina evolucionista, convém admitirmos que – se antes não era – o Espiritismo evoluiu até tornar-se uma Religião nos dias de hoje, pelo menos, nos termos em que é praticado no Brasil e em Portugal... É Religião no legítimo sentido etimológico desta palavra, ao religar a criatura ao seu Criador, através do Evangelho redivivo de Jesus, nossa prática diária. Quanto à sua parte científica, o Espiritismo trata da origem, da natureza e do destino dos Espíritos, além das relações entre o mundo corporal e espiritual. Como Filosofia mostra que somos os autores do nosso próprio destino, que o nosso hoje é consequência do nosso ontem, assim como neste momento estamos a construir o nosso amanhã.
Emmanuel, o saudoso mentor de Chico Xavier, estava com a razão quando asseverou que: “no aspecto religioso repousa a grandeza divina do Espiritismo, por constituir a restauração do Evangelho de Jesus Cristo”. E a inspirada Joanna de Ângelis, pela psicografia de Divaldo Franco, afirma: “à Religião cumpre a tarefa relevante de invitar o homem aos deveres mais elevados, que são os espirituais, armando-o com recursos hábeis e preciosos para lográ-lo”. Não é exatamente isso que o Espiritismo faz com todos nós? Assim, da próxima vez que um pesquisador bater em nossa porta e perguntar que Religião praticamos, respondamos alto e bom som, com entusiasmo e alegria: Espiritismo. Caso contrário, ele pode assinalar que somos ateus...
Pedro Fagundes Azevedo
Clique aqui para ler mais: http://www.forumespirita.net/fe/auto-conhecimento/espiritismo-e-ciencia-filosofia-e-tambem-religiao/#ixzz4MyTEN59Z
quarta-feira, 12 de outubro de 2016
Nossa Senhora da Conceição Aparecida
Quarta-feira, dia 12 de Outubro de 2016
Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Padroeira do Brasil
Comemoramos hoje a Solenidade da Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, cuja imagem foi encontrada no Rio Paraíba pelos pescadores da região no ano de 1717, o vigário de Guaratinguetá na ocasião era o Padre José Alves Vilela (1715 a 1745). No início, a pequena imagem da Senhora da Conceição foi levada para a casa de um dos pescadores, Filipe Cardoso. Em 1737, foi edificada num oratório e prestavam-lhe culto os moradores das redondezas. Em 1745 foi construída uma igreja em sua homenagem. Em 24 de Junho de 1888, o templo foi solenemente benzido e, hoje, é chamado de "básilica velha". A monumental basílica actual foi consagrada pelo Papa João Paulo II no dia 04 de Julho de 1980. Desde os primeiros cultos dedicados a Nossa Senhora pelos pescadores (oração do terço e outras devoções) até nossos dias, os peregrinos jamais cessaram de depositar aos pés da Virgem Aparecida as suas súplicas, dores, sofrimentos e alegrias. Foi em 28 de outubro de 1894, como padres capelães e missionários de Nossa Senhora Aparecida, que chegaram os primeiros padres e irmãos redentoristas, vindos da Baviera, a convite pessoal de Dom Joaquim Arcoverde, então Bispo de São Paulo. Daí em diante os filhos de Santo Afonso têm prestado assistência religiosa às multidões de romeiros que visitam o Santuário. Actualmente, são milhões os romeiros que se dirigem à cidade de Aparecida do Norte, a fim de agradecer e pedir graças.
Os triunfos da "Senhora Aparecida" começaram com as romarias paroquiais e diocesanas. A primeira realizou-se a 08 de Setembro de 1900, com 1200 peregrinos vindos de comboio, de São Paulo, com o seu bispo. Hoje os romeiros são milhões vindos de todo Brasil e dos países vizinhos. No dia 08 de Setembro de 1904, na presença do Núncio Apostólico, de 12 bispos e de uma grande multidão de peregrinos do Rio, São Paulo e das cidades do Vale do Paraíba, o bispo de São Paulo, Dom José Camargo Barros, coroou solenemente a veneranda Imagem com a preciosa coroa oferecida pela Princesa Isabel. No ano de 1929, no encerramento do Congresso Mariano, Nossa Senhora Aparecida foi proclamada a Rainha do Brasil, sob invocação de Aparecida.
Foi em 31 de Maio de 1931 que, a imagem aparecida foi levada ao Rio, para que diante dela, Nossa Senhora recebesse as homenagens oficiais de toda a nação, estando presente também o Presidente da República, Getúlio Vargas. Nossa Senhora foi aclamada então por todos "RAINHA E PADROEIRA DO BRASIL". A devoção do povo brasileiro a Nossa Senhora, a peregrinação da Padroeira por toda a Pátria, a abertura de vias rápidas de condução e uma equipe especializada de sacerdotes e irmãos coadjutores puseram a Aparecida entre os maiores centros de peregrinação do mundo.
No Brasil a Missa é a da Solenidade: Est 5,1b-2; 7,2b-3; Sl 44(45), 11-16; Ap 12,1.5.13a.15-16; Jo 2,1-11.
Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Padroeira do Brasil
Comemoramos hoje a Solenidade da Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, cuja imagem foi encontrada no Rio Paraíba pelos pescadores da região no ano de 1717, o vigário de Guaratinguetá na ocasião era o Padre José Alves Vilela (1715 a 1745). No início, a pequena imagem da Senhora da Conceição foi levada para a casa de um dos pescadores, Filipe Cardoso. Em 1737, foi edificada num oratório e prestavam-lhe culto os moradores das redondezas. Em 1745 foi construída uma igreja em sua homenagem. Em 24 de Junho de 1888, o templo foi solenemente benzido e, hoje, é chamado de "básilica velha". A monumental basílica actual foi consagrada pelo Papa João Paulo II no dia 04 de Julho de 1980. Desde os primeiros cultos dedicados a Nossa Senhora pelos pescadores (oração do terço e outras devoções) até nossos dias, os peregrinos jamais cessaram de depositar aos pés da Virgem Aparecida as suas súplicas, dores, sofrimentos e alegrias. Foi em 28 de outubro de 1894, como padres capelães e missionários de Nossa Senhora Aparecida, que chegaram os primeiros padres e irmãos redentoristas, vindos da Baviera, a convite pessoal de Dom Joaquim Arcoverde, então Bispo de São Paulo. Daí em diante os filhos de Santo Afonso têm prestado assistência religiosa às multidões de romeiros que visitam o Santuário. Actualmente, são milhões os romeiros que se dirigem à cidade de Aparecida do Norte, a fim de agradecer e pedir graças.
Os triunfos da "Senhora Aparecida" começaram com as romarias paroquiais e diocesanas. A primeira realizou-se a 08 de Setembro de 1900, com 1200 peregrinos vindos de comboio, de São Paulo, com o seu bispo. Hoje os romeiros são milhões vindos de todo Brasil e dos países vizinhos. No dia 08 de Setembro de 1904, na presença do Núncio Apostólico, de 12 bispos e de uma grande multidão de peregrinos do Rio, São Paulo e das cidades do Vale do Paraíba, o bispo de São Paulo, Dom José Camargo Barros, coroou solenemente a veneranda Imagem com a preciosa coroa oferecida pela Princesa Isabel. No ano de 1929, no encerramento do Congresso Mariano, Nossa Senhora Aparecida foi proclamada a Rainha do Brasil, sob invocação de Aparecida.
Foi em 31 de Maio de 1931 que, a imagem aparecida foi levada ao Rio, para que diante dela, Nossa Senhora recebesse as homenagens oficiais de toda a nação, estando presente também o Presidente da República, Getúlio Vargas. Nossa Senhora foi aclamada então por todos "RAINHA E PADROEIRA DO BRASIL". A devoção do povo brasileiro a Nossa Senhora, a peregrinação da Padroeira por toda a Pátria, a abertura de vias rápidas de condução e uma equipe especializada de sacerdotes e irmãos coadjutores puseram a Aparecida entre os maiores centros de peregrinação do mundo.
No Brasil a Missa é a da Solenidade: Est 5,1b-2; 7,2b-3; Sl 44(45), 11-16; Ap 12,1.5.13a.15-16; Jo 2,1-11.
quinta-feira, 6 de outubro de 2016
Espírito Santo
Comentário do dia:
Homilia atribuída a São Macário (?-390), monge do Egipto
Homilia n.º 16
«Quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que Lho pedem!»»
Para conseguir o pão do corpo, o mendigo não se constrange em bater de porta em porta a pedi-lo; se não lho dão, avança um pouco e pede, ainda mais sem cerimónia, pão, roupas ou sandálias para consolo do corpo; se nada lhe derem, insiste e dali não sai, ainda que o expulsem. Nós, que procuramos receber o pão celeste e verdadeiro para nos fortificar a alma, que desejamos vestir as celestes roupas de luz e que aspiramos a calçar as imateriais sandálias do Espírito para refrigério da nossa alma imortal, muito mais devemos, incansável e resolutamente, com fé e amor, ter sempre paciência, bater à porta espiritual de Deus e pedir com perfeita constância para sermos considerados dignos da vida eterna.
Por isso dizia o Senhor «uma parábola sobre a obrigação de orar sempre, sem desfalecer» (Lc 18,1), a que acrescentava estas palavras: quanta «justiça para com os que Lhe imploram noite e dia» (v. 6) terá então nosso Pai Celeste. E disse ainda, sobre o amigo: «Se ele não se levantar por ser amigo, ao menos, por causa da sua insistência, levantar-se-á para lhe dar tudo aquilo de que precisa». Acrescenta então: «Pedi e dar-se-vos-á; procurai e encontrareis; batei à porta e abrir-se-vos-á. Porque quem pede recebe; quem procura encontra; e a quem bate à porta, abrir-se-á». E prossegue: «Se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que Lho pedem!» É por isso que o Senhor nos exorta a pedir sempre, incansável e tenazmente, a procurar e a bater à porta continuamente: porque Ele prometeu dar aos que pedem, procuram e batem, não aos que não pedem. É por Lhe rezarmos, Lhe suplicarmos e O amarmos que Ele quer dar-nos a vida eterna.
Homilia atribuída a São Macário (?-390), monge do Egipto
Homilia n.º 16
«Quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que Lho pedem!»»
Para conseguir o pão do corpo, o mendigo não se constrange em bater de porta em porta a pedi-lo; se não lho dão, avança um pouco e pede, ainda mais sem cerimónia, pão, roupas ou sandálias para consolo do corpo; se nada lhe derem, insiste e dali não sai, ainda que o expulsem. Nós, que procuramos receber o pão celeste e verdadeiro para nos fortificar a alma, que desejamos vestir as celestes roupas de luz e que aspiramos a calçar as imateriais sandálias do Espírito para refrigério da nossa alma imortal, muito mais devemos, incansável e resolutamente, com fé e amor, ter sempre paciência, bater à porta espiritual de Deus e pedir com perfeita constância para sermos considerados dignos da vida eterna.
Por isso dizia o Senhor «uma parábola sobre a obrigação de orar sempre, sem desfalecer» (Lc 18,1), a que acrescentava estas palavras: quanta «justiça para com os que Lhe imploram noite e dia» (v. 6) terá então nosso Pai Celeste. E disse ainda, sobre o amigo: «Se ele não se levantar por ser amigo, ao menos, por causa da sua insistência, levantar-se-á para lhe dar tudo aquilo de que precisa». Acrescenta então: «Pedi e dar-se-vos-á; procurai e encontrareis; batei à porta e abrir-se-vos-á. Porque quem pede recebe; quem procura encontra; e a quem bate à porta, abrir-se-á». E prossegue: «Se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que Lho pedem!» É por isso que o Senhor nos exorta a pedir sempre, incansável e tenazmente, a procurar e a bater à porta continuamente: porque Ele prometeu dar aos que pedem, procuram e batem, não aos que não pedem. É por Lhe rezarmos, Lhe suplicarmos e O amarmos que Ele quer dar-nos a vida eterna.
Evangelho segundo S. Lucas 1,69-70.71-72.73-75.
O Senhor nos deu um Salvador poderoso,
na casa de David, seu servo,
como prometeu pela boca dos seus santos,
os profetas dos tempos antigos;
Para nos libertar dos nossos inimigos
e das mãos daqueles que nos odeiam;
para mostrar a sua misericórdia a favor dos nossos pais,
recordando a sua sagrada aliança:
O juramento que fizera a Abraão, nosso pai,
que nos havia de conceder esta graça:
de O servirmos um dia, sem temor,
livres das mãos dos nossos inimigos,
em santidade e justiça na sua presença,
todos os dias da nossa vida.
Carta aos Gálatas 3,1-5.
Ó gálatas insensatos, quem vos fascinou, depois de ter sido apresentada aos vossos olhos a imagem de Jesus Cristo crucificado?
Só quero que me respondais ao seguinte: Foi por cumprirdes as obras da Lei de Moisés que recebestes o Espírito Santo, ou porque ouvistes a mensagem da fé?
Sois tão insensatos que, tendo começado com o Espírito, acabais agora na carne?
Foi em vão que recebestes tantos dons? Se é que foi em vão!
Aquele que vos dá o Espírito e realiza milagres entre vós procede assim por cumprirdes as obras da Lei de Moisés, ou porque ouvistes a mensagem da fé?
Santo do Dia
Santo do dia : S. Bruno, eremita, +1101, Santa Maria Francisca das Cinco Chagas, virgem, +1791, Beato José Rubio, presbítero, operário, +1929
S. Bruno, eremita, +1101
São Bruno nasceu na cidade de Colônia no ano 1035, de família nobre, terminara seus estudos na escola episcopal de Reims, na Alemanha onde, após a ordenação sacerdotal, voltou na qualidade de professor de teologia. Temos entre seus alunos Eudes de Châtillon, o futuro Papa Urbano II e Santo Huygo de Grenoble. Foi ordenado sacerdote na sua terra natal, dedicando-se ao ensino de teologia na arquidiocese de Reims por mais de 25 anos. Fundou a extremamente exigente Ordem Religiosa da Igreja: A Cartuxa. Os cartuxos procuram conciliar a vida comunitária e silenciosa com vida contemplativa. Na Cartuxa reside o silêncio total e absoluto como meio para chegar a Deus.
Reuniu em torno de si alguns companheiros dispostos a aceitar o desafio e fundou na região desértica de Chartreuse o primeiro mosteiro da ordem. O Papa Urbano II, ex-aluno de São Bruno, escolheu-0 para conselheiro e chamou-o a Roma. A estadia em Roma foi breve. Os monges, não se adaptaram à cidade (Construíram uma cartuxa junta às Termas de Diocleciano), e por isso tiveram a licença de voltar a Grenoble, enquanto o abade Bruno, deixando a Cúria Pontifícia, pôde descer à Itália meridional para erigir uma nova cartuxa, no modelo da francesa.
A Igreja, único lugar onde os irmãos se encontram para recitar o Ofício Divino, é coroada por pequenas casas de dois quartos, um térreo, destinado ao trabalho e outro superior, a morada do monge, onde ele ora e repousa. " O proveito e a alegria que a solidão e o silêncio do ermo trazem a todos os que O amam, só os que tiveram a experiência podem apreciar". Assim escrevia São Bruno a um amigo, pouco antes de morrer a 06 de Outubro de 1101, em Torre, na Calábria.
______________________________________________________________-
Santa Maria Francisca das Cinco Chagas, virgem, +1791
Santa Maria Francisca das Cinco Chagas
Ana Maria nasceu em Nápoles no dia 25 de março de 1715, filha de Francisco Gallo e Bárbara Basini, comerciantes. Ainda menina, manifestou o desejo de receber a Eucaristia, o que aconteceu com 7 anos.
Mostrou tanta piedade e prática de virtudes, que foi chamada de "Santita" (Santinha). Decidida a consagrar-se a Deus, apesar da oposição de seu pai, que lhe oferecia um vantajoso matrimónio, tornou-se terceira franciscana seguindo a Regra e a orientação dos frades menores, que tinham o convento de Santa Lucia do Monte em São João José da Cruz.
Com apenas 16 anos, delicada e pálida devido às penitências voluntárias, tomou o hábito franciscano no dia 8 de setembro de 1731; professou os três votos de castidade, pobreza e obediência e passou a se chamar Maria Francisca das 5 Chagas de N.S.J.C. Embora permanecesse no mundo, viveu na mais perfeita observância da severa Regra Franciscana, submetendo seu corpo, e já cansado por um contínuo trabalho, a flagelações, vigílias e cilícios.
Extases e profecias eram-lhe familiares. Vivia já das coisas sobrenaturais, incompreendida, perseguida, tratada como visionária foi submetida a exames por parte das autoridades eclesiásticas. Em 7 anos de duro martírio suportou tudo com inalterada mansidão.
Assistida por muitos religiosos fiéis, fortalecida pela Eucaristia, morreu serenamente no seu quarto no dia 6 de outubro de 1791, aos 76 anos. Seu corpo foi sepultado na igreja de Santa Lucia do Monte, onde é venerada ao lado do túmulo de São João José da Cruz.
__________________________________________________________________
Beato José Rubio, presbítero, operário, +1929
Beato José Rubio
Nasceu em Dálias (Espanha) em 1864, filho de humilde família de agricultores. Entrou para o seminário aos 11 anos onde, durante seus estudos, chamou a atenção de um dos professores que acabou se tornando seu protetor. Foi ordenado em 1887. Já durante a sua formação para o clero secular havia conhecido e se apaixonado pela Companhia, queria muito ser jesuíta mas o seu protetor se opunha. Foi movido pelo respeito que esperou pacientemente por 19 anos para só ingressar no noviciado da Companhia depois da morte de seu protetor, em 1906. Durante todo o tempo que serviu ao povo de Deus no clero secular foi pastor dedicado, deixou muitas mostras de sinceridade, disponibilidade e mortificação. Como jesuíta pôde unir às qualidades já mencionadas a alegria do ideal realizado. Após a sua 3º provação foi destinado para Madri, onde trabalhou em diversas pastorais. O seu gosto pelas conversas espirituais era notório. Exímio orientador espiritual, também pregador e confessor, já em vida adquirira fama de santo. Uma angina de peito suportada sem reclamação, e agravada pelo excesso de trabalho, o matou em 1929. Foi beatificado por João Paulo II em 1985.
S. Bruno, eremita, +1101
São Bruno nasceu na cidade de Colônia no ano 1035, de família nobre, terminara seus estudos na escola episcopal de Reims, na Alemanha onde, após a ordenação sacerdotal, voltou na qualidade de professor de teologia. Temos entre seus alunos Eudes de Châtillon, o futuro Papa Urbano II e Santo Huygo de Grenoble. Foi ordenado sacerdote na sua terra natal, dedicando-se ao ensino de teologia na arquidiocese de Reims por mais de 25 anos. Fundou a extremamente exigente Ordem Religiosa da Igreja: A Cartuxa. Os cartuxos procuram conciliar a vida comunitária e silenciosa com vida contemplativa. Na Cartuxa reside o silêncio total e absoluto como meio para chegar a Deus.
Reuniu em torno de si alguns companheiros dispostos a aceitar o desafio e fundou na região desértica de Chartreuse o primeiro mosteiro da ordem. O Papa Urbano II, ex-aluno de São Bruno, escolheu-0 para conselheiro e chamou-o a Roma. A estadia em Roma foi breve. Os monges, não se adaptaram à cidade (Construíram uma cartuxa junta às Termas de Diocleciano), e por isso tiveram a licença de voltar a Grenoble, enquanto o abade Bruno, deixando a Cúria Pontifícia, pôde descer à Itália meridional para erigir uma nova cartuxa, no modelo da francesa.
A Igreja, único lugar onde os irmãos se encontram para recitar o Ofício Divino, é coroada por pequenas casas de dois quartos, um térreo, destinado ao trabalho e outro superior, a morada do monge, onde ele ora e repousa. " O proveito e a alegria que a solidão e o silêncio do ermo trazem a todos os que O amam, só os que tiveram a experiência podem apreciar". Assim escrevia São Bruno a um amigo, pouco antes de morrer a 06 de Outubro de 1101, em Torre, na Calábria.
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Santa Maria Francisca das Cinco Chagas, virgem, +1791
Santa Maria Francisca das Cinco Chagas
Ana Maria nasceu em Nápoles no dia 25 de março de 1715, filha de Francisco Gallo e Bárbara Basini, comerciantes. Ainda menina, manifestou o desejo de receber a Eucaristia, o que aconteceu com 7 anos.
Mostrou tanta piedade e prática de virtudes, que foi chamada de "Santita" (Santinha). Decidida a consagrar-se a Deus, apesar da oposição de seu pai, que lhe oferecia um vantajoso matrimónio, tornou-se terceira franciscana seguindo a Regra e a orientação dos frades menores, que tinham o convento de Santa Lucia do Monte em São João José da Cruz.
Com apenas 16 anos, delicada e pálida devido às penitências voluntárias, tomou o hábito franciscano no dia 8 de setembro de 1731; professou os três votos de castidade, pobreza e obediência e passou a se chamar Maria Francisca das 5 Chagas de N.S.J.C. Embora permanecesse no mundo, viveu na mais perfeita observância da severa Regra Franciscana, submetendo seu corpo, e já cansado por um contínuo trabalho, a flagelações, vigílias e cilícios.
Extases e profecias eram-lhe familiares. Vivia já das coisas sobrenaturais, incompreendida, perseguida, tratada como visionária foi submetida a exames por parte das autoridades eclesiásticas. Em 7 anos de duro martírio suportou tudo com inalterada mansidão.
Assistida por muitos religiosos fiéis, fortalecida pela Eucaristia, morreu serenamente no seu quarto no dia 6 de outubro de 1791, aos 76 anos. Seu corpo foi sepultado na igreja de Santa Lucia do Monte, onde é venerada ao lado do túmulo de São João José da Cruz.
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Beato José Rubio, presbítero, operário, +1929
Beato José Rubio
Nasceu em Dálias (Espanha) em 1864, filho de humilde família de agricultores. Entrou para o seminário aos 11 anos onde, durante seus estudos, chamou a atenção de um dos professores que acabou se tornando seu protetor. Foi ordenado em 1887. Já durante a sua formação para o clero secular havia conhecido e se apaixonado pela Companhia, queria muito ser jesuíta mas o seu protetor se opunha. Foi movido pelo respeito que esperou pacientemente por 19 anos para só ingressar no noviciado da Companhia depois da morte de seu protetor, em 1906. Durante todo o tempo que serviu ao povo de Deus no clero secular foi pastor dedicado, deixou muitas mostras de sinceridade, disponibilidade e mortificação. Como jesuíta pôde unir às qualidades já mencionadas a alegria do ideal realizado. Após a sua 3º provação foi destinado para Madri, onde trabalhou em diversas pastorais. O seu gosto pelas conversas espirituais era notório. Exímio orientador espiritual, também pregador e confessor, já em vida adquirira fama de santo. Uma angina de peito suportada sem reclamação, e agravada pelo excesso de trabalho, o matou em 1929. Foi beatificado por João Paulo II em 1985.
terça-feira, 4 de outubro de 2016
Santo do Dia
S. Francisco de Assis, diácono, +1224
São Francisco de Assis, nasceu na cidade de Assis, Úmbria, Itália, no ano de 1182, de pai comerciante, o jovem rebento de Bernardone, gostava das alegres companhias e gastava com certa prodigalidade o dinheiro do pai. Sonhou com as glórias militares, procurando desta maneira alcançar o "status" que sua condição exigia, e aos vinte anos, alistou-se como cavaleiro no exército de Gualtieri de Brienne, que combatia pelo papa, mas em Espoleto, teve um sonho revelador no qual era convidado a seguir de preferência o Patrão do que o servo, e em 1206 , aos 24 anos de idade para espanto de todos, Francisco de Assis abandonou tudo: riquezas, ambições, orgulho, e até da roupa que usava, para desposar a Senhora Pobreza e repropor ao mundo, em perfeita alegria, o ideal evangélico de humildade, pobreza e castidade, andando errante e maltrapilho, numa verdadeira afronta e protesto contra sua sociedade burguesa.
Já inteiramente mudado de coração, e a ponto de mudar de vida, passou um dia pela igreja de São Damião, abandonada e quase em ruínas. Levado pelo Espírito, entrou para rezar e se ajoelhou devotamente diante do crucifixo. Tocado por uma sensação insólita, sentiu-se todo transformado. Pouco depois, coisa inaudita, a imagem do Crucificado mexeu os lábios e falou com ele. Chamando-o pelo nome, disse: "Francisco, vai e repara a minha casa que, como vês, está em ruinas".
Com a renúncia definitiva aos bens paternos, aos 25 anos, Francisco deu início à sua vida religiosa. Com alguns amigos deu início ao que seria a Ordem dos Frades Menores ou Franciscanos, cuja ordem foi aprovada pelo Papa Inocêncio III. Santa Clara, sua dilecta amiga, fundou a Ordem das Damas Pobres ou Clarissas. Em 1221, sob a inspiração de seu estilo de vida nasceu a Ordem Terceira para os leigos consagrados. Neste capítulo da vida do santo é caracterizado por intensa pregação e incessantes viagens missionárias, para levar aos homens, frequentemente armados uns contra os outros, a mensagem evangélica de Paz e Bem. Em 1220, voltou a Assis após ter-se aventurado a viagem à Terra Santa, à Síria e ao Egipto, redigindo a segunda Regra, aprovada pelo Papa Honório III. Já debilitado fisicamente pelas duras penitências, entrou na última etapa de sua vida, que assinalou a sua perfeita configuração a Cristo, até fisicamente, com o sigilo dos estigmas, recebidos no monte Alverne a 14 de setembro de 1224.
Ilustração: GIOTTO / Stigmatization Of St Francis 1300
São Francisco de Assis, nasceu na cidade de Assis, Úmbria, Itália, no ano de 1182, de pai comerciante, o jovem rebento de Bernardone, gostava das alegres companhias e gastava com certa prodigalidade o dinheiro do pai. Sonhou com as glórias militares, procurando desta maneira alcançar o "status" que sua condição exigia, e aos vinte anos, alistou-se como cavaleiro no exército de Gualtieri de Brienne, que combatia pelo papa, mas em Espoleto, teve um sonho revelador no qual era convidado a seguir de preferência o Patrão do que o servo, e em 1206 , aos 24 anos de idade para espanto de todos, Francisco de Assis abandonou tudo: riquezas, ambições, orgulho, e até da roupa que usava, para desposar a Senhora Pobreza e repropor ao mundo, em perfeita alegria, o ideal evangélico de humildade, pobreza e castidade, andando errante e maltrapilho, numa verdadeira afronta e protesto contra sua sociedade burguesa.
Já inteiramente mudado de coração, e a ponto de mudar de vida, passou um dia pela igreja de São Damião, abandonada e quase em ruínas. Levado pelo Espírito, entrou para rezar e se ajoelhou devotamente diante do crucifixo. Tocado por uma sensação insólita, sentiu-se todo transformado. Pouco depois, coisa inaudita, a imagem do Crucificado mexeu os lábios e falou com ele. Chamando-o pelo nome, disse: "Francisco, vai e repara a minha casa que, como vês, está em ruinas".
Com a renúncia definitiva aos bens paternos, aos 25 anos, Francisco deu início à sua vida religiosa. Com alguns amigos deu início ao que seria a Ordem dos Frades Menores ou Franciscanos, cuja ordem foi aprovada pelo Papa Inocêncio III. Santa Clara, sua dilecta amiga, fundou a Ordem das Damas Pobres ou Clarissas. Em 1221, sob a inspiração de seu estilo de vida nasceu a Ordem Terceira para os leigos consagrados. Neste capítulo da vida do santo é caracterizado por intensa pregação e incessantes viagens missionárias, para levar aos homens, frequentemente armados uns contra os outros, a mensagem evangélica de Paz e Bem. Em 1220, voltou a Assis após ter-se aventurado a viagem à Terra Santa, à Síria e ao Egipto, redigindo a segunda Regra, aprovada pelo Papa Honório III. Já debilitado fisicamente pelas duras penitências, entrou na última etapa de sua vida, que assinalou a sua perfeita configuração a Cristo, até fisicamente, com o sigilo dos estigmas, recebidos no monte Alverne a 14 de setembro de 1224.
Ilustração: GIOTTO / Stigmatization Of St Francis 1300
ORAÇÃO DE SÃO FRANCISCO
Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que eu leve a fé;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó mestre, fazei que eu procure mais consolar que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois é dando que se recebe,
é perdoando que se é perdoado,
e é morrendo que se vive
para a Vida Eterna.
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